Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
A instabilidade política provocada pelo golpe, que incluiu um ataque deliberado a um dos setores situados no núcleo da economia brasileira, o de construção civil, mais a decisão do governo atual de cortar qualquer investimento, produziram a maior crise varejista da história do país.
Trecho de matéria publicada há pouco no Estadão:
SÃO PAULO – O comércio varejista brasileiro teve o pior ano da sua história em 2016. O setor bateu recordes de fechamento de lojas, de demissões e de queda nas vendas. Entre aberturas e fechamentos, 108,7 mil lojas formais encerraram as atividades no País no ano passado e 182 mil trabalhadores foram demitidos, descontadas as admissões do período, revela um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). O ano superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidade de lojas desativadas como em vagas fechadas. Em dois anos, o comércio encolheu em mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos.
“Foram três recordes negativos em 2016”, ressalta Fabio Bentes, economista da CNC e responsável pelo estudo, feito a partir de dados das empresas informantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O tombo nas vendas até novembro, o último dado disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi de 8,8% no ano e de 9,1% em 12 meses para o comércio ampliado, que inclui veículos e materiais de construção (o IBGE divulga os números finais do varejo brasileiro amanhã).
O irônico – se é que possível ironia diante de tal desgraça – é que tanto o Estadão quanto os economistas entrevistados, certamente para afastar um pouco a consciência de culpa por não terem previsto o óbvio, o de que o golpe iria resultar num desastre econômico de proporções continentais, ainda tentam encontrar razões para otimismo.
A ironia consiste no fato de que, no passado, quando havia, aí sim, razões de sobra para otimismo, em função do aumento do emprego, das vendas, da arrecadação fiscal, havia uma espécie de coro orquestrado, entre imprensa e dirigentes patronais, para negar qualquer tipo de otimismo. Venderam desgraça quando as coisas estavam boas e agora tentam vender otimismo quando a desgraça se instalou.
Independente da opinião – inútil – dos dirigentes patronais entrevistados, o fato é que a crise atingiu em cheio até mesmo o setor de lojas de luxo, que antes sobreviviam aos piores momentos da economia.
Repare, no gráfico do Estadão, que a abertura de lojas, na diferença com o fechamento delas, se mantinha no positivo durante todo o período pré-golpe. É partir do impeachment ilegal e midiático de Dilma Rousseff, articulado a partir da profunda instabilidade praticada em 2015, quando a oposição começa a sabotar qualquer iniciativa do governo no Congresso e as conspirações midiático-judiciais começam o trabalho de paralisar obras e destruir empresas em toda parte, que as coisas degringolam rapidamente.
O povo brasileiro paga por sua passividade. É ele que está sendo jogado novamente no desemprego e na miséria.
Mas não dá para culpá-lo por algo que ele simplesmente não sabia, porque a grande mídia lhe manteve inteiramente alienado e o governo Dilma, por sua vez, se manteve apático, criminosamente apático, diante do massacre diário a que era submetido.
A instabilidade política provocada pelo golpe, que incluiu um ataque deliberado a um dos setores situados no núcleo da economia brasileira, o de construção civil, mais a decisão do governo atual de cortar qualquer investimento, produziram a maior crise varejista da história do país.
Trecho de matéria publicada há pouco no Estadão:
SÃO PAULO – O comércio varejista brasileiro teve o pior ano da sua história em 2016. O setor bateu recordes de fechamento de lojas, de demissões e de queda nas vendas. Entre aberturas e fechamentos, 108,7 mil lojas formais encerraram as atividades no País no ano passado e 182 mil trabalhadores foram demitidos, descontadas as admissões do período, revela um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). O ano superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidade de lojas desativadas como em vagas fechadas. Em dois anos, o comércio encolheu em mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos.
“Foram três recordes negativos em 2016”, ressalta Fabio Bentes, economista da CNC e responsável pelo estudo, feito a partir de dados das empresas informantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O tombo nas vendas até novembro, o último dado disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi de 8,8% no ano e de 9,1% em 12 meses para o comércio ampliado, que inclui veículos e materiais de construção (o IBGE divulga os números finais do varejo brasileiro amanhã).
O irônico – se é que possível ironia diante de tal desgraça – é que tanto o Estadão quanto os economistas entrevistados, certamente para afastar um pouco a consciência de culpa por não terem previsto o óbvio, o de que o golpe iria resultar num desastre econômico de proporções continentais, ainda tentam encontrar razões para otimismo.
A ironia consiste no fato de que, no passado, quando havia, aí sim, razões de sobra para otimismo, em função do aumento do emprego, das vendas, da arrecadação fiscal, havia uma espécie de coro orquestrado, entre imprensa e dirigentes patronais, para negar qualquer tipo de otimismo. Venderam desgraça quando as coisas estavam boas e agora tentam vender otimismo quando a desgraça se instalou.
Independente da opinião – inútil – dos dirigentes patronais entrevistados, o fato é que a crise atingiu em cheio até mesmo o setor de lojas de luxo, que antes sobreviviam aos piores momentos da economia.
Repare, no gráfico do Estadão, que a abertura de lojas, na diferença com o fechamento delas, se mantinha no positivo durante todo o período pré-golpe. É partir do impeachment ilegal e midiático de Dilma Rousseff, articulado a partir da profunda instabilidade praticada em 2015, quando a oposição começa a sabotar qualquer iniciativa do governo no Congresso e as conspirações midiático-judiciais começam o trabalho de paralisar obras e destruir empresas em toda parte, que as coisas degringolam rapidamente.
O povo brasileiro paga por sua passividade. É ele que está sendo jogado novamente no desemprego e na miséria.
Mas não dá para culpá-lo por algo que ele simplesmente não sabia, porque a grande mídia lhe manteve inteiramente alienado e o governo Dilma, por sua vez, se manteve apático, criminosamente apático, diante do massacre diário a que era submetido.
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