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O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, aumentou o tom e a agressividade das suas críticas à presidenta Dilma Rousseff, embalado pela última pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha. Nos últimos dias, fez desabridos ataques à mandatária. Embriagado por um leve crescimento na intenção de voto em sua candidatura, o principal representante do conservadorismo e do neoliberalismo nesta campanha eleitoral já se vê em posição vantajosa.
Fez bem o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao analisar com tranquilidade os indicadores da pesquisa, que permanecem favoráveis à presidenta Dilma.
O que os analistas da mídia monopolista privada apresentam como “grande novidade” foi minimizado pelo ministro, para quem depois de três eleições presidenciais consecutivas vitoriosas no segundo turno pela coalizão progressista liderada primeiro por Lula e depois por Dilma, seria muito estranho que agora, com três candidatos de maior potencial, a eleição fosse decidida no primeiro turno.
O assanhamento da mídia e de Aécio Neves com a revelação de que este ganhou alguns pontos é artificial e corresponde mais ao desejo de criar fatos novos, que embalem os sonhos deste último de chegar à Presidência da República, do que a um deslocamento do eleitorado em favor da direita neoliberal, representada principalmente pelo candidato tucano.
O fato é que o consórcio oposicionista – como bem definiu a direção nacional do PCdoB reunida na última sexta-feira – precisa criar fatos novos num quadro em que, sendo dura a disputa, a presidenta Dilma Rousseff reúne melhores condições para vencer – tem uma mensagem de mudanças democráticas estruturais no país, faz um bom governo e é portadora de um legado de 12 anos de realizações em prol da elevação do nível de vida do povo, da defesa de direitos dos trabalhadores, do aprofundamento da democracia e da salvaguarda da soberania nacional.
Este consórcio oposicionista, como lembrou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, concentra hoje seu ataque na presidenta da República, com o objetivo de destruir seu governo, afetar sua imagem e caracterizar como caótica a situação do país.
O pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, coloca-se à frente desses ataques, acompanhados por uma mensagem demagógica e reacionária. Dedicou os últimos dias da sua pré-campanha a “interpretar” os resultados da sondagem de opinião pública como demonstração da “fragilidade do governo”, bradando que “o conjunto da obra é muito mal feito”.
Aécio Neves tenta vender a imagem de representante “da mudança”: “É isso que o PSDB representa. Mudança no que diz respeito à compreensão do papel do Estado, mudança na busca da eficiência do setor público, mudança naquilo que para mim é essencial da vida pública, os valores éticos e morais”.
O discurso do ineficiente senador, que já tinha sido um mau deputado e um péssimo governador para o povo mineiro, não resiste aos fatos. Político do retrocesso, Aécio é identificado com um dos piores governos de toda a vida republicana brasileira, o de FHC (1995-2002), do qual foi líder na Câmara.
As forças democráticas e progressistas brasileiras sabem qual a concepção de Estado defendida por Aécio – o Estado mínimo neoliberal, apanágio da oligarquia financeira e algoz dos trabalhadores. O povo brasileiro conhece bem o que são os valores éticos e morais dos tucanos. À frente de um dos governos mais corruptos dos últimos tempos, os correligionários de Aécio cometeram a imoralidade de aprovar a emenda da reeleição, que favorecia FHC, por meio da compra de votos de parlamentares.
Aécio é candidato de um partido e de um conjunto de setores políticos e sociais inimigos do povo brasileiro e desponta como o principal adversário da presidenta Dilma na campanha eleitoral.
As forças progressistas têm consciência do perigo que representa para a nação o retorno desses setores ao vértice do poder político no país, pois estes constituem uma coalizão antidemocrática, antinacional e antipopular.
É justo o alerta dos comunistas de que o Brasil se encontra em uma encruzilhada histórica, diante do dilema de avançar para a realização de mais mudanças democráticas no país – e o ponto de inflexão para isto é a reeleição da presidenta Dilma Rousseff – ou retroceder à execução de políticas que resultam em perda de direitos sociais e na entrega do país aos interesses da oligarquia financeira. Foi isto, afinal, o que caracterizou o governo de FHC e seus apaniguados, como Aécio Neves.
Em público, Aécio ainda esconde os seus verdadeiros propósitos sob um discurso genérico de “mudanças”, mas quando fala da sua concepção sobre o Estado nacional e seu papel, acaba deixando clara a dimensão do retrocesso que esta concepção implica.
Mais ainda quando seus porta-vozes explicitam algumas receitas que estão a ser preparadas pelos alquimistas do neoliberalismo, como fez o ex-presidente do Banco Central no governo de FHC, Armínio Fraga, um dos gurus da equipe que está elaborando o programa de “governo” de Aécio Neves, apontado como eventual “superministro”. "O custo de tomar as medidas porventura impopulares é muito menor do que o de não tomar", afirmou. Preposto do capital financeiro, o economista diz que “as pessoas têm de cair na real", anunciando que é necessário promover arrocho e cortes brutais de direitos.
Coerente com sua visão fiscalista a serviço da finança internacional, o auxiliar de Aécio já explicitou que o salário mínimo e os salários em geral “cresceram muito”, sugerindo que é preciso conter essa tendência, “sob pena de, em algum momento, engessar o mercado de trabalho", como declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em abril último.
A concepção vigente no quartel-general tucano, reverberada diuturnamente pela mídia monopolista privada, é a de que o Brasil precisa urgentemente cortar o gasto público – mantra do neoliberalismo. O economista de Aécio chega a propor a adoção, por lei, de um limite para a relação entre o gasto público e o PIB.
A plataforma tucana prevê também a retomada das privatizações, a autonomia do Banco Central, a redução do papel do Estado, via BNDES, como indutor do desenvolvimento econômico, e a mudança de foco da política externa, com o abandono da integração regional e a volta da subordinação aos Estados Unidos e à União Europeia.
Com estas concepções e ostentando o legado de FHC, a candidatura de Aécio Neves afigura-se como a principal adversária das aspirações fundamentais do povo brasileiro e dos interesses nacionais. Uma candidatura antagônica às forças progressistas que lutam por um Brasil cada vez mais democrático, soberano, socialmente justo e avançado.
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