sábado, 28 de dezembro de 2013

O sanduíche à moda da Globo

Por Nirlando Beirão, na revista CartaCapital:

Sempre revolucionário – sem mencionar outros atributos seus, como a blindada imparcialidade, o apartidarismo irrestrito e o compromisso em defender os interesses da nação, e não os do casa –, o jornalismo da Globo inverteu a lógica do sanduíche, segundo a qual o recheio deve ser mais saboroso do que as peças que o contêm.

O Jornal Nacional, sob a expertise do chef Ali Kamel, decretou, voluntariamente ou não, outro método de degustação. As novelas das 7 e das 9 é que falam hoje ao apetite – peculiar que seja esse apetite – do telespectador. O JN virou apenas um entremet muito do insosso entre um melodrama e outro.

O Ibope, a quem não se pode atribuir propósito de prejudicar a Globo, indica que a plateia do JN minguou em 30% nos últimos dez anos. Na esteira do show produzido em conjunto pela Globo e pelo Supremo Tribunal, o carro-chefe do jornalismo platinado mergulhou recentemente em inéditos 18 pontos de audiência. Um recorde.

Em prol dos imperativos comerciais (a publicidade brasileira é a última adepta do JN), o jornalismo da Globo inverte mais uma vez a realidade e tenta atribuir às novelas – a que a precede e a que a sucede – a culpa pelo desastre de público. Mas está na cara que, dos vilões que o JN operosamente fabrica, nenhum tem a mesma graça perversa, por exemplo, daquele Félix de Amor à Vida.

Haverá quem queira tributar os tropeços do JN a detalhes menores como, digamos, a credibilidade. Bobagem: credibilidade nunca foi o forte da Globo, mesmo antes do Ali Kamel.

1 comentários:

Anônimo disse...

Suíça enviará ao Brasil documentos comprovando propinoduto tucano
28 de dezembro de 2013 | 09:25 Autor: Miguel do Rosário
trensalao
Tucano é um bicho feliz. Desde 2009 que se suspeita da propina de 1 milhão de dólares recebida por Robson Marinho, conselheiro no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, para aprovar os contratos da Alstom. Mesmo assim, ele continou firme e forte em seu cargo, sem ser incomodado pela imprensa nem pelo Ministério Público.
Trecho de matéria publicada na Rede Brasil Atual, em agosto deste ano: