Editorial do site Vermelho:
A indústria brasileira está parando e quem pisa no freio, com força, é o governo ilegítimo e ultra-liberal de Michel Temer, que leva às últimas conseqüências sua ação anti-industrialista.
O Brasil já foi campeão mundial de crescimento, entre o final da Segunda Grande Guerra e a década de 1980. Quando se mede a riqueza nacional em termos per capita (com dados do IPEA, calculados com o valor do dólar de 2013), o Brasil de 2013 era quase seis vezes maior do que o de 1947; ou 1,5 vezes maior do que o da década de 1980; ou 1,3 vezes maior do que o de 2002. Este crescimento, florescente até a década de 1980, começou a desacelerar deste então, e o Brasil continua patinando no mesmo marasmo.
O período de crescimento mais intenso, anterior a 1980, resultou da existência de um projeto de desenvolvimento e da ação do Estado para fomentar o crescimento tendo a industrialização como fator chave.
A partir de 1985, o neoliberalismo se impôs no mundo tendo como referência o chamado “Consenso de Washington” (1989), que se tornou o dogma dos governos conservadores, sobretudo de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Desde então, o chamado tripé neoliberal - superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação – foi adotado, ao lado da defesa do Estado mínimo (sem intervenção na economia para fomentar o desenvolvimento), do favorecimento das importações e a privatização das empresas estatais.
Embora os governos Lula e Dilma, entre 203 e 2016, tenham sido um interregno progressista e desenvolvimentista que impulsionou o crescimento industrial pela ação do Estado, não tiveram força para alterar em profundidade os aspectos nocivos do neoliberalismo que vinha dos governos anteriores. A indústria voltou a crescer mas enfrentava ainda obstáculos poderosos, como o câmbio sobrevalorizado, que facilita importações e prejudica a produção nacional.
A manutenção deste quadro de dificuldades foi muito agravada com as medidas anti-industrialistas de Michel Temer, que mantém a taxa de câmbio sobrevalorizada, os juros estratosféricos, elimina os incentivos governamentais ao crescimento industrial, etc.
Desta maneira, a indústria brasileira, que chegou a representar 21,6% do PIB em 1985, hoje tem participação percentual menor do que em 1947 (que era de 11,09%, caindo para 10,9% em 2016).
O governo golpista favorece principalmente a especulação financeira e afasta sua ação do fomento ao desenvolvimento.
Apenas no ano passado, o governo gastou cerca de 7,6% do PIB com o pagamento de juros sobre a dívida que tem com a finança especulativa. Todo ano o governo federal repassa para a especulação financeira em torno de 47% do orçamento da União, a título de juros e rolagem da dívida interna. Uma montanha de recursos esterilizados improdutivamente, sem gerar sequer um parafuso de riqueza nova; apenas transfere a propriedade sobre fundos públicos abocanhados pela ganância financeira.
O resultado negativo é claramente reconhecido e denunciado por lideranças importantes da indústria, mesmo entre aqueles cuja cegueira ideológica os levou, em 2015/2016, a apoiar ativamente a conspiração que afastou Dilma Rousseff do governo. Este reconhecimento aparece, por exemplo, nas palavras do diretor da Fiesp, Paulo Francini: "O caminho para a industrialização do Brasil foi claramente interrompido", disse. É a dura constatação da situação a que, nestes tempos de restauração ultra-liberal, destrói a indústria brasileira que, nos últimos três anos, encolheu 17%.
A indústria brasileira está parando e quem pisa no freio, com força, é o governo ilegítimo e ultra-liberal de Michel Temer, que leva às últimas conseqüências sua ação anti-industrialista.
O Brasil já foi campeão mundial de crescimento, entre o final da Segunda Grande Guerra e a década de 1980. Quando se mede a riqueza nacional em termos per capita (com dados do IPEA, calculados com o valor do dólar de 2013), o Brasil de 2013 era quase seis vezes maior do que o de 1947; ou 1,5 vezes maior do que o da década de 1980; ou 1,3 vezes maior do que o de 2002. Este crescimento, florescente até a década de 1980, começou a desacelerar deste então, e o Brasil continua patinando no mesmo marasmo.
O período de crescimento mais intenso, anterior a 1980, resultou da existência de um projeto de desenvolvimento e da ação do Estado para fomentar o crescimento tendo a industrialização como fator chave.
A partir de 1985, o neoliberalismo se impôs no mundo tendo como referência o chamado “Consenso de Washington” (1989), que se tornou o dogma dos governos conservadores, sobretudo de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Desde então, o chamado tripé neoliberal - superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação – foi adotado, ao lado da defesa do Estado mínimo (sem intervenção na economia para fomentar o desenvolvimento), do favorecimento das importações e a privatização das empresas estatais.
Embora os governos Lula e Dilma, entre 203 e 2016, tenham sido um interregno progressista e desenvolvimentista que impulsionou o crescimento industrial pela ação do Estado, não tiveram força para alterar em profundidade os aspectos nocivos do neoliberalismo que vinha dos governos anteriores. A indústria voltou a crescer mas enfrentava ainda obstáculos poderosos, como o câmbio sobrevalorizado, que facilita importações e prejudica a produção nacional.
A manutenção deste quadro de dificuldades foi muito agravada com as medidas anti-industrialistas de Michel Temer, que mantém a taxa de câmbio sobrevalorizada, os juros estratosféricos, elimina os incentivos governamentais ao crescimento industrial, etc.
Desta maneira, a indústria brasileira, que chegou a representar 21,6% do PIB em 1985, hoje tem participação percentual menor do que em 1947 (que era de 11,09%, caindo para 10,9% em 2016).
O governo golpista favorece principalmente a especulação financeira e afasta sua ação do fomento ao desenvolvimento.
Apenas no ano passado, o governo gastou cerca de 7,6% do PIB com o pagamento de juros sobre a dívida que tem com a finança especulativa. Todo ano o governo federal repassa para a especulação financeira em torno de 47% do orçamento da União, a título de juros e rolagem da dívida interna. Uma montanha de recursos esterilizados improdutivamente, sem gerar sequer um parafuso de riqueza nova; apenas transfere a propriedade sobre fundos públicos abocanhados pela ganância financeira.
O resultado negativo é claramente reconhecido e denunciado por lideranças importantes da indústria, mesmo entre aqueles cuja cegueira ideológica os levou, em 2015/2016, a apoiar ativamente a conspiração que afastou Dilma Rousseff do governo. Este reconhecimento aparece, por exemplo, nas palavras do diretor da Fiesp, Paulo Francini: "O caminho para a industrialização do Brasil foi claramente interrompido", disse. É a dura constatação da situação a que, nestes tempos de restauração ultra-liberal, destrói a indústria brasileira que, nos últimos três anos, encolheu 17%.
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