Por Jeferson Miola
O ministro Eliseu Padilha, batizado com o codinome de “Primo” nas planilhas de propinas da Odebrecht, é um cadáver putrefato; mas esse é, incrivelmente, o fator curricular que lhe confere função de proa no governo golpista.
A cada dia surgem detalhes esclarecedores da sua participação nos esquemas de corrupção que têm protagonistas como Eduardo Cunha, Michel Temer, Lucio Funaro, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, José Yunes etc.
Nas delações em que foi citado, não faltaram pormenores da destinação dos R$ 10 milhões de propinas que Temer solicitou à Odebrecht durante jantar realizado em pleno Palácio Jaburu – a residência oficial do vice-presidente da república que foi convertida em Estado-Maior da conspiração e do crime pela cleptocracia que assaltou [também] o poder.
Ao reassumir o cargo depois da providencial licença de 13 dias para a cirurgia de próstata, e com a tranqüilidade própria dos inimputáveis e protegidos, Padilha arrotou: “Não vou falar sobre o que não existe. Está tudo baseado num delator”. E de fato, ele nada falou, e ficou o dito pelo não dito.
Embora pretexte que “está tudo baseado num delator”, na realidade segue uma estratégia bem definida de defesa: “Qualquer fala agora é prejudicial. Ficarei quieto” [sic].
A imprensa conivente nada perguntou a Padilha sobre, por exemplo, o relato de José Yunes, que não é delator, e sim parceiro do Temer, que denunciou a transação dele com o doleiro Lúcio Funaro, e o plano de compra de 140 deputados para derrubar a Presidente Dilma.
Não é só a mídia que assegura tranqüilidade e sossego ao Padilha. O MP, a PF e o judiciário também o deixam trabalhar em paz, “em nome da necessária governabilidade”, como diria o tucano Gilmar Mendes.
Estivesse o Brasil na plenitude do Estado de Direito, e não do regime de exceção, Padilha seria afastado da Casa Civil e suas atividades delituosas investigadas. Mas isso, por enquanto, não acontecerá.
Mesmo em estado adiantado de putrefação, Padilha ainda vale muito: é o fiador da entrega [1] do filão previdenciário ao mercado financeiro, aos bancos e às companhias de previdência privada; e [2] do desmanche da CLT para aumentar a taxa de exploração e rentabilidade do capital.
Outro aspecto é fundamental para a sustentação do Padilha: tudo o que ele faz ou fez é de pleno conhecimento e da absoluta concordância do Temer.
O presidente usurpador, mesmo que possa avaliar que a demissão seria a melhor escolha para aplacar a crise política e moral do governo golpista, não consegue demiti-lo, porque são muitos os segredos e cumplicidades que o prendem ao seu chefe da Casa Civil.
E assim Padilha e Temer, enquanto a justiça não chega e o Estado de Direito não é restaurado, vão levando uma vida de carcereiro e prisioneiro, um refém e cúmplice do outro. Como filosofa Padilha, “em time que está ganhando não se mexe”.
Padilha simboliza o apodrecimento do sistema político do Brasil.
O ministro Eliseu Padilha, batizado com o codinome de “Primo” nas planilhas de propinas da Odebrecht, é um cadáver putrefato; mas esse é, incrivelmente, o fator curricular que lhe confere função de proa no governo golpista.
A cada dia surgem detalhes esclarecedores da sua participação nos esquemas de corrupção que têm protagonistas como Eduardo Cunha, Michel Temer, Lucio Funaro, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, José Yunes etc.
Nas delações em que foi citado, não faltaram pormenores da destinação dos R$ 10 milhões de propinas que Temer solicitou à Odebrecht durante jantar realizado em pleno Palácio Jaburu – a residência oficial do vice-presidente da república que foi convertida em Estado-Maior da conspiração e do crime pela cleptocracia que assaltou [também] o poder.
Ao reassumir o cargo depois da providencial licença de 13 dias para a cirurgia de próstata, e com a tranqüilidade própria dos inimputáveis e protegidos, Padilha arrotou: “Não vou falar sobre o que não existe. Está tudo baseado num delator”. E de fato, ele nada falou, e ficou o dito pelo não dito.
Embora pretexte que “está tudo baseado num delator”, na realidade segue uma estratégia bem definida de defesa: “Qualquer fala agora é prejudicial. Ficarei quieto” [sic].
A imprensa conivente nada perguntou a Padilha sobre, por exemplo, o relato de José Yunes, que não é delator, e sim parceiro do Temer, que denunciou a transação dele com o doleiro Lúcio Funaro, e o plano de compra de 140 deputados para derrubar a Presidente Dilma.
Não é só a mídia que assegura tranqüilidade e sossego ao Padilha. O MP, a PF e o judiciário também o deixam trabalhar em paz, “em nome da necessária governabilidade”, como diria o tucano Gilmar Mendes.
Estivesse o Brasil na plenitude do Estado de Direito, e não do regime de exceção, Padilha seria afastado da Casa Civil e suas atividades delituosas investigadas. Mas isso, por enquanto, não acontecerá.
Mesmo em estado adiantado de putrefação, Padilha ainda vale muito: é o fiador da entrega [1] do filão previdenciário ao mercado financeiro, aos bancos e às companhias de previdência privada; e [2] do desmanche da CLT para aumentar a taxa de exploração e rentabilidade do capital.
Outro aspecto é fundamental para a sustentação do Padilha: tudo o que ele faz ou fez é de pleno conhecimento e da absoluta concordância do Temer.
O presidente usurpador, mesmo que possa avaliar que a demissão seria a melhor escolha para aplacar a crise política e moral do governo golpista, não consegue demiti-lo, porque são muitos os segredos e cumplicidades que o prendem ao seu chefe da Casa Civil.
E assim Padilha e Temer, enquanto a justiça não chega e o Estado de Direito não é restaurado, vão levando uma vida de carcereiro e prisioneiro, um refém e cúmplice do outro. Como filosofa Padilha, “em time que está ganhando não se mexe”.
Padilha simboliza o apodrecimento do sistema político do Brasil.
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