Por Mario Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:
A saga golpista se faz presente na edição desta quinta-feira (14) do jornal O Globo ao adiantar alguns nomes de um possível ministério de Michel Temer, vice-presidente da República. E isso antes da votação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados. O jornal da família Marinho se supera e até tem enaltecido em várias ocasiões o retrocesso.
O adiantamento dos nomes dá bem a ideia do que viria por aí no caso de se concretizar o golpe em escala parlamentar. Armínio Fraga, José Serra e Ronaldo Caiado já despontam como ministros, apoiados em gênero, número e grau pelas Organizações Globo. O Brasil não merece estar sob ameaça destes senhores apologistas de políticas econômicas devastadoras para povo brasileiro e que não chegariam ao poder pelo voto.
Alguns apoiadores do impeachment que se manifestaram induzidos pela mídia conservadora vão ver o que acontecerá ao país se o golpe se concretizar. Em abril de 1964, num primeiro momento alguns incautos apoiaram o golpe civil-militar que derrubou o presidente constitucional e mais tarde se arrependeram profundamente. Aí todos pagaram com sangue, suor e lágrimas o retrocesso.
Hoje os tempos são outros. Os militares, que saíram queimados com o fim do regime de exceção de 21 anos, não participam do esquema golpista. Seus comandantes fazem questão de afirmar que agem de acordo com a Constituição. Então, se um impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, porque não denunciar o que está em andamento?
Temer, como ficou claro, é o capitão do golpe. Ciro Gomes foi mais adiante na crítica ao movimento que tem como apoiadores, entre outros, o deputado Eduardo Cunha, que agora manobra na Comissão de Ética para evitar a sua cassação, alertando que o Brasil corre o risco de triunfo de bandidos. Seria a vergonha da vergonha porque se o golpe se concretizar, o presidente da Câmara dos Deputados, que é réu no Supremo Tribunal Federal e mentiu ao afirmar que não tem contas bancárias no exterior, seria o substituto eventual do presidente imposto Michel Temer.
Na verdade, Temer não poderá ser reconhecido como presidente, pois quem usurpa o poder, e no caso trai, não pode ter apoio, só mesmo de figuras como as citadas pelo jornal O Globo. Caberia então aos movimentos sociais darem o recado no caso de se efetivar o golpe em instância parlamentar.
E no plano externo, da mesma forma como aconteceu quando da derrubada do presidente paraguaio Fernando Lugo, o Brasil poderá, ou pelo menos deveria, ser sancionado no Mercosul.
Naturalmente, um país tendo como presidente um usurpador do poder, como seria Temer, e vice um acusado de quadrilheiro, como Eduardo Cunha, dificilmente seria aceito de bom grado pela comunidade internacional, mas as finanças internacionais de certo aplaudiriam, porque o chefe do golpe colocaria em marcha um esquema de favorecimento do setor. Os nomes adiantados por O Globo apontam nesse sentido.
E cá entre nós, o desembarque de partidos como o PP, depois de um papo em quatro paredes com Temer, pode ser também um indicativo, o de o usurpador se empenhar para livrar a cara de muitos investigados pela Justiça. Por sinal, o Partido Popular é o que tem maior número de acusados em falcatruas.
E a euforia de Eduardo Cunha também pode ser indicativa. O seu fiel escudeiro Temer pode ter alguma arma debaixo do colete para livrar a cara do acusado de corrupção. Tanto assim que no tal vazamento suspeito em que ele se apresentava como presidente, o tema corrupção não apareceu.
É preciso, portanto, muita atenção com o desenrolar dos acontecimentos. Até porque tem muito aliado de Temer sob investigação, até mesmo no próprio PMDB.
Lamentavelmente, uma entidade secular como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na prática, apoia o golpe porque tem dado chancela a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (ABERT) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) desde a ascensão de Domingos Meireles à presidência da entidade que já foi considerada a casa dos jornalistas. E alguém duvida que a mídia conservadora também seja protagonista da tentativa de golpe em andamento?
A saga golpista se faz presente na edição desta quinta-feira (14) do jornal O Globo ao adiantar alguns nomes de um possível ministério de Michel Temer, vice-presidente da República. E isso antes da votação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados. O jornal da família Marinho se supera e até tem enaltecido em várias ocasiões o retrocesso.
O adiantamento dos nomes dá bem a ideia do que viria por aí no caso de se concretizar o golpe em escala parlamentar. Armínio Fraga, José Serra e Ronaldo Caiado já despontam como ministros, apoiados em gênero, número e grau pelas Organizações Globo. O Brasil não merece estar sob ameaça destes senhores apologistas de políticas econômicas devastadoras para povo brasileiro e que não chegariam ao poder pelo voto.
Alguns apoiadores do impeachment que se manifestaram induzidos pela mídia conservadora vão ver o que acontecerá ao país se o golpe se concretizar. Em abril de 1964, num primeiro momento alguns incautos apoiaram o golpe civil-militar que derrubou o presidente constitucional e mais tarde se arrependeram profundamente. Aí todos pagaram com sangue, suor e lágrimas o retrocesso.
Hoje os tempos são outros. Os militares, que saíram queimados com o fim do regime de exceção de 21 anos, não participam do esquema golpista. Seus comandantes fazem questão de afirmar que agem de acordo com a Constituição. Então, se um impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, porque não denunciar o que está em andamento?
Temer, como ficou claro, é o capitão do golpe. Ciro Gomes foi mais adiante na crítica ao movimento que tem como apoiadores, entre outros, o deputado Eduardo Cunha, que agora manobra na Comissão de Ética para evitar a sua cassação, alertando que o Brasil corre o risco de triunfo de bandidos. Seria a vergonha da vergonha porque se o golpe se concretizar, o presidente da Câmara dos Deputados, que é réu no Supremo Tribunal Federal e mentiu ao afirmar que não tem contas bancárias no exterior, seria o substituto eventual do presidente imposto Michel Temer.
Na verdade, Temer não poderá ser reconhecido como presidente, pois quem usurpa o poder, e no caso trai, não pode ter apoio, só mesmo de figuras como as citadas pelo jornal O Globo. Caberia então aos movimentos sociais darem o recado no caso de se efetivar o golpe em instância parlamentar.
E no plano externo, da mesma forma como aconteceu quando da derrubada do presidente paraguaio Fernando Lugo, o Brasil poderá, ou pelo menos deveria, ser sancionado no Mercosul.
Naturalmente, um país tendo como presidente um usurpador do poder, como seria Temer, e vice um acusado de quadrilheiro, como Eduardo Cunha, dificilmente seria aceito de bom grado pela comunidade internacional, mas as finanças internacionais de certo aplaudiriam, porque o chefe do golpe colocaria em marcha um esquema de favorecimento do setor. Os nomes adiantados por O Globo apontam nesse sentido.
E cá entre nós, o desembarque de partidos como o PP, depois de um papo em quatro paredes com Temer, pode ser também um indicativo, o de o usurpador se empenhar para livrar a cara de muitos investigados pela Justiça. Por sinal, o Partido Popular é o que tem maior número de acusados em falcatruas.
E a euforia de Eduardo Cunha também pode ser indicativa. O seu fiel escudeiro Temer pode ter alguma arma debaixo do colete para livrar a cara do acusado de corrupção. Tanto assim que no tal vazamento suspeito em que ele se apresentava como presidente, o tema corrupção não apareceu.
É preciso, portanto, muita atenção com o desenrolar dos acontecimentos. Até porque tem muito aliado de Temer sob investigação, até mesmo no próprio PMDB.
Lamentavelmente, uma entidade secular como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na prática, apoia o golpe porque tem dado chancela a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (ABERT) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) desde a ascensão de Domingos Meireles à presidência da entidade que já foi considerada a casa dos jornalistas. E alguém duvida que a mídia conservadora também seja protagonista da tentativa de golpe em andamento?
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