Por Alexandre Padilha, na revista Fórum:
Há cerca de três meses, a dupla realizou uma ação criminosa na região, na qual usuários foram feridos, famílias separadas e muitas pessoas desapareceram do local, abandonando o vínculo que tinham com as equipes de saúde e seus tratamentos. Acabaram com o programa De Braços Abertos, do qual fiz parte da coordenação, na gestão Haddad, reconhecido internacionalmente, e que reduziu o consumo individual de drogas, o fluxo do tráfico na Cracolândia e os roubos na região.
Alckmin e Doria acabaram com o programa e com a política de saúde e assistência, baseada na redução de danos, e que, em três anos, apresentou resultados jamais vistos: dos quase 500 usuários/beneficiários que estavam ativos até 2016 no programa, 85% alegavam a redução do consumo de drogas, 84% estavam em algum tratamento de saúde, 65% tinham aderido à frente de trabalho e 54% tinham retomado o contato familiar.
Isso, além das outras notícias que observamos diariamente e que representam ataques à vida da população de São Paulo, como o aumento de 21, 19% no número de pessoas atropeladas ou mortas nas vias das cidades. Na prática, todas essas ações revelam os movimentos de capitulação do PSDB: aliar-se com o “diabo” para se manter no poder em São Paulo e na presidência da República.
O primeiro ato aconteceu nos anos 90 com o objetivo de chegar ao poder. O PSDB assumiu a aliança prioritária com o PFL, que originou o atual DEM, e rasgou o discurso do “bem-estar social” da sua fundação, se transformando no porta-voz das medidas exigidas pelo sistema financeiro mundial. Essas práticas se traduziram na privatização de todos os serviços, empresas e setores, redução de direitos dos trabalhadores e liberação de regras para os investidores financeiros no Brasil. Para este PSDB não importava que apenas uma parcela muito pequena do povo e das regiões do Brasil pudesse entrar na ciranda dos bancos.
O segundo movimento se consolida atualmente, que é a tentativa de rasgar qualquer verniz democrático ou civilizatório dos tucanos emplumados, em aliar-se até com o crime, para derrotar qualquer projeto que busque reduzir a desigualdade em São Paulo e no Brasil.
Para isso, conviveu e fez crescer o PCC dentro do estado de São Paulo. Alguns dos membros do partido passaram a ter relações no mínimo estranhas com o narcotráfico. Além disso, relevam os matadores do trânsito, louvam e até tiram selfies com os assassinos militares do Estado, sobretudo quando reprimem ou matam jovens negros, pessoas que vivem em situação de rua, sem teto, sem terra, manifestantes em geral. Semearam o ódio e não se envergonharam de estar ao lado de defensores da intervenção militar. Fazem parte de um governo federal de criminosos e bradam com orgulho o “relatório do PSDB”, que salvou Temer.
Aliás, o namorico de Michel Temer e João Doria teve mais um flerte nesta semana. Alckmin cancelou sua ia ao encontro e disse a Doria que era um momento da Prefeitura e que o palco era dele (Doria) para apresentar suas propostas ao presidente. Temer rasgou elogios a Doria, que também não economizou simpatia daquele que, um dia, já chamou de “um homem de bem e correto”. Sim, esse foi o elogio dito em 2016 ao presidente golpista.
Certamente, o que Alckmin e Doria consideram bondade deve ser a retirada de tudo que atenda aos mais pobres: esta semana cortaram as ações a trabalhadores da assistência social em São Paulo. Temer tenta acabar com os agentes comunitários de saúde e com o programa Estratégia Saúde da Família.
Um longo abraço dos que viraram as costas para o povo e mesmo para a dita “opinião pública”. O PSDB que prepare outro relatório, detalhando o novo desastre que o partido fará em São Paulo e, com seu aliado Temer, no Brasil. Talvez repitam aquelas cenas de Cracolândia?
* Alexandre Padilha é médico, foi secretário municipal da saúde na gestão de Fernando Haddad e ministro nas gestões Lula e Dilma.
Nesta semana nem a mídia tradicional, que elegeu e mantém a dupla tucana Alckmin-Doria, conseguiu esconder. As capas de dois jornais de grande circulação em São Paulo mostraram a insanidade das medidas adotadas por ambos contra a segurança das pessoas: “Mesmo com ações policiais, cresce o número de roubos na região da Cracolândia” – Estado de S. Paulo, 07/08. “Apenas 17% concluem internação em ação anticrack da gestão Doria” – Folha de S. Paulo, 08/08.
Há cerca de três meses, a dupla realizou uma ação criminosa na região, na qual usuários foram feridos, famílias separadas e muitas pessoas desapareceram do local, abandonando o vínculo que tinham com as equipes de saúde e seus tratamentos. Acabaram com o programa De Braços Abertos, do qual fiz parte da coordenação, na gestão Haddad, reconhecido internacionalmente, e que reduziu o consumo individual de drogas, o fluxo do tráfico na Cracolândia e os roubos na região.
Alckmin e Doria acabaram com o programa e com a política de saúde e assistência, baseada na redução de danos, e que, em três anos, apresentou resultados jamais vistos: dos quase 500 usuários/beneficiários que estavam ativos até 2016 no programa, 85% alegavam a redução do consumo de drogas, 84% estavam em algum tratamento de saúde, 65% tinham aderido à frente de trabalho e 54% tinham retomado o contato familiar.
Isso, além das outras notícias que observamos diariamente e que representam ataques à vida da população de São Paulo, como o aumento de 21, 19% no número de pessoas atropeladas ou mortas nas vias das cidades. Na prática, todas essas ações revelam os movimentos de capitulação do PSDB: aliar-se com o “diabo” para se manter no poder em São Paulo e na presidência da República.
O primeiro ato aconteceu nos anos 90 com o objetivo de chegar ao poder. O PSDB assumiu a aliança prioritária com o PFL, que originou o atual DEM, e rasgou o discurso do “bem-estar social” da sua fundação, se transformando no porta-voz das medidas exigidas pelo sistema financeiro mundial. Essas práticas se traduziram na privatização de todos os serviços, empresas e setores, redução de direitos dos trabalhadores e liberação de regras para os investidores financeiros no Brasil. Para este PSDB não importava que apenas uma parcela muito pequena do povo e das regiões do Brasil pudesse entrar na ciranda dos bancos.
O segundo movimento se consolida atualmente, que é a tentativa de rasgar qualquer verniz democrático ou civilizatório dos tucanos emplumados, em aliar-se até com o crime, para derrotar qualquer projeto que busque reduzir a desigualdade em São Paulo e no Brasil.
Para isso, conviveu e fez crescer o PCC dentro do estado de São Paulo. Alguns dos membros do partido passaram a ter relações no mínimo estranhas com o narcotráfico. Além disso, relevam os matadores do trânsito, louvam e até tiram selfies com os assassinos militares do Estado, sobretudo quando reprimem ou matam jovens negros, pessoas que vivem em situação de rua, sem teto, sem terra, manifestantes em geral. Semearam o ódio e não se envergonharam de estar ao lado de defensores da intervenção militar. Fazem parte de um governo federal de criminosos e bradam com orgulho o “relatório do PSDB”, que salvou Temer.
Aliás, o namorico de Michel Temer e João Doria teve mais um flerte nesta semana. Alckmin cancelou sua ia ao encontro e disse a Doria que era um momento da Prefeitura e que o palco era dele (Doria) para apresentar suas propostas ao presidente. Temer rasgou elogios a Doria, que também não economizou simpatia daquele que, um dia, já chamou de “um homem de bem e correto”. Sim, esse foi o elogio dito em 2016 ao presidente golpista.
Certamente, o que Alckmin e Doria consideram bondade deve ser a retirada de tudo que atenda aos mais pobres: esta semana cortaram as ações a trabalhadores da assistência social em São Paulo. Temer tenta acabar com os agentes comunitários de saúde e com o programa Estratégia Saúde da Família.
Um longo abraço dos que viraram as costas para o povo e mesmo para a dita “opinião pública”. O PSDB que prepare outro relatório, detalhando o novo desastre que o partido fará em São Paulo e, com seu aliado Temer, no Brasil. Talvez repitam aquelas cenas de Cracolândia?
* Alexandre Padilha é médico, foi secretário municipal da saúde na gestão de Fernando Haddad e ministro nas gestões Lula e Dilma.
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