Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Muito ativo para investigar qualquer caso ligado ao PT, o Ministério Público paulista desistiu de intimar o ex-presidente Lula e resolveu denunciar e investigar casos de corrupção envolvendo governos do PSDB em São Paulo.
Alguns são recentes, mas a maioria se arrasta há muitos anos, sem que ninguém seja condenado ou preso. No máximo, são denunciados nomes de executivos das empresas corruptoras, mas não os de agentes públicos que participaram diretamente ou permitiram a prática de fraudes contra os cofres públicos.
Nesta terça-feira, por exemplo, o MP de São Paulo apresentou uma nova denúncia - a oitava - contra a Alstom e a CAF, acusadas de participar de um cartel que fraudou licitações no valor de R$ 1,8 bilhão para a aquisição e reforma de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em 2009 e 2010, durante o governo do atual senador tucano José Serra. Nenhum membro do governo é citado na denúncia.
Diante desta constatação, o promotor Marcelo Mendroni disse à Folha que "não descarta a participação de funcionários públicos no conluio, numa análise superficial", mas que o problema da corrupção é matéria para outra área da Promotoria, não do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos), que cuida apenas de fraudes em licitação e formação de cartel. Que outra área da Promotoria seria essa? Pode existir corrupção sem corruptores, de um lado, e corrompidos, de outro?
No mesmo dia, o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar suspeitas de enriquecimento ilícito do secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, o principal auxiliar do governador Geraldo Alckmin. Aparecido teria comprado, por um terço do valor, apartamento de alto luxo, avaliado na época (2007) em R$ 2 milhões, vendido por um empresário que mantinha altos contratos com o governo paulista.
"Vai ser investigada eventual improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e incompatibilidade entre renda e patrimônio", justificou o responsável pelo inquérito, promotor Marcelo Milani. Em sua defesa, o secretário de Alckmin afirmou: "Prestarei todos os esclarecimentos. Quando estes fatos se deram, eu estava fora do governo".
Aparecido não é o único integrante do alto tucanato investigado pelo MP neste momento. O procurador-geral de Justiça, Elias Rosa, criou em janeiro uma força tarefa para investigar denúncias do envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez, em esquema de fraudes da merenda escolar desmontado na Operação Alba Branca.
Além dele, é investigado no mesmo caso o ex-chefe de gabinete de Edson Aparecido na Casa Civil, Luiz Roberto Santos, mais conhecido pelo sugestivo apelido de "Moita". Ambos são acusados como supostos recebedores de propinas pagas por uma cooperativa que fornece produtos para a merenda escolar.
Pode acontecer, de fato, que finalmente saiam da moita outros tucanos graúdos até agora preservados nas investigações? Você acredita?
E vamos que vamos.
Muito ativo para investigar qualquer caso ligado ao PT, o Ministério Público paulista desistiu de intimar o ex-presidente Lula e resolveu denunciar e investigar casos de corrupção envolvendo governos do PSDB em São Paulo.
Alguns são recentes, mas a maioria se arrasta há muitos anos, sem que ninguém seja condenado ou preso. No máximo, são denunciados nomes de executivos das empresas corruptoras, mas não os de agentes públicos que participaram diretamente ou permitiram a prática de fraudes contra os cofres públicos.
Nesta terça-feira, por exemplo, o MP de São Paulo apresentou uma nova denúncia - a oitava - contra a Alstom e a CAF, acusadas de participar de um cartel que fraudou licitações no valor de R$ 1,8 bilhão para a aquisição e reforma de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em 2009 e 2010, durante o governo do atual senador tucano José Serra. Nenhum membro do governo é citado na denúncia.
Diante desta constatação, o promotor Marcelo Mendroni disse à Folha que "não descarta a participação de funcionários públicos no conluio, numa análise superficial", mas que o problema da corrupção é matéria para outra área da Promotoria, não do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos), que cuida apenas de fraudes em licitação e formação de cartel. Que outra área da Promotoria seria essa? Pode existir corrupção sem corruptores, de um lado, e corrompidos, de outro?
No mesmo dia, o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar suspeitas de enriquecimento ilícito do secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, o principal auxiliar do governador Geraldo Alckmin. Aparecido teria comprado, por um terço do valor, apartamento de alto luxo, avaliado na época (2007) em R$ 2 milhões, vendido por um empresário que mantinha altos contratos com o governo paulista.
"Vai ser investigada eventual improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e incompatibilidade entre renda e patrimônio", justificou o responsável pelo inquérito, promotor Marcelo Milani. Em sua defesa, o secretário de Alckmin afirmou: "Prestarei todos os esclarecimentos. Quando estes fatos se deram, eu estava fora do governo".
Aparecido não é o único integrante do alto tucanato investigado pelo MP neste momento. O procurador-geral de Justiça, Elias Rosa, criou em janeiro uma força tarefa para investigar denúncias do envolvimento do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez, em esquema de fraudes da merenda escolar desmontado na Operação Alba Branca.
Além dele, é investigado no mesmo caso o ex-chefe de gabinete de Edson Aparecido na Casa Civil, Luiz Roberto Santos, mais conhecido pelo sugestivo apelido de "Moita". Ambos são acusados como supostos recebedores de propinas pagas por uma cooperativa que fornece produtos para a merenda escolar.
Pode acontecer, de fato, que finalmente saiam da moita outros tucanos graúdos até agora preservados nas investigações? Você acredita?
E vamos que vamos.
3 comentários:
Nãooooooooooooooooooooooooooooooo
O povo elege seus representantes. O Poder Judiciário também deve explicações a todos a respeito dessa "omissão".
Não. Mas gostaria muito que o desgoverno do PSDB fosse investigado. É muito duro morar em São Paulo e ver tudo engavetado.
Postar um comentário