Por Carol Almeida, no site Outras Palavras:
E vamos nós pra mais um capítulo daquela novela tão conhecida mídia pinóquia: como destruir a gestão Haddad em SP. Cena de ontem (22/7): #EstadãoIngrato. Sabe aquelas medidas bem celebradas e super “cool” lá na Europa de criar mais ciclovias, investir em transporte público pra eliminar a presença do carro travando as cidades, entender que dependente químico precisa de tratamento humanizado e criar ações sustentáveis pra reciclar lixo e comer comida saudável?
Pois bem, pro Estadão, tudo isso representa nada mais que, palavras de seu editorial nesta terça, “experiências esdrúxulas e marqueteiras“. Sobre o Braços Abertos: o Estadão diz (em tom de chacota): “A ‘inovação’ foi oferecer a esses drogados (leia-se: drogados-merecia-tudo-morrer) hospedagens em hotéis da região e um emprego de varredor de rua, com remuneração e R$ 15 por dia (leia-se: é muita fortuna pra esses… drogados!) e assistência médica. A óbvia contrapartida – a de que o viciado fosse obrigado a se tratar – não foi exigida. O resultado é que, em vez de resolver o problema da Cracolândia, a Prefeitura, em nome de uma nova ‘atitude’ acabou financiando indiretamente o consumo de crack.”
A Realidade diz (em tom de “really”?): de janeiro a junho deste ano, foram 422 beneficiários cadastrados, 50% a 70% de redução do consumo de crack entre os beneficiários (em média), 228 participantes no serviço de varrição de ruas, 66 participantes trabalhando no projeto Fábrica Verde, 330 pessoas conseguiram novos documentos e mais de 28 mil atendimentos de saúde realizados. PAM! O jornal canadense “The Globe and Mail” já fez uma extensa matéria louvando o programa Braços Abertos, mas Canadá é terceiro mundo, né gente? Vai confiar?
Sobre os corredores de ônibus, o Estadão diz: “Mas nada traduz melhor o improviso dessa administração despreparada do que as faixas exclusivas de ônibus.” A Realidade, essa danada, responde: segundo uma pesquisa do Ibope encomendada pela Rede Nossa São Paulo, divulgada em setembro de 2013, 93% dos 805 entrevistados disseram ser a favor da implementação de faixas exclusivas de ônibus. Numa pesquisa feita pelo Datafolha sobre o mesmo tema, 88% dos 823 entrevistados aprovaram as faixas, sendo que 77% estavam entre os que mais utilizam automóveis. PAM PAM!
Querido (not!) Estadão, ingrato é você, promovendo um jornalismo que atira contra a população da cidade de SP. Igualzinho àquela polícia daquele senhor que vocês tanto amam… Mas essa é uma outra história (na verdade, é a mesma, mas enfim).
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