Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
A equipe econômica do governo Michel Temer vai refazer as contas para estabelecer nova meta de déficit de 2017 e 2018. Com receitas em permanente queda, o governo deve ampliar a meta do déficit deste ano, passando de R$ 139 bilhões para R$ 158 bilhões. Projeções também indicam que os investimentos do governo federal podem chegar ao final deste ano no menor nível em dez anos.
“Isso quer dizer que estamos na maior depressão da história econômica, maior do que a dos anos 30 do século 20. E, num cenário como esse, o investimento público tem que substituir o privado, porque o investimento privado é feito com base em expectativas do mercado. E numa depressão, as expectativas são muito negativas e pessimistas”, diz o professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa.
O problema é que o investimento público não é parte do receituário dos que comandam a política econômica brasileira atual, chefiados pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles. De janeiro a maio de 2017, os investimentos representaram cerca de 2,5% das despesas primárias do governo federal, ante 4,7% no mesmo período do ano passado, segundo o jornal Valor.
Para o professor da Unicamp, os sinais indicam que a política econômica de Meirelles e do governo Michel Temer está fazendo água. “A política fracassou”, diz. “O governo não tem legitimidade politica. Foi feito um golpe parlamentarista num regime presidencialista, mas o governo atual mostrou que não tem competência, como ficou claro para a população.” Ele lembra que Temer tem a pior avaliação desde a redemocratização do país. Somente 5% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa, segundo pesquisa CNI/Ibope do final de julho.
De acordo com dados do Banco Central, as contas do setor público acumulam déficit primário de R$ 167 bilhões nos 12 meses até junho de 2017, o que equivale a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Esse governo não tem legitimidade e adotou uma política econômica equivocada. Priorizou o combate à inflação para atender sua base política com uma overdose de juros elevados, provocando a grande depressão.” O país está num círculo vicioso. Os juros aumentam e cai a renda da população. Como esta não compra e o crédito está caro, o ritmo da inflação vai para baixo, assim como a arrecadação fiscal. Para “corrigir”, cortam-se gastos e investimentos, o que agrava a queda do PIB e aumenta a depressão... “É um parafuso em espiral negativa sem fim”, afirma Nogueira da Costa.
Como, de algum lugar, o governo vai ter que tirar dinheiro para pagar a conta e cobrir o rombo, mas a política está se mostrando ineficaz, “ou ele vai ter que mudar o planejamento do seu déficit ou aumentar a carga tributária, mas, aí, vai provocar revolta com impacto na própria base. O pato da Fiesp já bateu asas. A direita, os neoliberais, não aceitam aumentar a carga tributária”, diz Nogueira da Costa.
Com esse cenário, Temer já recuou e negou o aumento do Imposto de Renda. Na terça-feira (8), disse em nota que não enviará ao Congresso uma proposta de aumento das alíquotas do IR. “Quando ele recua, é socialmente pior, porque, se aumenta impostos sobre os mais ricos, é menos mal. Mas onde ele vai cortar? Vai cortar os gastos sociais”, prevê o professor.
“Isso quer dizer que estamos na maior depressão da história econômica, maior do que a dos anos 30 do século 20. E, num cenário como esse, o investimento público tem que substituir o privado, porque o investimento privado é feito com base em expectativas do mercado. E numa depressão, as expectativas são muito negativas e pessimistas”, diz o professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa.
O problema é que o investimento público não é parte do receituário dos que comandam a política econômica brasileira atual, chefiados pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles. De janeiro a maio de 2017, os investimentos representaram cerca de 2,5% das despesas primárias do governo federal, ante 4,7% no mesmo período do ano passado, segundo o jornal Valor.
Para o professor da Unicamp, os sinais indicam que a política econômica de Meirelles e do governo Michel Temer está fazendo água. “A política fracassou”, diz. “O governo não tem legitimidade politica. Foi feito um golpe parlamentarista num regime presidencialista, mas o governo atual mostrou que não tem competência, como ficou claro para a população.” Ele lembra que Temer tem a pior avaliação desde a redemocratização do país. Somente 5% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa, segundo pesquisa CNI/Ibope do final de julho.
De acordo com dados do Banco Central, as contas do setor público acumulam déficit primário de R$ 167 bilhões nos 12 meses até junho de 2017, o que equivale a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Esse governo não tem legitimidade e adotou uma política econômica equivocada. Priorizou o combate à inflação para atender sua base política com uma overdose de juros elevados, provocando a grande depressão.” O país está num círculo vicioso. Os juros aumentam e cai a renda da população. Como esta não compra e o crédito está caro, o ritmo da inflação vai para baixo, assim como a arrecadação fiscal. Para “corrigir”, cortam-se gastos e investimentos, o que agrava a queda do PIB e aumenta a depressão... “É um parafuso em espiral negativa sem fim”, afirma Nogueira da Costa.
Como, de algum lugar, o governo vai ter que tirar dinheiro para pagar a conta e cobrir o rombo, mas a política está se mostrando ineficaz, “ou ele vai ter que mudar o planejamento do seu déficit ou aumentar a carga tributária, mas, aí, vai provocar revolta com impacto na própria base. O pato da Fiesp já bateu asas. A direita, os neoliberais, não aceitam aumentar a carga tributária”, diz Nogueira da Costa.
Com esse cenário, Temer já recuou e negou o aumento do Imposto de Renda. Na terça-feira (8), disse em nota que não enviará ao Congresso uma proposta de aumento das alíquotas do IR. “Quando ele recua, é socialmente pior, porque, se aumenta impostos sobre os mais ricos, é menos mal. Mas onde ele vai cortar? Vai cortar os gastos sociais”, prevê o professor.
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