Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
"A crise viajou", pilheriava Fernando Henrique Cardoso, então líder do governo no Senado, assim que o presidente José Sarney embarcava para mais uma missão no exterior.
Os dois eram do PMDB, e o país já vivia em crise naqueles primórdios da redemocratização, no primeiro governo civil pós-ditadura que o vice Sarney herdou do falecido Tancredo Neves.
Três décadas depois, agora patriarca do PSDB, sem saber se fica ou não na pinguela do PMDB, FHC já não deve estar com espírito para brincadeiras, mais preocupado com a sobrevivência do próprio partido.
Nesta segunda-feira, no auge de mais uma crise do seu governo, o presidente Michel Temer, que também era vice, embarca numa viagem de negócios para a Rússia e a Noruega, mas a sua ausência não vai fazer muita diferença.
Quem decide a agenda política não é mais o governo nem o Congresso, muito menos "as ruas", mas o Judiciário.
A bola agora está com o Supremo Tribunal Federal, que tem nos pés não só a pauta da semana, mas o futuro do nosso sistema político.
Ainda antes de viajar, Temer entrará na Justiça com ações civil e penal contra o delator Joesley Batista, que o acusou de liderar "a maior organização criminosa do país".
Na quarta-feira, o plenário do STF vai julgar a ação em que a defesa do presidente questiona a competência do relator Edson Fachin para homologar sozinho o acordo de delação dos donos da JBS, réus confessos de vários crimes.
Enquanto o presidente viaja e os seus advogados fustigam o Supremo e o Ministério Público Federal para saber porque deixaram de denunciar os irmãos Batista, outras pautas agitam o Judiciário.
A Primeira Turma do STF julga nesta terça-feira o pedido de prisão apresentado pelo MPF contra o senador afastado Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB.
No mesmo dia, entra na reta final o primeiro processo contra o ex-presidente Lula na Lava Jato, com a apresentação das alegações finais da defesa, e a partir desse momento o juiz Sergio Moro estará liberado para dar a sentença.
Ao mesmo tempo, a Polícia Federal deverá concluir esta semana a perícia nas gravações da JBS e o procurador-geral, Rodrigo Janot, poderá pedir a abertura de ação penal contra o presidente Temer, mas ele não tem pressa.
No Congresso, a oposição agora se limita aos recursos apresentados à Justiça pelos nanicos PSOL e Rede, com o PT só na espreita, à espera das decisões sobre Temer, Aécio e Lula.
Do jeito que vão as coisas, se a Lava Jato e o governo Temer forem até o fim, o segundo turno em 2018 poderá ser disputado entre João Doria e Jair Bolsonaro, que não apareceram nas delações até agora.
Já pensaram nisso? Quem será o nosso Berlusconi? Ou até lá aparecerá por aqui um Macron?
Tudo vai depender agora dos nossos homens de toga.
Em tempo: um são-paulino desconsolado me perguntou neste final de semana quem cai antes - Michel Temer ou Rogério Ceni?
Meu palpite: nenhum dos dois.
E vamos que vamos. Para onde?
Para a zona de rebaixamento...
"A crise viajou", pilheriava Fernando Henrique Cardoso, então líder do governo no Senado, assim que o presidente José Sarney embarcava para mais uma missão no exterior.
Os dois eram do PMDB, e o país já vivia em crise naqueles primórdios da redemocratização, no primeiro governo civil pós-ditadura que o vice Sarney herdou do falecido Tancredo Neves.
Três décadas depois, agora patriarca do PSDB, sem saber se fica ou não na pinguela do PMDB, FHC já não deve estar com espírito para brincadeiras, mais preocupado com a sobrevivência do próprio partido.
Nesta segunda-feira, no auge de mais uma crise do seu governo, o presidente Michel Temer, que também era vice, embarca numa viagem de negócios para a Rússia e a Noruega, mas a sua ausência não vai fazer muita diferença.
Quem decide a agenda política não é mais o governo nem o Congresso, muito menos "as ruas", mas o Judiciário.
A bola agora está com o Supremo Tribunal Federal, que tem nos pés não só a pauta da semana, mas o futuro do nosso sistema político.
Ainda antes de viajar, Temer entrará na Justiça com ações civil e penal contra o delator Joesley Batista, que o acusou de liderar "a maior organização criminosa do país".
Na quarta-feira, o plenário do STF vai julgar a ação em que a defesa do presidente questiona a competência do relator Edson Fachin para homologar sozinho o acordo de delação dos donos da JBS, réus confessos de vários crimes.
Enquanto o presidente viaja e os seus advogados fustigam o Supremo e o Ministério Público Federal para saber porque deixaram de denunciar os irmãos Batista, outras pautas agitam o Judiciário.
A Primeira Turma do STF julga nesta terça-feira o pedido de prisão apresentado pelo MPF contra o senador afastado Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB.
No mesmo dia, entra na reta final o primeiro processo contra o ex-presidente Lula na Lava Jato, com a apresentação das alegações finais da defesa, e a partir desse momento o juiz Sergio Moro estará liberado para dar a sentença.
Ao mesmo tempo, a Polícia Federal deverá concluir esta semana a perícia nas gravações da JBS e o procurador-geral, Rodrigo Janot, poderá pedir a abertura de ação penal contra o presidente Temer, mas ele não tem pressa.
No Congresso, a oposição agora se limita aos recursos apresentados à Justiça pelos nanicos PSOL e Rede, com o PT só na espreita, à espera das decisões sobre Temer, Aécio e Lula.
Do jeito que vão as coisas, se a Lava Jato e o governo Temer forem até o fim, o segundo turno em 2018 poderá ser disputado entre João Doria e Jair Bolsonaro, que não apareceram nas delações até agora.
Já pensaram nisso? Quem será o nosso Berlusconi? Ou até lá aparecerá por aqui um Macron?
Tudo vai depender agora dos nossos homens de toga.
Em tempo: um são-paulino desconsolado me perguntou neste final de semana quem cai antes - Michel Temer ou Rogério Ceni?
Meu palpite: nenhum dos dois.
E vamos que vamos. Para onde?
Para a zona de rebaixamento...
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