Por Renato Rovai, em seu blog:
A disputa do governo paulista que tinha como favorito destacado o atual governador Geraldo Alckmin está se desenhando como uma disputa difícil para o PSDB e que vai depender em muito do que vier a acontecer nos próximos meses em relação ao já em curso racionamento de água.
Alckmin sempre associou sua marca a do bom gerente. Apesar de fazer política dia e noite e ter sido praticamente só político na vida, sempre se vendeu como gestor. E essa marca sempre foi tratada com o devido carinho pela mídia tradicional. O governador paulista sempre foi tratado com generosidade pelos veículos paulistas e mesmo em escândalos como o da Alston foi preservado.
A falta de água premente, muda a lógica do jogo. Na hora que o cidadão acordar para escovar os dentes ou tomar banho e a torneira lhe oferecer apenas ar, vai se lembrar do governador que havia lhe garantido que isso não aconteceria. Ao mesmo tempo aquele que por algum motivo tiver que gastar mais água a partir de agora, ficará ainda mais irritado quando for multado por isso. Imagine uma família que vier a receber um casal de amigos ou alguns parentes na sua casa durante o mês de julho, como será possível diminuir o consumo total de água neste caso?
Mas isso é apenas um pedaço do jogo. É a parte residencial da crise. Empresas de cerveja, de latícinios, fábricas de doces etc, como conseguirão diminuir o consumo de água? Terão de diminuir a produção. Significa que terão de demitir trabalhadores.
É uma crise sem precedentes no estado de São Paulo. Só comparada com a de racionamento de energia no governo FHC. Que, ao menos, de maneira honesta era chamada de crise de racionamento.
E quem ganha com isso?
Ainda é muito difícil saber. O PT e o seu candidato, Alexandre Padilha, já sinalizaram que vão trazer o debate para o seu devido lugar, o da política. Não é uma maldade de São Pedro que vai abater São Paulo. É uma crise de gestão e de planejamento numa área crucial. Paulo Skaf, do PMDB, e Kassab, do PSD, também não perderão a oportunidade de cutucar o projeto tucano. E neste sentido, vai ser necessária muita habilidade para aqueles que buscarão tirar votos de Alckmin na forma como conduzirão a crítica. O PT precisa apenas reencontrar com Padilha o eleitorado que votou em Mercadante nas duas últimas eleições. Se isso vier a acontecer, o que não é tão fácil como parece, levará seu candidato ao segundo turno. Já Kassab e Skaf precisam convencer parte do eleitorado tucano que chegou a hora de dar férias para o partido. E que são melhores opções do que o PT para o estado.
Já há sinais de que ambos podem fazer um movimento que poderia trazer ainda mais imprevisibilidade para esta eleição. Skaf estaria tentando convencer Kassab a ser seu vice e ainda estaria disposto a fazer de Henrique Meirelles o candidato ao Senado pela sua chapa. Isso lhe daria um tempo de TV competitivo e ao mesmo tempo, trataria para a sua campanha muitos recursos. Kassab é o candidato da confiança da construção civil e do setor imobiliário. Meirelles é o homem do setor financeiro. Skaf, como todos sabem, é presidente da Fiesp, ou seja do sindicato patronal da indústria. Essa chapa, se formada, seria a do capital. E talvez significasse um rompimento de boa parte do PIB paulista com os tucanos. Isso não significaria problemas apenas para Alckmin, mas também para Aécio. Essa parte do PIB poderia se dividir entre Dilma e Eduardo Campos.
A eleição de São Paulo que parecia algo dentro do controle tucano, se tornou algo um jogo de risco. E por contraditório que possa parecer, a falta de água pode se tornar o tsunami a acabar com um projeto que já se arrasta por 20 anos. Como se diria no popular, a eleição de Alckmin subiu no armário.
A disputa do governo paulista que tinha como favorito destacado o atual governador Geraldo Alckmin está se desenhando como uma disputa difícil para o PSDB e que vai depender em muito do que vier a acontecer nos próximos meses em relação ao já em curso racionamento de água.
Alckmin sempre associou sua marca a do bom gerente. Apesar de fazer política dia e noite e ter sido praticamente só político na vida, sempre se vendeu como gestor. E essa marca sempre foi tratada com o devido carinho pela mídia tradicional. O governador paulista sempre foi tratado com generosidade pelos veículos paulistas e mesmo em escândalos como o da Alston foi preservado.
A falta de água premente, muda a lógica do jogo. Na hora que o cidadão acordar para escovar os dentes ou tomar banho e a torneira lhe oferecer apenas ar, vai se lembrar do governador que havia lhe garantido que isso não aconteceria. Ao mesmo tempo aquele que por algum motivo tiver que gastar mais água a partir de agora, ficará ainda mais irritado quando for multado por isso. Imagine uma família que vier a receber um casal de amigos ou alguns parentes na sua casa durante o mês de julho, como será possível diminuir o consumo total de água neste caso?
Mas isso é apenas um pedaço do jogo. É a parte residencial da crise. Empresas de cerveja, de latícinios, fábricas de doces etc, como conseguirão diminuir o consumo de água? Terão de diminuir a produção. Significa que terão de demitir trabalhadores.
É uma crise sem precedentes no estado de São Paulo. Só comparada com a de racionamento de energia no governo FHC. Que, ao menos, de maneira honesta era chamada de crise de racionamento.
E quem ganha com isso?
Ainda é muito difícil saber. O PT e o seu candidato, Alexandre Padilha, já sinalizaram que vão trazer o debate para o seu devido lugar, o da política. Não é uma maldade de São Pedro que vai abater São Paulo. É uma crise de gestão e de planejamento numa área crucial. Paulo Skaf, do PMDB, e Kassab, do PSD, também não perderão a oportunidade de cutucar o projeto tucano. E neste sentido, vai ser necessária muita habilidade para aqueles que buscarão tirar votos de Alckmin na forma como conduzirão a crítica. O PT precisa apenas reencontrar com Padilha o eleitorado que votou em Mercadante nas duas últimas eleições. Se isso vier a acontecer, o que não é tão fácil como parece, levará seu candidato ao segundo turno. Já Kassab e Skaf precisam convencer parte do eleitorado tucano que chegou a hora de dar férias para o partido. E que são melhores opções do que o PT para o estado.
Já há sinais de que ambos podem fazer um movimento que poderia trazer ainda mais imprevisibilidade para esta eleição. Skaf estaria tentando convencer Kassab a ser seu vice e ainda estaria disposto a fazer de Henrique Meirelles o candidato ao Senado pela sua chapa. Isso lhe daria um tempo de TV competitivo e ao mesmo tempo, trataria para a sua campanha muitos recursos. Kassab é o candidato da confiança da construção civil e do setor imobiliário. Meirelles é o homem do setor financeiro. Skaf, como todos sabem, é presidente da Fiesp, ou seja do sindicato patronal da indústria. Essa chapa, se formada, seria a do capital. E talvez significasse um rompimento de boa parte do PIB paulista com os tucanos. Isso não significaria problemas apenas para Alckmin, mas também para Aécio. Essa parte do PIB poderia se dividir entre Dilma e Eduardo Campos.
A eleição de São Paulo que parecia algo dentro do controle tucano, se tornou algo um jogo de risco. E por contraditório que possa parecer, a falta de água pode se tornar o tsunami a acabar com um projeto que já se arrasta por 20 anos. Como se diria no popular, a eleição de Alckmin subiu no armário.
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