Por Bepe Damasco, em seu blog:
Fiel às melhores tradições da diplomacia brasileira, o Itamaraty emitiu um comunicado oficial criticando duramente a ação militar de Israel em Gaza. Além disso, chamou o embaixador brasileiro em Tel Aviv a Brasília para consultas e transmitiu sem rodeios a posição brasileira ao embaixador de Israel no Brasil. Também votou a favor de resolução condenado Israel, aprovada na Comissão de Direitos Humanos da ONU. Livre das regras e da linguagem comedida e cautelosa que marcam a relação entre embaixadores e chanceleres, o assessor internacional da presidenta Dilma, Marco Aurélio Garcia, disparou com precisão: "Israel comete genocídio em Gaza." A reação chula, patética e ridícula da diplomacia israelense, menosprezando o Brasil, dá bem a medida do nível dos atuais governantes de Israel.
Diante da falta absoluta de argumentos para justificar uma ação militar que já tirou a vida de mais de 700 palestinos, boa parte mulheres, crianças e idosos, contra 35 soldados israelenses mortos, a diplomacia de Israel apela para o desrespeito mais grosseiro ao Brasil. Expressões como "o Brasil é irrelevante na diplomacia" ou "um anão diplomático" merecem o mais veemente repúdio do povo brasileiro.
Não cabe aqui estabelecer comparações com Israel em quesitos como respeito aos direitos humanos, tolerância, riquezas naturais, produto interno bruto, potencial de crescimento e importância geopolítica. Primeiro porque seria rebaixar a discussão ao patamar rasteiro proposto por Israel. Segundo, porque seria até covardia.
Só uma mente deformada pelo recorrente recurso à violência do seu país contra os mais fracos pode comparar o derramamento de sangue inocente, com bombardeios até de hospitais da ONU, com o resultado de um jogo de futebol, como fez o porta-voz da chancelaria israelense Ygal Palmor, que, em resposta à nota do Itamaraty, disse que "desproporcional é perder uma partida de futebol por 7x1."
Essa postura debochada e inadmissível na relação entre países, com certeza, é resultado de anos a fio de impunidade de Israel nos organismos internacionais, sustentada pelos EUA e por outras potências ocidentais. Também revela desespero ante às condenações do genocídio em Gaza, que partem de um sem número de governos e organizações civis ao redor do planeta, furando a couraça protetora dos EUA e deixando Israel cada vez mais isolado.
Israel se nega a devolver os territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e fica por isso mesmo. Israel não só mantêm como amplia as colônias de judeus na Cisjordânia palestina, e fica por isso mesmo. Israel constrói um muro para segregar os palestinos da Cisjordânia, e fica por isso mesmo. Israel abre e fecha a fronteira com Gaza ao seu bel prazer, e fica por isso mesmo. Israel controla com mão de ferro o direito do povo palestino ao trabalho, à educação e ao acesso a hospitais, e fica por isso mesmo. Israel comete crimes de guerra e contra a humanidade em série, como nas intifadas e nos massacres de 2008 e 2009, além do atual, e fica por isso mesmo.
É mais do que urgente dar um basta nessa situação. O Brasil segue fazendo sua parte e já está articulando uma nota conjunta dos países do Mercosul exigindo o fim do massacre em Gaza. Há 12 anos a política externa brasileira é motivo de orgulho para os defensores da soberania nacional e do protagonismo do Brasil no cenário internacional.
Depois de oito anos de vassalagem (quem não se lembra do chanceler brasileiro que tirou os sapatos para pisar em solo americano ?) de FHC aos Estados Unidos e à União Europeia, o Ministério das Relações Exteriores, comandado no governo Lula pelo embaixador Celso Amorim, e com a preciosa contribuição estratégica de Samuel Guimarães, priorizou as relações Sul-Sul e a integração regional com os países do continente. Isso alçou o Brasil a um novo patamar no jogo diplomático entre as nações, ingressando no G20 e construindo os BRICS.
É importante lembrar que vem de longe a vocação liberal e independente da diplomacia brasileira. Até mesmo durante a ditadura militar, período no qual o ministro Saraiva Guerreiro também se notabilizou por protagonizar cenas pitorescas ao dormir nos salões internacionais, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola e de Moçambique, além do movimento guerrilheiro da Namíbia como legítimo representante das aspirações democráticas e libertárias do povo deste país.
Fiel às melhores tradições da diplomacia brasileira, o Itamaraty emitiu um comunicado oficial criticando duramente a ação militar de Israel em Gaza. Além disso, chamou o embaixador brasileiro em Tel Aviv a Brasília para consultas e transmitiu sem rodeios a posição brasileira ao embaixador de Israel no Brasil. Também votou a favor de resolução condenado Israel, aprovada na Comissão de Direitos Humanos da ONU. Livre das regras e da linguagem comedida e cautelosa que marcam a relação entre embaixadores e chanceleres, o assessor internacional da presidenta Dilma, Marco Aurélio Garcia, disparou com precisão: "Israel comete genocídio em Gaza." A reação chula, patética e ridícula da diplomacia israelense, menosprezando o Brasil, dá bem a medida do nível dos atuais governantes de Israel.
Diante da falta absoluta de argumentos para justificar uma ação militar que já tirou a vida de mais de 700 palestinos, boa parte mulheres, crianças e idosos, contra 35 soldados israelenses mortos, a diplomacia de Israel apela para o desrespeito mais grosseiro ao Brasil. Expressões como "o Brasil é irrelevante na diplomacia" ou "um anão diplomático" merecem o mais veemente repúdio do povo brasileiro.
Não cabe aqui estabelecer comparações com Israel em quesitos como respeito aos direitos humanos, tolerância, riquezas naturais, produto interno bruto, potencial de crescimento e importância geopolítica. Primeiro porque seria rebaixar a discussão ao patamar rasteiro proposto por Israel. Segundo, porque seria até covardia.
Só uma mente deformada pelo recorrente recurso à violência do seu país contra os mais fracos pode comparar o derramamento de sangue inocente, com bombardeios até de hospitais da ONU, com o resultado de um jogo de futebol, como fez o porta-voz da chancelaria israelense Ygal Palmor, que, em resposta à nota do Itamaraty, disse que "desproporcional é perder uma partida de futebol por 7x1."
Essa postura debochada e inadmissível na relação entre países, com certeza, é resultado de anos a fio de impunidade de Israel nos organismos internacionais, sustentada pelos EUA e por outras potências ocidentais. Também revela desespero ante às condenações do genocídio em Gaza, que partem de um sem número de governos e organizações civis ao redor do planeta, furando a couraça protetora dos EUA e deixando Israel cada vez mais isolado.
Israel se nega a devolver os territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e fica por isso mesmo. Israel não só mantêm como amplia as colônias de judeus na Cisjordânia palestina, e fica por isso mesmo. Israel constrói um muro para segregar os palestinos da Cisjordânia, e fica por isso mesmo. Israel abre e fecha a fronteira com Gaza ao seu bel prazer, e fica por isso mesmo. Israel controla com mão de ferro o direito do povo palestino ao trabalho, à educação e ao acesso a hospitais, e fica por isso mesmo. Israel comete crimes de guerra e contra a humanidade em série, como nas intifadas e nos massacres de 2008 e 2009, além do atual, e fica por isso mesmo.
É mais do que urgente dar um basta nessa situação. O Brasil segue fazendo sua parte e já está articulando uma nota conjunta dos países do Mercosul exigindo o fim do massacre em Gaza. Há 12 anos a política externa brasileira é motivo de orgulho para os defensores da soberania nacional e do protagonismo do Brasil no cenário internacional.
Depois de oito anos de vassalagem (quem não se lembra do chanceler brasileiro que tirou os sapatos para pisar em solo americano ?) de FHC aos Estados Unidos e à União Europeia, o Ministério das Relações Exteriores, comandado no governo Lula pelo embaixador Celso Amorim, e com a preciosa contribuição estratégica de Samuel Guimarães, priorizou as relações Sul-Sul e a integração regional com os países do continente. Isso alçou o Brasil a um novo patamar no jogo diplomático entre as nações, ingressando no G20 e construindo os BRICS.
É importante lembrar que vem de longe a vocação liberal e independente da diplomacia brasileira. Até mesmo durante a ditadura militar, período no qual o ministro Saraiva Guerreiro também se notabilizou por protagonizar cenas pitorescas ao dormir nos salões internacionais, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola e de Moçambique, além do movimento guerrilheiro da Namíbia como legítimo representante das aspirações democráticas e libertárias do povo deste país.
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