Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Romero Jucá pratica a grosseria verbal com rara franqueza e acaba, por isso, deixando as verdades peladas na praça.
Ou o “estancar essa porra” que a gravação de Sérgio Machado revelou ser seu desejo em relação à Lava Jato, bem como o seu projeto de que “com o Michel tem acordo”, inclusive com o STF, não acabaram se tornando realidade que todos estão vendo?
Hoje, na manchete do Estadão, o líder do Governo no Senado tem mais um arroubo de sinceridade.
“Suruba judicial” só se for ampla, geral e irrestrita. Irrestrita para “eles”, bem entendido.
É um rasgo de grosseria que permite ver o quanto há de demagogia nas declarações contrárias à prerrogativa de foro por função, uma instituição que nada deveria ter a ver com impunidade, mas que, com imenso oportunismo, foi levantada como argumento capenga para impedir Lula de ocupar a Casa Civil de Dilma Rousseff – que o ministro Celso de Mello aposentou com um “podemos tirar, se achar melhor” no caso de Moreira Franco.
Muito menos é algo que beneficie apenas, ou especialmente, os políticos.Em número, disparado, são os juízes que desfrutam desta condição, seguidos pelos membros do Ministério Público, e só então parlamentares e ministros (ou secretários estaduais).
Uso o número que o Dr. Deltan Powerpoint Dallagnol utilizou certa feita para condenar o foro vinculado: 22 mil seriam seus beneficiários. São mais, mas aceito, para raciocinar.
16.812 deles, segundo o censo do CNJ, são juízes. Ou três quartos dos integrantes do que Jucá chamou de “suruba”. Some aí os promotores de Justiça, nos Estados e os da União e se verá que restam poucas vagas na chalana.
Alguém acredita que retirar parlamentares dos tribunais colegiados deixando-os ao sabor de juízes de comarca, boa parte deles afundados na política paroquial e outros tantos acometidos da síndrome da divindade, como estamos assistindo, vá “desafogar” a Justiça?
O moralismo não é apenas sempre imbecil e reducionista. Frequentemente, é capa para objetivos inconfessáveis, privilégios indefensáveis e usurpação de poder.
Quanto à moralidade republicana e o “todos são iguais perante a lei”, bem fariam os juízes e promotores se revogassem os gordos penduricalhos que se concedem e aí voltassem a tocar no assunto.
Enquanto isso, ninguém pode dizer que Jucá esteja falando algo que não seja a imoral verdade.
Romero Jucá pratica a grosseria verbal com rara franqueza e acaba, por isso, deixando as verdades peladas na praça.
Ou o “estancar essa porra” que a gravação de Sérgio Machado revelou ser seu desejo em relação à Lava Jato, bem como o seu projeto de que “com o Michel tem acordo”, inclusive com o STF, não acabaram se tornando realidade que todos estão vendo?
Hoje, na manchete do Estadão, o líder do Governo no Senado tem mais um arroubo de sinceridade.
“Suruba judicial” só se for ampla, geral e irrestrita. Irrestrita para “eles”, bem entendido.
É um rasgo de grosseria que permite ver o quanto há de demagogia nas declarações contrárias à prerrogativa de foro por função, uma instituição que nada deveria ter a ver com impunidade, mas que, com imenso oportunismo, foi levantada como argumento capenga para impedir Lula de ocupar a Casa Civil de Dilma Rousseff – que o ministro Celso de Mello aposentou com um “podemos tirar, se achar melhor” no caso de Moreira Franco.
Muito menos é algo que beneficie apenas, ou especialmente, os políticos.Em número, disparado, são os juízes que desfrutam desta condição, seguidos pelos membros do Ministério Público, e só então parlamentares e ministros (ou secretários estaduais).
Uso o número que o Dr. Deltan Powerpoint Dallagnol utilizou certa feita para condenar o foro vinculado: 22 mil seriam seus beneficiários. São mais, mas aceito, para raciocinar.
16.812 deles, segundo o censo do CNJ, são juízes. Ou três quartos dos integrantes do que Jucá chamou de “suruba”. Some aí os promotores de Justiça, nos Estados e os da União e se verá que restam poucas vagas na chalana.
Alguém acredita que retirar parlamentares dos tribunais colegiados deixando-os ao sabor de juízes de comarca, boa parte deles afundados na política paroquial e outros tantos acometidos da síndrome da divindade, como estamos assistindo, vá “desafogar” a Justiça?
O moralismo não é apenas sempre imbecil e reducionista. Frequentemente, é capa para objetivos inconfessáveis, privilégios indefensáveis e usurpação de poder.
Quanto à moralidade republicana e o “todos são iguais perante a lei”, bem fariam os juízes e promotores se revogassem os gordos penduricalhos que se concedem e aí voltassem a tocar no assunto.
Enquanto isso, ninguém pode dizer que Jucá esteja falando algo que não seja a imoral verdade.
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