Por Altamiro Borges
Apesar das sucessivas quedas no "ministério de notáveis" corruptos – sete já foram defecados do covil golpista –, Michel Temer insiste em nomear como ministros velhacos suspeitos por atos ilícitos. Nesta quinta-feira (2), o usurpador anunciou que o substituto de José Serra – o "Careca" da lista de propinas da Odebrecht – no Ministério das Relações Exteriores será Aloysio Nunes (PSDB-SP), que também é citado nas delações premiadas de executivos de várias empreiteiras investigadas por corrupção, como a UTC. Parece que o critério adotado pelo Judas – que não se incomoda com a "suruba" em Brasília – é indicar para o seu governo ilegítimo políticos cada vez mais identificados com posições hidrófobas da direita. O tucano Aloysio Nunes se encaixa perfeitamente neste currículo.
Deixando de lado as baboseiras do jornal O Globo, Aloysio Nunes é famoso por seu temperamento intempestivo e agressivo. Já bateu boca com inúmeros senadores e jornalistas – algumas destas cenas de truculência inclusive viralizaram na internet. Ele não tem nada de diplomata. Logo após a derrota do cambaleante Aécio Neves nas eleições de 2014, o seu vice na chapa espumou ódio e esbravejou que o objetivo principal da oposição de direita seria o de "sangrar" a presidenta Dilma. Na ocasião, o jornalista e comentarista esportivo Juca Kfouri reagiu indignado. "Isto não é atitude de um senador, é atitude de um pitbull". O apelido pegou. Agora, o pitbull será o ministro de Relações Exteriores da gangue de Michel Temer. Baita escolha!
PSDB e a biografia de Aloysio Nunes
Por Kiko Nogueira - 23 de outubro de 2014
Leia também:
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- O golpista Aloysio Nunes está no foco
- Aloysio Nunes e Veja: “Pqp”!
- O tucano Aloysio Nunes some no Caixa-2
- Golpista tucano presta contas nos EUA
- PSDB se aproxima da extrema-direita?
- Aloysio Nunes e a invisibilidade na mídia
- Senadores do PSDB: nepotismo e 'fantasmas'
- Aloysio Nunes afunda no propinoduto
- Mídia esconde Aécio, Serra e Aloysio
- A utilidade da delação do dono da UTC
- Privataria tucana: bate-boca no Senado
- O repúdio aos golpistas da Venezuela
- Aloysio Nunes quer acelerar a terceirização
- A falsa democracia de Aloysio Nunes
Apesar das sucessivas quedas no "ministério de notáveis" corruptos – sete já foram defecados do covil golpista –, Michel Temer insiste em nomear como ministros velhacos suspeitos por atos ilícitos. Nesta quinta-feira (2), o usurpador anunciou que o substituto de José Serra – o "Careca" da lista de propinas da Odebrecht – no Ministério das Relações Exteriores será Aloysio Nunes (PSDB-SP), que também é citado nas delações premiadas de executivos de várias empreiteiras investigadas por corrupção, como a UTC. Parece que o critério adotado pelo Judas – que não se incomoda com a "suruba" em Brasília – é indicar para o seu governo ilegítimo políticos cada vez mais identificados com posições hidrófobas da direita. O tucano Aloysio Nunes se encaixa perfeitamente neste currículo.
Como registrou o próprio site do jornal O Globo, ao anunciar excitado o novo ministro, "ao longo de sua trajetória, Aloysio Nunes Ferreira se transformou de um radical militante de esquerda em um político autor de propostas associadas a setores conservadores, como a redução da maioridade penal para crimes hediondos. Ao mesmo tempo, o tucano de 71 anos acumulou postos de destaque como ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, homem forte do governo José Serra em São Paulo e vice na chapa presidencial de Aécio Neves em 2014". Ex-militante do PCB e da Ação Libertadora Nacional (ALN), ele virou um entusiasta das ideias neoliberais e um direitista convicto.
"No Senado, Aloysio Nunes assumiu a linha de frente da oposição ao governo da sua ex-colega de luta armada [Dilma Rousseff]. Assim como Serra, o seu antecessor no ministério, era um crítico duro da política externa dos governos petistas e defensor, por exemplo, de sanções à Venezuela por causa da escalada autoritária do governo de Nicolás Maduro. Em 2015, ele viajou com outros parlamentares brasileiros ao país e foi hostilizado, causando uma crise diplomática". O jornal O Globo, por razões óbvias, só não registra que a tal viagem da gangue antichavista virou motivo de galhofa internacional e caiu no ridículo na própria midia nativa.
Deixando de lado as baboseiras do jornal O Globo, Aloysio Nunes é famoso por seu temperamento intempestivo e agressivo. Já bateu boca com inúmeros senadores e jornalistas – algumas destas cenas de truculência inclusive viralizaram na internet. Ele não tem nada de diplomata. Logo após a derrota do cambaleante Aécio Neves nas eleições de 2014, o seu vice na chapa espumou ódio e esbravejou que o objetivo principal da oposição de direita seria o de "sangrar" a presidenta Dilma. Na ocasião, o jornalista e comentarista esportivo Juca Kfouri reagiu indignado. "Isto não é atitude de um senador, é atitude de um pitbull". O apelido pegou. Agora, o pitbull será o ministro de Relações Exteriores da gangue de Michel Temer. Baita escolha!
Reproduzo abaixo uma breve biografia do tucano raivoso publicada no blog Diário do Centro Mundo em outubro de 2014. Ela ajuda a entender melhor a trajetória do sujeito que ocupará o Itamaraty:
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PSDB e a biografia de Aloysio Nunes
Por Kiko Nogueira - 23 de outubro de 2014
Uma das acusações preferidas de aecistas cavernistas a Dilma Rousseff é a de que se trata de uma “ex-terrorista, assaltante de banco e subversiva”. Uma vez comunista, sempre comunista.
Se antes esse era um discurso de bolsonaros doentes, ganhou um estatuto mainstream. O senador Álvaro Dias, por exemplo, do PSDB, conseguiu enxergar uma bandeira cubana no clipe da Copa do Mundo. Aécio Neves, mesmo, falou para a adversária no debate do SBT que não continuaria dando dinheiro para “as ditaduras que você apoia”.
É claro que eles não acreditam realmente nessa conversa mole da Guerra Fria. Mas, como tem ressonância entre milhares de burros, eles vão falando.
Com essa radicalização, é sintomático que a chapa de Aécio faça força para esconder seu próprio “ex-terrorista”, o vice Aloysio Nunes Ferreira.
No início do mês, o TSE multou Aécio em 40 mil reais por oito inserções na TV em que o nome de Aloysio não aparecia. “Revela-se impossível que o candidato não teve ciência do conteúdo da publicidade veiculada nas inserções impugnadas, tendo em vista que, repise-se, fora apresentada por ele próprio, muito próximo à realização do pleito”, escreveu o ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
No site oficial da candidatura, a biografia de Aloysio é sucinta. “Com 18 anos, entra no movimento estudantil e inicia sua militância política nos momentos que precederam o golpe de 64. Filia-se ao MDB em 1966, logo após sua fundação. Presidiu o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, em 1967. É perseguido pelo governo militar e parte para o exílio na França, onde vive por 11 anos. Mesmo distante, denuncia as violações aos direitos humanos praticados contra os opositores da ditadura brasileira. Com a anistia, voltou ao Brasil e participou da fundação do PMDB”.
É uma edição marota. A face de Aloysio que os aecistas gostam de ver é a do autor do projeto de lei pela redução da maioridade penal, a do sujeito que xinga ciclovias etc. A que não gostariam de ver, se a conhecessem melhor, é a que o aproxima da Dilma do fim dos anos 60, começo dos 70, devidamente renegada (o que, de resto, é de seu absoluto direito).
Aloysio militou na luta armada pela Ação Libertadora Nacional. Dilma era da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
Ele conheceu seus companheiros quando presidiu o Centro Acadêmico XI de Agosto. Era filiado ao clandestino PCB.
A ALN era liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. “Ele [Marighella] tinha uma confiança muito grande no Aloysio. Era muito bem quisto por ele. Falava muito bem do senador, que já era muito culto”, disse a ex-militante Iara Xavier Pereira à Carta Capital.
“Mateus” - seu nome de guerra mais usado - era motorista do chefe. Em 1968, participou do assalto ao trem pagador da extinta estrada de ferro Santos-Jundiaí. Aloysio teria dirigido o carro da fuga, levando malotes de dinheiro. Também tomou parte do assalto ao carro-pagador da Massey-Ferguson na praça Benedito Calixto, em Pinheiros.
Foi mandado a Paris com um passaporte falso. Condenado pela Lei de Segurança Nacional, virou representante da ALN no exterior. Fez um acordo com a Argélia para treinar brasileiros na guerrilha.
Em 1979, assinada a Anistia, voltou ao Brasil. Desfiliou-se do PCB e entrou no MDB e depois no PMDB, onde começou uma carreira bem sucedida. Foi deputado estadual de 1983 a 1991 em SP, e vice-governador na gestão de Luiz Antônio Fleury Filho.
Em 1997, filiou-se ao PSDB. No governo FHC, foi ministro da Justiça e secretário geral da presidência. Quando Serra era governador, Aloysio ocupou o cargo de chefe da Casa Civil. Em 2010, elegeu-se senador com o recorde de 11 milhões de votos.
Aloysio é natural de São José do Rio Preto, interior do estado. Há uma estrada com seu nome na cidade (SJR-419). Ele é dono de uma fazenda na vizinha Pontalinda. Em maio de 2009, a polícia militar encontrou um tambor de leite com 19 quilos de pasta base de cocaína, 515 gramas de crack e 13 cartuchos para pistola numa área isolada da propriedade.
“O doutor Aloysio é vítima”, disse o delegado Antônio Mestre Júnior, chefe da Polícia Civil na área de São José do Rio Preto, à Folha. “Os criminosos escolheram a propriedade pela sua localização geográfica e facilidade de esconderam a droga ali”. No “Diário”, publicação de Rio Preto e arredores, a assessoria do então secretário de Serra declarou que “foi o namorado da filha de seu caseiro, um policial militar, que suspeitou da movimentação e acionou a polícia”. A droga, incinerada de acordo com o delegado Mestrinho, valia 800 mil reais. A história morreu aí.
“Fui mais longe do que ela [Dilma]. Mas isso não me impede de hoje ter uma visão absolutamente crítica, não só da tática, mas da concepção desses movimentos”, diz ele sobre seu passado. “Atacávamos a ditadura por uma via que não era democrática.”
Na noite de ontem, um ato pró-Aécio na capital paulista reuniu mil pessoas gritando “Ai que maravilha, a Dilma vai pra Cuba e o Aécio pra Brasília” e “Dilma terrorista”. Aloysio não foi visto.
Se antes esse era um discurso de bolsonaros doentes, ganhou um estatuto mainstream. O senador Álvaro Dias, por exemplo, do PSDB, conseguiu enxergar uma bandeira cubana no clipe da Copa do Mundo. Aécio Neves, mesmo, falou para a adversária no debate do SBT que não continuaria dando dinheiro para “as ditaduras que você apoia”.
É claro que eles não acreditam realmente nessa conversa mole da Guerra Fria. Mas, como tem ressonância entre milhares de burros, eles vão falando.
Com essa radicalização, é sintomático que a chapa de Aécio faça força para esconder seu próprio “ex-terrorista”, o vice Aloysio Nunes Ferreira.
No início do mês, o TSE multou Aécio em 40 mil reais por oito inserções na TV em que o nome de Aloysio não aparecia. “Revela-se impossível que o candidato não teve ciência do conteúdo da publicidade veiculada nas inserções impugnadas, tendo em vista que, repise-se, fora apresentada por ele próprio, muito próximo à realização do pleito”, escreveu o ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
No site oficial da candidatura, a biografia de Aloysio é sucinta. “Com 18 anos, entra no movimento estudantil e inicia sua militância política nos momentos que precederam o golpe de 64. Filia-se ao MDB em 1966, logo após sua fundação. Presidiu o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, em 1967. É perseguido pelo governo militar e parte para o exílio na França, onde vive por 11 anos. Mesmo distante, denuncia as violações aos direitos humanos praticados contra os opositores da ditadura brasileira. Com a anistia, voltou ao Brasil e participou da fundação do PMDB”.
É uma edição marota. A face de Aloysio que os aecistas gostam de ver é a do autor do projeto de lei pela redução da maioridade penal, a do sujeito que xinga ciclovias etc. A que não gostariam de ver, se a conhecessem melhor, é a que o aproxima da Dilma do fim dos anos 60, começo dos 70, devidamente renegada (o que, de resto, é de seu absoluto direito).
Aloysio militou na luta armada pela Ação Libertadora Nacional. Dilma era da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
Ele conheceu seus companheiros quando presidiu o Centro Acadêmico XI de Agosto. Era filiado ao clandestino PCB.
A ALN era liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. “Ele [Marighella] tinha uma confiança muito grande no Aloysio. Era muito bem quisto por ele. Falava muito bem do senador, que já era muito culto”, disse a ex-militante Iara Xavier Pereira à Carta Capital.
“Mateus” - seu nome de guerra mais usado - era motorista do chefe. Em 1968, participou do assalto ao trem pagador da extinta estrada de ferro Santos-Jundiaí. Aloysio teria dirigido o carro da fuga, levando malotes de dinheiro. Também tomou parte do assalto ao carro-pagador da Massey-Ferguson na praça Benedito Calixto, em Pinheiros.
Foi mandado a Paris com um passaporte falso. Condenado pela Lei de Segurança Nacional, virou representante da ALN no exterior. Fez um acordo com a Argélia para treinar brasileiros na guerrilha.
Em 1979, assinada a Anistia, voltou ao Brasil. Desfiliou-se do PCB e entrou no MDB e depois no PMDB, onde começou uma carreira bem sucedida. Foi deputado estadual de 1983 a 1991 em SP, e vice-governador na gestão de Luiz Antônio Fleury Filho.
Em 1997, filiou-se ao PSDB. No governo FHC, foi ministro da Justiça e secretário geral da presidência. Quando Serra era governador, Aloysio ocupou o cargo de chefe da Casa Civil. Em 2010, elegeu-se senador com o recorde de 11 milhões de votos.
Aloysio é natural de São José do Rio Preto, interior do estado. Há uma estrada com seu nome na cidade (SJR-419). Ele é dono de uma fazenda na vizinha Pontalinda. Em maio de 2009, a polícia militar encontrou um tambor de leite com 19 quilos de pasta base de cocaína, 515 gramas de crack e 13 cartuchos para pistola numa área isolada da propriedade.
“O doutor Aloysio é vítima”, disse o delegado Antônio Mestre Júnior, chefe da Polícia Civil na área de São José do Rio Preto, à Folha. “Os criminosos escolheram a propriedade pela sua localização geográfica e facilidade de esconderam a droga ali”. No “Diário”, publicação de Rio Preto e arredores, a assessoria do então secretário de Serra declarou que “foi o namorado da filha de seu caseiro, um policial militar, que suspeitou da movimentação e acionou a polícia”. A droga, incinerada de acordo com o delegado Mestrinho, valia 800 mil reais. A história morreu aí.
“Fui mais longe do que ela [Dilma]. Mas isso não me impede de hoje ter uma visão absolutamente crítica, não só da tática, mas da concepção desses movimentos”, diz ele sobre seu passado. “Atacávamos a ditadura por uma via que não era democrática.”
Na noite de ontem, um ato pró-Aécio na capital paulista reuniu mil pessoas gritando “Ai que maravilha, a Dilma vai pra Cuba e o Aécio pra Brasília” e “Dilma terrorista”. Aloysio não foi visto.
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- Aloysio Nunes mentiu? Será cassado?
- O golpista Aloysio Nunes está no foco
- Aloysio Nunes e Veja: “Pqp”!
- O tucano Aloysio Nunes some no Caixa-2
- Golpista tucano presta contas nos EUA
- PSDB se aproxima da extrema-direita?
- Aloysio Nunes e a invisibilidade na mídia
- Senadores do PSDB: nepotismo e 'fantasmas'
- Aloysio Nunes afunda no propinoduto
- Mídia esconde Aécio, Serra e Aloysio
- A utilidade da delação do dono da UTC
- Privataria tucana: bate-boca no Senado
- O repúdio aos golpistas da Venezuela
- Aloysio Nunes quer acelerar a terceirização
- A falsa democracia de Aloysio Nunes
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