Por Altamiro Borges
A Folha parece saber de algo muito podre que não quer compartilhar com seus leitores. Nesta sexta-feira (10), o jornal voltou a tratar do hacker que grampeou o celular de Marcela Temer, a primeira-dama “recatada e do lar” do covil golpista. A matéria não dá maiores detalhes sobre o áudio, mas sinaliza que é pesado e que poderia, inclusive, abortar a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF). Isto porque o brucutu, quando ainda era secretário de Segurança Pública em São Paulo, foi o responsável por impedir seu vazamento. Isto ajudaria a explicar a eterna “gratidão” de Michel Temer.
Segundo a nova reportagem, assinada por Pedro Ladeira, “um áudio usado por um hacker para tentar extorquir dinheiro da primeira-dama, Marcela Temer, em abril do ano passado, jogaria o nome do então vice-presidente, Michel Temer, ‘na lama’, segundo ameaça do criminoso. O áudio, furtado de um celular de Marcela clonado pelo hacker Silvonei de Jesus Souza, era uma mensagem de voz de WhatsApp enviada originalmente por ela ao irmão, Karlo Augusto Araújo. Todo o conteúdo de um celular e contas de e-mail de Marcela foram furtados por Souza”.
Na ocasião, o hacker escreveu diretamente para Marcela Temer: “Pois bem como achei que esse vídeo joga o nome de vosso marido na lama. Quando você disse que ele tem um marqueteiro que faz a parte baixo nível... pensei em ganhar algum com isso!". Ele teria pedido R$ 300 mil para não divulgar o áudio. Uma forte operação policial foi montada para encontrar o hacker e, em outubro passado, ele foi condenado a cinco anos e 10 meses de prisão por estelionato e extorsão e cumpre pena no presídio de Tremembé, no interior paulista.
Como lembra a matéria, “o caso foi tratado com muita discrição pelas autoridades paulistas” – e também pela mídia chapa-branca. “Sob o comando do então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça licenciado e indicado por Temer a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Civil paulista criou uma força-tarefa com cinco delegados, 25 investigadores e três peritos para prender o hacker”. A rápida apuração do crime cibernético e prisão do chantagista – tudo com “muita discrição” – rendeu frutos. O serviçal ganhou a “confiança de Michel Temer”.
Vale conferir esta relação carnal em outra reportagem da mesma Folha, assinada por Daniela Lima e Thais Bilenky:
*****
Alexandre de Moraes ainda era secretário de Segurança de São Paulo quando o então vice-presidente, Michel Temer, o procurou, em abril de 2016. O celular de Marcela, hoje primeira-dama, havia sido clonado. Um homem acessara seus e-mails e fotos íntimas e pedia dinheiro para não espalhar os dados. Moraes tratou de tudo pessoalmente, com discrição. Em cerca de 40 dias, prendeu o responsável. Nenhum detalhe vazou. Deu a Temer demonstração cabal de que merecia seu voto de confiança.
Os dois já conviviam havia mais de 20 anos. Conheceram-se na seara acadêmica, mas se aproximaram com a política. Em sua trajetória, Moraes sempre fez questão de alinhar as duas correntes. Promotor de carreira, primeiro galgou espaços no universo acadêmico. Fez especializações, doutorado. Escreveu livros de Direito Constitucional que venderam bem. Depois, advogado, projetou-se como conselheiro de políticos e grupos influentes.
Temer sempre teve lugar de destaque nas relações que Moraes gosta de alardear. Ele devota amizade a outros nomes, como o governador Geraldo Alckmin (SP). No PSDB, se aproximou recentemente do chanceler José Serra e do senador Aécio Neves (MG), mas é alckmista. Será indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) com o apoio de ao menos três partidos: PMDB, DEM e PSDB – hoje ele é tucano, mas já foi filiado às outras duas siglas.
(...)
Alçado à Presidência, Temer o convidou para ser ministro. Ele titubeou: via chances de disputar a prefeitura de São Paulo ou o governo do Estado, com o apoio de Alckmin. Temer lançou um argumento infalível. Disse que conhecia o sonho de Moraes de ser ministro do STF e concluiu: "Ninguém chega lá sem passar por Brasília". Nomeado para a Justiça, Moraes foi acusado de não ter tato para o cargo. Antecipou uma ação da Lava Jato e, recentemente, foi criticado durante a crise carcerária. Com a morte do ministro Teoria Zavascki, submergiu. Foi blindado e abraçado pelo PMDB e pelo PSDB. No último domingo (5), à noite, recebeu a ligação que tanto esperava. Era um colega da Esplanada. "O Michel te escolheu. Vai ser você."
A Folha parece saber de algo muito podre que não quer compartilhar com seus leitores. Nesta sexta-feira (10), o jornal voltou a tratar do hacker que grampeou o celular de Marcela Temer, a primeira-dama “recatada e do lar” do covil golpista. A matéria não dá maiores detalhes sobre o áudio, mas sinaliza que é pesado e que poderia, inclusive, abortar a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF). Isto porque o brucutu, quando ainda era secretário de Segurança Pública em São Paulo, foi o responsável por impedir seu vazamento. Isto ajudaria a explicar a eterna “gratidão” de Michel Temer.
Segundo a nova reportagem, assinada por Pedro Ladeira, “um áudio usado por um hacker para tentar extorquir dinheiro da primeira-dama, Marcela Temer, em abril do ano passado, jogaria o nome do então vice-presidente, Michel Temer, ‘na lama’, segundo ameaça do criminoso. O áudio, furtado de um celular de Marcela clonado pelo hacker Silvonei de Jesus Souza, era uma mensagem de voz de WhatsApp enviada originalmente por ela ao irmão, Karlo Augusto Araújo. Todo o conteúdo de um celular e contas de e-mail de Marcela foram furtados por Souza”.
Na ocasião, o hacker escreveu diretamente para Marcela Temer: “Pois bem como achei que esse vídeo joga o nome de vosso marido na lama. Quando você disse que ele tem um marqueteiro que faz a parte baixo nível... pensei em ganhar algum com isso!". Ele teria pedido R$ 300 mil para não divulgar o áudio. Uma forte operação policial foi montada para encontrar o hacker e, em outubro passado, ele foi condenado a cinco anos e 10 meses de prisão por estelionato e extorsão e cumpre pena no presídio de Tremembé, no interior paulista.
Como lembra a matéria, “o caso foi tratado com muita discrição pelas autoridades paulistas” – e também pela mídia chapa-branca. “Sob o comando do então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça licenciado e indicado por Temer a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Civil paulista criou uma força-tarefa com cinco delegados, 25 investigadores e três peritos para prender o hacker”. A rápida apuração do crime cibernético e prisão do chantagista – tudo com “muita discrição” – rendeu frutos. O serviçal ganhou a “confiança de Michel Temer”.
Vale conferir esta relação carnal em outra reportagem da mesma Folha, assinada por Daniela Lima e Thais Bilenky:
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Alexandre de Moraes ainda era secretário de Segurança de São Paulo quando o então vice-presidente, Michel Temer, o procurou, em abril de 2016. O celular de Marcela, hoje primeira-dama, havia sido clonado. Um homem acessara seus e-mails e fotos íntimas e pedia dinheiro para não espalhar os dados. Moraes tratou de tudo pessoalmente, com discrição. Em cerca de 40 dias, prendeu o responsável. Nenhum detalhe vazou. Deu a Temer demonstração cabal de que merecia seu voto de confiança.
Os dois já conviviam havia mais de 20 anos. Conheceram-se na seara acadêmica, mas se aproximaram com a política. Em sua trajetória, Moraes sempre fez questão de alinhar as duas correntes. Promotor de carreira, primeiro galgou espaços no universo acadêmico. Fez especializações, doutorado. Escreveu livros de Direito Constitucional que venderam bem. Depois, advogado, projetou-se como conselheiro de políticos e grupos influentes.
Temer sempre teve lugar de destaque nas relações que Moraes gosta de alardear. Ele devota amizade a outros nomes, como o governador Geraldo Alckmin (SP). No PSDB, se aproximou recentemente do chanceler José Serra e do senador Aécio Neves (MG), mas é alckmista. Será indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) com o apoio de ao menos três partidos: PMDB, DEM e PSDB – hoje ele é tucano, mas já foi filiado às outras duas siglas.
(...)
Alçado à Presidência, Temer o convidou para ser ministro. Ele titubeou: via chances de disputar a prefeitura de São Paulo ou o governo do Estado, com o apoio de Alckmin. Temer lançou um argumento infalível. Disse que conhecia o sonho de Moraes de ser ministro do STF e concluiu: "Ninguém chega lá sem passar por Brasília". Nomeado para a Justiça, Moraes foi acusado de não ter tato para o cargo. Antecipou uma ação da Lava Jato e, recentemente, foi criticado durante a crise carcerária. Com a morte do ministro Teoria Zavascki, submergiu. Foi blindado e abraçado pelo PMDB e pelo PSDB. No último domingo (5), à noite, recebeu a ligação que tanto esperava. Era um colega da Esplanada. "O Michel te escolheu. Vai ser você."
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