Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Os barões da mídia gostam de manter a pose à luz do sol, mas na sombra a história é bem diferente.
No último Roda Viva, o jornalista e escritor Carlos Maranhão falou sobre a biografia que lançou há pouco de Roberto Civita.
Num determinado momento, Maranhão citou traços fundamentais de RC.
Um deles, típico dos liberais clássicos, era a fé cega no mercado. O governo, para RC, jamais deveria se meter na economia.
É um credo compartilhado pelos demais barões da mídia.
Nos meus tempos de Globo, lembro que um dia João Roberto Marinho sugeriu que grafássemos Estado com o “e” inicial minúsculo. Era uma forma de mostrar o desprezo pelo Estado.
O problema é que todas as empresas jornalísticas brasileiras - eu disse todas - dependem visceralmente do governo.
Nenhuma delas sobreviveria se o governo seguisse o conselho delas e se ausentasse da economia.
São estadodependentes. Morreriam sem as mamatas e os privilégios que o Estado lhes oferece há décadas.
Publicidade bilionária, empréstimos em bancos oficiais a juros maternais e por aí vai - tudo com dinheiro público.
Maranhão, no Roda Viva, falou do dinheiro que a Abril gasta em papel todos os anos para imprimir suas revistas: 100 milhões de dólares.
O que ele não disse é que a Abril não recolhe impostos sobre o papel importado. Nem ela e nem qualquer outra empresa de mídia impressa. É o infame papel imune. (Imune de impostos.)
Com recursos do contribuinte, as companhias jornalísticas cresceram barbaramente.
Em tese, os governos petistas teriam armas para pressionar os barões a lhes dar um tratamento justo.
O ministro da Justiça de Geisel, Armando Falcão, dizia que isso jamais deveria ser esquecido pelos governantes: o poder do governo de influenciar as corporações de mídia em troca dos favores oferecidos.
Mas Lula e Dilma esqueceram, com as conhecidas consequências. Deram muito e não cobraram nada.
Foi seu erro fatal.
Veio o impeachment, veio o golpe - e os donos da mídia puderam continuar a louvar, com imensurável descaro, as virtudes de uma sociedade em que o Estado está fora da economia.
Os barões da mídia gostam de manter a pose à luz do sol, mas na sombra a história é bem diferente.
No último Roda Viva, o jornalista e escritor Carlos Maranhão falou sobre a biografia que lançou há pouco de Roberto Civita.
Num determinado momento, Maranhão citou traços fundamentais de RC.
Um deles, típico dos liberais clássicos, era a fé cega no mercado. O governo, para RC, jamais deveria se meter na economia.
É um credo compartilhado pelos demais barões da mídia.
Nos meus tempos de Globo, lembro que um dia João Roberto Marinho sugeriu que grafássemos Estado com o “e” inicial minúsculo. Era uma forma de mostrar o desprezo pelo Estado.
O problema é que todas as empresas jornalísticas brasileiras - eu disse todas - dependem visceralmente do governo.
Nenhuma delas sobreviveria se o governo seguisse o conselho delas e se ausentasse da economia.
São estadodependentes. Morreriam sem as mamatas e os privilégios que o Estado lhes oferece há décadas.
Publicidade bilionária, empréstimos em bancos oficiais a juros maternais e por aí vai - tudo com dinheiro público.
Maranhão, no Roda Viva, falou do dinheiro que a Abril gasta em papel todos os anos para imprimir suas revistas: 100 milhões de dólares.
O que ele não disse é que a Abril não recolhe impostos sobre o papel importado. Nem ela e nem qualquer outra empresa de mídia impressa. É o infame papel imune. (Imune de impostos.)
Com recursos do contribuinte, as companhias jornalísticas cresceram barbaramente.
Em tese, os governos petistas teriam armas para pressionar os barões a lhes dar um tratamento justo.
O ministro da Justiça de Geisel, Armando Falcão, dizia que isso jamais deveria ser esquecido pelos governantes: o poder do governo de influenciar as corporações de mídia em troca dos favores oferecidos.
Mas Lula e Dilma esqueceram, com as conhecidas consequências. Deram muito e não cobraram nada.
Foi seu erro fatal.
Veio o impeachment, veio o golpe - e os donos da mídia puderam continuar a louvar, com imensurável descaro, as virtudes de uma sociedade em que o Estado está fora da economia.
1 comentários:
E agora, José ???
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