segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Os quatro assuntos explosivos de agosto

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

O temido agosto de 2016 chegou, finalmente. E o problema agora é saber como vai acabar...

Os quatro explosivos assuntos listados nesta coluna podem mudar a cara do País quando o mês chegar ao fim. Como será, ninguém sabe.

Por enquanto, o clima está carregado de incertezas, indefinições, receios, tensões, elucubrações, ameaças variadas - um campo fértil para analistas políticos, gerenciadores de crise, advogados e especialistas em segurança.

Vamos por partes, pela ordem:

Impeachment de Dilma

Entramos na fase decisiva do interminável processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. A contagem regressiva começa na terça, dia 2, quando o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) apresenta à Comissão Especial do Senado seu parecer final, que será votado no plenário uma semana depois. Para o processo prosseguir, basta maioria simples (41 dos 81 senadores), mas pelos números desta votação já se saberá qual a tendência no julgamento previsto para começar no dia 29, sob o comando do presidente do STF, Ricardo Lewandowski. A sessão poderá levar até cinco dias e são necessários dois terços dos votos (54) para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, o que neste momento é o mais provável de acontecer, segundo todos os levantamentos.

Cassação de Cunha

É dada como certa, mas ainda não tem data para ser consumada no plenário da Câmara. Rodrigo Maia, o novo presidente da Casa, anunciou que gostaria de marcar a votação para a segunda semana de agosto, sem muita convicção, porque quer antes garantir um quórum alto para o dia a ser marcado. Enquanto isso, Cunha faz de tudo para adiar a cassação, ameaçando mundos e fundos. Quer deixar tudo para depois da definição do impeachment de Dilma, achando que isso pode ajudá-lo, mas o governo interino tem pressa para se livrar logo do aliado que se tornou um estorvo.

Operação Lava Jato

Deve voltar com a corda toda após um breve recesso. Aqui entra o imponderável que pode mudar os dois cenários anteriores. Se Eduardo Cunha for cassado e preso em seguida pela Operação Lava Jato, como se especula, o ex-presidente da Câmara torna-se uma bomba-relógio que ameaça explodir tudo. De outro lado, se as delações premiadas das empreiteiras Odebrecht e OAS virem logo a público, podem não só selar definitivamente o destino de Dilma no processo de impeachment, como colocar na roda metade do Congresso Nacional, líderes partidários, ministros, o próprio sistema político.

Olimpíada Rio-2016

Começa na sexta-feira, dia 5, com 10 mil atletas vindos de 200 países e mais de 50 mil agentes de segurança espalhados pelas ruas e arenas esportivas para garantir a ordem, principal preocupação do governo e dos organizadores às vésperas da cerimônia de abertura. As imagens assustadoras dos ensaios das tropas militares nos últimos dias, as declarações de ministros sobre o risco de atentados e a prisão de 12 suspeitos de terrorismo transformaram o que deveria ser a grande festa do esporte mundial num cenário de filme de suspense em que tudo pode acontecer.

Preparem-se.

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