terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Aécio Neves anda sumido. Virou pó?

Por Altamiro Borges

No início de fevereiro, a Folha serrista – que nunca morreu de amores pelo cambaleante Aécio Neves – publicou uma matéria destrutiva contra o presidente nacional do PSDB. Segundo a reportagem, assinada por Bela Megale, Marina Dias e Maria Cesar Carvalho, “o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, afirmou em sua delação premiada à Lava Jato que se reuniu com Aécio Neves (PSDB-MG) para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. A reunião, segundo o delator, ocorreu quando o tucano governava Minas Gerais”.

Benedicto Júnior, o BJ, disse aos procuradores que Aécio Neves orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. “De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema. Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos... Oswaldinho é um colaborador das campanhas do hoje senador mineiro. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra”.

A Cidade Administrativa, atual sede do governo mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio Neves como governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas Gerais. A Odebrecht foi responsável por 60% da construção milionária, participando de um consórcio que ainda contou com as empreiteiras OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. “Com Oswaldinho, que foi presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), as empresas negociariam, ainda de acordo com Benedicto Júnior, como seriam feitos os pagamentos”.

As informações de BJ em sua delação foram confirmadas e complementadas por Sergio Neves, ex-diretor da Odebrecht em Minas Gerais. “Sergio Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio... Benedicto Júnior e Sérgio Neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas pela presidente do STF, Cármen Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo”, acrescenta matéria da Folha de 2 de fevereiro.

A reportagem ainda lembra que “o nome de Oswaldinho também aparece em uma troca de mensagens de setembro de 2014 entre o então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Benedicto Júnior, que tratavam de uma doação de R$ 15 milhões ‘de recursos disponibilizados a Mineirinho via Sergio Neves’. ‘Combinei que Sergio Neves sentaria com OSW para ver forma (dentro das limitações que temos) de 15’, diz a mensagem enviada a BJ por Marcelo Odebrecht. Na campanha de 2014, em que foi derrotado por Dilma Rousseff (PT), Aécio recebeu R$ 15 milhões da empreiteira baiana como doação oficial”.

Depois destas revelações bombásticas, o cambaleante tucano tomou algum chá de sumiço. Ele simplesmente desapareceu, virou pó! Sabe-se apenas que, na alcova, ele segue negociando cargos no covil de Michel Temer. Ele já tentou emplacar o nome do novo ministro da Justiça e até indicou um comparsa para a presidência da Vale. Além das barganhas de bastidores, ele continua obrando seus artigos semanais de platitudes na Folha. Na semana passada, por exemplo, Aécio Neves pontificou que “sinais de melhora começam a despontar no Brasil”, listando os “avanços econômicos” do Judas Michel Temer. De fato, o cambaleante surtou. Precisa urgentemente ser internado!

Em tempo: Até agora, pelo menos em público, Aécio Neves não prestou qualquer solidariedade ao ex-governador Sergio Cabral, que permanece detido no Presídio de Bangu (RJ). É muita falta de consideração. Afinal, o tucano e o peemedebista sempre foram muito ligados – nas baladas e na ostentação. A ex-mulher do atual presidiário, Susana Neves, é prima do senador mineiro. Em recente depoimento na Polícia Federal, ela afirmou que recebia uma mesada de cerca de R$ 20 mil de Carlos Bezerra, apontado como o operador do bilionário esquema de corrupção liderado pelo ex-governador carioca. Tudo em família ou famiglia!

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1 comentários:

Afonso disse...

E pq será que o sr. moro não o mandou prender até agora? Será que um amigo meu tem razão? Ele acha que o moro só está interessado no Lula!
Coitado...