Editorial do jornal Brasil de Fato:
Certamente 2013 vai ficar marcado na História do Brasil como o ano da retomada das mobilizações de massas. Uma geração de jovens teve sua primeira experiência política de manifestação de rua durante as jornadas de junho.
A geração de 17 milhões de empregos nos últimos 10 anos contribuiu para a recomposição da classe trabalhadora. A jovem classe trabalhadora apresentou novas demandas sociais e políticas. A crise urbana enfrentada pela sociedade brasileira acelerou a apresentação destas demandas. Reivindicações difusas e de caráter econômico típico dos momentos iniciais de um ascenso das lutas sociais. Ao mesmo tempo constatamos a rejeição do povo ao carcomido sistema político brasileiro.
O governo Dilma tenta dar respostas concretas às demandas sociais de junho no campo da saúde, da educação e da mobilidade urbana. A contradição principal reside no fato de que o governo federal busca solucionar estas demandas sociais e ao mesmo tempo manter coesa a conservadora frente neodesenvolvimentista que lhe garante sustentação política no Congresso Nacional.
Fazer projeções e ter a capacidade de prever a movimentação das forças sociais faz parte da luta política. O fio de continuidade dialética entre 2013 e 2014 reside na possibilidade de transição da pauta difusa das manifestações de junho para a retomada das pautas históricas e estruturais da classe trabalhadora. Esta transição poderá se concretizar com a retomada das mobilizações de massas que viabilizariam uma correlação de forças favorável para a classe trabalhadora. Novas manifestações de massas em 2014 serão certamente caracterizadas de mais maturidade política.
A classe trabalhadora aprende com seus próprios erros e com sua própria experiência. Esta transição colocaria o governo Dilma num dilema. Se o governo federal assumir a agenda das reformas estruturais, significa que perde o apoio de uma fração importante da burguesia. Isto colocaria em xeque a continuidade da frente neodesenvolvimentista. Se o governo Dilma não assumir a agenda das reformas estruturais perderá a legitimidade popular, acelerando o fim de um ciclo político.
Para completar o quadro, a fração da burguesia que vem sendo favorecida pelas desonerações fiscais e pela agenda privatizante do governo Dilma não se contenta e ameaça boicotar os investimentos tão necessários para os planos de crescimento econômico almejados pelo Governo Dilma.
A movimentação consistiria na possibilidade colocar um gerente mais confiável para administrar a frente neodesenvolvimentista. Não por acaso, a candidatura dissidente de Eduardo Campos (PSB) começa a ganhar viabilidade eleitoral.
A direita brasileira aposta na tempestade perfeita, ou seja, num cenário em que as mudanças na política monetária estadunidense provoquem uma fuga de dólares que desvalorizaria o real, diminuiria drasticamente os investimentos estrangeiros e causaria uma pressão inflacionária que comprometeria o poder de compra. Para completar a tempestade perfeita, este desfavorável cenário macroeconômico seria acompanhado dos tradicionais factoides políticos criados pela imprensa conservadora que faz oposição ao governo Dilma.
Caso este quadro de mobilização de massas acompanhado de esfacelamento da frente neodesenvolvimentista se apresente em 2014, a solução conjuntural nestas circunstâncias seria a formação de um bloco popular que assumisse a agenda das reformas estruturais como a reforma agrária, tributária, urbana, dentre outras.
Juntamente com as reformas sociais seria fundamental pautar a construção de um novo sistema político que viabilizasse canais para a efetivação da plena cidadania política, econômica e social.
Importante lembrar que mesmo num quadro de mobilização popular que abrace as reformas estruturais, a luta política não se resumirá a assumir ou não o compromisso com as reformas estruturais. No meio do caminho existe o atrasado sistema político brasileiro que herdamos da transição conservadora no processo de transição da ditadura militar para a democracia formal e restrita vigente atualmente.
Por isso, a proposta do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana para o Sistema Político ganha ampla adesão na sociedade brasileira. Nesse momento a necessidade de refundar o sistema político brasileiro começa a ganhar o caráter de questão nacional, ou seja, expressa uma contradição que pode mobilizar toda a sociedade brasileira e que se confunde com a urgência do Brasil completar-se enquanto nação.
Viabilizar uma constituinte numa correlação de forças favorável para a classe trabalhadora sofreria o combate implacável da burguesia, polarizaria a sociedade brasileira e favoreceria a apresentação de projeto nacional de desenvolvimento como ponto de partida para construirmos um Projeto Popular para o Brasil. O fato é que novas forças sociais estão emergindo na luta política brasileira. Por isso mesmo estão colocadas novas tarefas políticas. Que em 2014 estejamos à altura de nossos desafios.
Certamente 2013 vai ficar marcado na História do Brasil como o ano da retomada das mobilizações de massas. Uma geração de jovens teve sua primeira experiência política de manifestação de rua durante as jornadas de junho.
A geração de 17 milhões de empregos nos últimos 10 anos contribuiu para a recomposição da classe trabalhadora. A jovem classe trabalhadora apresentou novas demandas sociais e políticas. A crise urbana enfrentada pela sociedade brasileira acelerou a apresentação destas demandas. Reivindicações difusas e de caráter econômico típico dos momentos iniciais de um ascenso das lutas sociais. Ao mesmo tempo constatamos a rejeição do povo ao carcomido sistema político brasileiro.
O governo Dilma tenta dar respostas concretas às demandas sociais de junho no campo da saúde, da educação e da mobilidade urbana. A contradição principal reside no fato de que o governo federal busca solucionar estas demandas sociais e ao mesmo tempo manter coesa a conservadora frente neodesenvolvimentista que lhe garante sustentação política no Congresso Nacional.
Fazer projeções e ter a capacidade de prever a movimentação das forças sociais faz parte da luta política. O fio de continuidade dialética entre 2013 e 2014 reside na possibilidade de transição da pauta difusa das manifestações de junho para a retomada das pautas históricas e estruturais da classe trabalhadora. Esta transição poderá se concretizar com a retomada das mobilizações de massas que viabilizariam uma correlação de forças favorável para a classe trabalhadora. Novas manifestações de massas em 2014 serão certamente caracterizadas de mais maturidade política.
A classe trabalhadora aprende com seus próprios erros e com sua própria experiência. Esta transição colocaria o governo Dilma num dilema. Se o governo federal assumir a agenda das reformas estruturais, significa que perde o apoio de uma fração importante da burguesia. Isto colocaria em xeque a continuidade da frente neodesenvolvimentista. Se o governo Dilma não assumir a agenda das reformas estruturais perderá a legitimidade popular, acelerando o fim de um ciclo político.
Para completar o quadro, a fração da burguesia que vem sendo favorecida pelas desonerações fiscais e pela agenda privatizante do governo Dilma não se contenta e ameaça boicotar os investimentos tão necessários para os planos de crescimento econômico almejados pelo Governo Dilma.
A movimentação consistiria na possibilidade colocar um gerente mais confiável para administrar a frente neodesenvolvimentista. Não por acaso, a candidatura dissidente de Eduardo Campos (PSB) começa a ganhar viabilidade eleitoral.
A direita brasileira aposta na tempestade perfeita, ou seja, num cenário em que as mudanças na política monetária estadunidense provoquem uma fuga de dólares que desvalorizaria o real, diminuiria drasticamente os investimentos estrangeiros e causaria uma pressão inflacionária que comprometeria o poder de compra. Para completar a tempestade perfeita, este desfavorável cenário macroeconômico seria acompanhado dos tradicionais factoides políticos criados pela imprensa conservadora que faz oposição ao governo Dilma.
Caso este quadro de mobilização de massas acompanhado de esfacelamento da frente neodesenvolvimentista se apresente em 2014, a solução conjuntural nestas circunstâncias seria a formação de um bloco popular que assumisse a agenda das reformas estruturais como a reforma agrária, tributária, urbana, dentre outras.
Juntamente com as reformas sociais seria fundamental pautar a construção de um novo sistema político que viabilizasse canais para a efetivação da plena cidadania política, econômica e social.
Importante lembrar que mesmo num quadro de mobilização popular que abrace as reformas estruturais, a luta política não se resumirá a assumir ou não o compromisso com as reformas estruturais. No meio do caminho existe o atrasado sistema político brasileiro que herdamos da transição conservadora no processo de transição da ditadura militar para a democracia formal e restrita vigente atualmente.
Por isso, a proposta do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana para o Sistema Político ganha ampla adesão na sociedade brasileira. Nesse momento a necessidade de refundar o sistema político brasileiro começa a ganhar o caráter de questão nacional, ou seja, expressa uma contradição que pode mobilizar toda a sociedade brasileira e que se confunde com a urgência do Brasil completar-se enquanto nação.
Viabilizar uma constituinte numa correlação de forças favorável para a classe trabalhadora sofreria o combate implacável da burguesia, polarizaria a sociedade brasileira e favoreceria a apresentação de projeto nacional de desenvolvimento como ponto de partida para construirmos um Projeto Popular para o Brasil. O fato é que novas forças sociais estão emergindo na luta política brasileira. Por isso mesmo estão colocadas novas tarefas políticas. Que em 2014 estejamos à altura de nossos desafios.
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