Por Raphael Coraccini, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Os primeiros noticiários sobre o crime ambiental de Mariana excluíram totalmente a Vale da história e a culpa foi jogada somente para cima da Samarco. Nos dias seguintes, quando a mídia alternativa passou a esclarecer a população sobre o nome das empresas envolvidas (além da Samarco, BHP e Vale), a grande mídia finalmente resolveu envolver a Vale na história. Mesmo assim, as notícias negativas em relação à mineradora vinham acompanhadas de justificativas mirabolantes da direção da empresa.
Em fala durante o 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, a engenheira e professora da UFMG, especialista em risco, Sofia Carrato, afirmou que a escolha por privilegiar o nome da Samarco nos noticiários é simples. “Ela tem um capital muito inferior ao da Vale, sua dona majoritária, por isso, a perda de valor é menor. Se a Vale recebesse a devida culpa, o prejuízo à empresa e seus acionistas seria muito maior”, disse a especialista.
A Vale é uma das maiores patrocinadoras da grande mídia, que se tornou cúmplice da falta de ações das empresas na tragédia que deixou 19 mortos e pelo menos dois desaparecidos naquele dia 5 de novembro de 2015, quando a barragem de Fundão arrebentou, acabando com o vilarejo de Bento Gonçalves, enterrando boa parte da cidade de Mariana, matando o Rio Doce e poluindo o Oceano Atlântico naquela que foi considerada a maior tragédia ambiental do Brasil em todos os tempos e a maior no mundo envolvendo rejeitos minerais.
A professora Sofia e sua irmã Angela Carrato, professora de Comunicação Social também na UFMG, formaram o Grupo de Pesquisa Estação Liberdade, que está estudando as causas e consequências da tragédia em Mariana. O grupo vem acompanhando a ação do capital privado na exploração mineral no estado de Minas Gerais e aponta que campanhas populares contra a ação devastadora das mineradoras acontecem desde os anos 1980, com os adesivos de carro que reproduziam o slogan “olhe bem as montanhas”, alertando o povo para a mudança dramática que a paisagem das serras mineiras estavam sofrendo, com uma planificação causada pela exploração predatória.
Enquanto campanhas gritavam contra as mineradoras, a imprensa fazia vista grossa às provas científicas de uma catástrofe iminente. Outro estudo realizado pela UFMG aponta que o volume de rejeitos depositados em Fundão reduziria naturalmente o tempo de vida da barragem de 22 anos para 9 anos, o que contradiz a versão da Vale (acolhida e reproduzida pela mídia hegemônica) de que ela respeitava a porcentagem estipulada de quantidade que poderia depositar na barragem.
O grupo de estudo criado pelas professoras, além de trabalhar na responsabilização das mineradoras no crime ambiental, procura alertar sobre a nova barragem que a Vale planeja construir na Serra do Gandarela, tombada como patrimônio ambiental. A barragem que a Vale quer é dez vezes maior que a de Fundão. Os estudos apontam que, em caso de uma tragédia semelhante à de Mariana, os efeitos seriam de uma catástrofe mundial, com a poluição da costa das três américas e da África Atlântica, acabando com o rio Paraopeba e parte do São Francisco antes de chegar à costa africana, ao Caribe e à Flórida.
Os primeiros noticiários sobre o crime ambiental de Mariana excluíram totalmente a Vale da história e a culpa foi jogada somente para cima da Samarco. Nos dias seguintes, quando a mídia alternativa passou a esclarecer a população sobre o nome das empresas envolvidas (além da Samarco, BHP e Vale), a grande mídia finalmente resolveu envolver a Vale na história. Mesmo assim, as notícias negativas em relação à mineradora vinham acompanhadas de justificativas mirabolantes da direção da empresa.
Em fala durante o 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, a engenheira e professora da UFMG, especialista em risco, Sofia Carrato, afirmou que a escolha por privilegiar o nome da Samarco nos noticiários é simples. “Ela tem um capital muito inferior ao da Vale, sua dona majoritária, por isso, a perda de valor é menor. Se a Vale recebesse a devida culpa, o prejuízo à empresa e seus acionistas seria muito maior”, disse a especialista.
A Vale é uma das maiores patrocinadoras da grande mídia, que se tornou cúmplice da falta de ações das empresas na tragédia que deixou 19 mortos e pelo menos dois desaparecidos naquele dia 5 de novembro de 2015, quando a barragem de Fundão arrebentou, acabando com o vilarejo de Bento Gonçalves, enterrando boa parte da cidade de Mariana, matando o Rio Doce e poluindo o Oceano Atlântico naquela que foi considerada a maior tragédia ambiental do Brasil em todos os tempos e a maior no mundo envolvendo rejeitos minerais.
A professora Sofia e sua irmã Angela Carrato, professora de Comunicação Social também na UFMG, formaram o Grupo de Pesquisa Estação Liberdade, que está estudando as causas e consequências da tragédia em Mariana. O grupo vem acompanhando a ação do capital privado na exploração mineral no estado de Minas Gerais e aponta que campanhas populares contra a ação devastadora das mineradoras acontecem desde os anos 1980, com os adesivos de carro que reproduziam o slogan “olhe bem as montanhas”, alertando o povo para a mudança dramática que a paisagem das serras mineiras estavam sofrendo, com uma planificação causada pela exploração predatória.
Enquanto campanhas gritavam contra as mineradoras, a imprensa fazia vista grossa às provas científicas de uma catástrofe iminente. Outro estudo realizado pela UFMG aponta que o volume de rejeitos depositados em Fundão reduziria naturalmente o tempo de vida da barragem de 22 anos para 9 anos, o que contradiz a versão da Vale (acolhida e reproduzida pela mídia hegemônica) de que ela respeitava a porcentagem estipulada de quantidade que poderia depositar na barragem.
O grupo de estudo criado pelas professoras, além de trabalhar na responsabilização das mineradoras no crime ambiental, procura alertar sobre a nova barragem que a Vale planeja construir na Serra do Gandarela, tombada como patrimônio ambiental. A barragem que a Vale quer é dez vezes maior que a de Fundão. Os estudos apontam que, em caso de uma tragédia semelhante à de Mariana, os efeitos seriam de uma catástrofe mundial, com a poluição da costa das três américas e da África Atlântica, acabando com o rio Paraopeba e parte do São Francisco antes de chegar à costa africana, ao Caribe e à Flórida.
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