Charge de Lézio Junior (Diário da Região) |
A Polícia Federal encaminhou nesta segunda-feira (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatório parcial sobre as investigações acerca da bandidagem praticada pelo “chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil”. Segundo o site da revista Veja, ela “concluiu que há indícios de materialidade da prática do crime de corrupção passiva pelo presidente Michel Temer (PMDB) e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, preso em Brasília”. O relatório deve atormentar ainda mais a viagem do golpista à “República Socialista Soviética da Rússia”, segundo a hilária descrição do site do Palácio do Planalto. Se bobear, o usurpador pede asilo na Sibéria para evitar uma ordem de prisão no Brasil.
Ainda de acordo com a Veja, “embora tenha concluído essa parte da apuração, os delegados federais pediram mais cinco dias de prazo para encerrar a investigação sobre os crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça, com base nas delações da JBS. O inquérito da PF deve basear a denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prepara contra Temer e Rocha Loures. O pedido de dilatação do prazo pela PF tem como objetivo aguardar o término do laudo final da perícia no áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, com Temer. A demora na produção do laudo se dá pela má qualidade da gravação”.
A revista lembra que “no diálogo gravado no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, o presidente diz ‘ótimo, ótimo’ quando o empresário revelou estar ‘comprando’ um procurador do Ministério Público e ‘segurando’ dois juízes, além de ter respondido ´tem que manter isso, viu?’ diante da afirmação de Joesley de que estava ‘de bem’ com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. Na conversa, o empresário disse a Temer que precisaria de ajuda do Planalto para vencer um processo administrativo contra a Petrobras no Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O presidente, então, indica Rocha Loures como interlocutor de sua ‘estrita confiança’ para atender à demanda do grupo J&F. Em encontro com o aliado de Temer, Joesley prometeu que a ajuda renderia R$ 500 mil semanais em propina durante vinte anos”.
No caso do crime de corrupção passiva, a Polícia Federal baseou sua conclusão na análise das ações controladas – uma delas que flagrou Rocha Loures correndo com uma mala de R$ 500 mil – e em dois laudos produzidos a partir da conversa gravada entre o ex-assessor presidencial e o diretor de Relações Institucionais do grupo J&F, Ricardo Saud. O lobista filmou e gravou, em 28 de abril deste ano, os encontros nos quais acertou e repassou a Rocha Loures a mala recheada de dinheiro. Ainda de acordo com a revista, “o valor seria entregue semanalmente pela JBS ao peemedebista, em benefício de Temer, como foi informado, nas gravações, pelo diretor de relações institucionais da holding. ‘Eu já tenho 500.000 reais. E dessa semana tem mais 500. Então você tem um milhão aí. Isso é toda semana. Vê com ele, Michel Temer’, afirmou Saud a Rocha Loures”.
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