Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
A eleição presidencial do ano que vem continua incerta quanto aos concorrentes e não sabemos sequer se vai mesmo acontecer. Mas esta semana trará algumas definições, embora esteja longe, muito longe, o clareamento do quadro.
Para começar, devemos ter hoje a desistência de Luciano Huck, num aviso para o bloco anti-Lula de que não é muito simples fabricar um candidato “outsider”, dotado de popularidade e amparado por alguma máquina, no caso a da Globo. Como Dória queimou a largada, vai restando apenas Jair Bolsonaro , um anti-Lula que as elites consideram temerário. Sua rusticidade política sugere que seu teto de crescimento é baixo e que num segundo turno com Lula produziria uma torrente de voto útil favorável ao petista.
Vai se aproximando a data da convenção tucana, que deve levar ao desembarque do governo mas agora Geraldo Alckmin também virou “japonês”. Finalmente foi apresentada pelo Ministério Público uma denúncia contra ele, no STF, foro especial dos governadores, relacionada com o recebimento de R$ 10 milhões da Odebrecht, igualando-o aos demais políticos alvejados por acusações.
Na esquerda, prosseguem as aproximações com vistas a uma agenda comum para o segundo turno, embora esteja praticamente descartada uma candidatura de unidade no primeiro turno. Uma nova reunião acontecerá na terça-feira, reunindo PT, PDT, PC do B, PSB e agora o PSOL, que vem avançando com o projeto de lançar a candidatura do líder do MTST, Guilherme Boulos.
A situação do PSB vai se definindo em favor do campo progressista. O senador Fernando Bezerra e se seu filho, Fernando Coelho Filho, o amigo da Shell e vendedor da Eletrobrás, já se filiaram ao PMDB. Agora outro grupo de parlamentares governistas deve se filiar ao DEM, num processo de depuração interna que permitirá a volta do PSB ao campo da esquerda. É nesta perspectiva que o PSB vem conversando com o PT e agora com outros partidos de esquerda, com vistas a uma unidade no segundo turno, a partir de uma agenda comum. Seus possíveis candidatos são Aldo Rebelo e Joaquim Barbosa.
Marina Silva prometeu anunciar em breve se concorrerá ou não, mas fez questionamentos públicos que sugerem pouco entusiasmo com a ideia, lembrando o escasso tempo de televisão que a Rede teria, inferior a um minuto. Ela pode ser mais uma a desistir da disputa, embora apareça em terceiro lugar nas pesquisas.
Por fim, o grupo palaciano em torno de Temer segue com o projeto de construir uma ampla coligação, juntando PMDB e partidos do Centrão (já que o PSDB deve seguir rumo próprio, ou seguir na falta de rumo) para isolar Lula, impedindo que o PT faça alianças mais ao centro. Embora não proclamem, o candidato da grande coalizão golpista seria o próprio Temer, que acredita estar fazendo um bom governo, apesar dos 95% de rejeição. Ele aposta nos trunfos econômicos que teria a apresentar no ano que vem e julga-se no direito de defender-se das acusações e de fazer a defesa de seu “legado”. Mas agora Temer, com 77 anos, o presidente mais velho que o Brasil já teve, acaba de passar por uma angioplastia e colocou três stents nas coronárias.
Este é um complicador que pode afetar seus planos continuístas, embora esteja claro que sua candidatura seria a de um “grilo falante”, que não busca votos mas sim a oportunidade de tumultuar o processo, usando metade do horário eleitoral para atacar os adversários, e especialmente, Lula. Mesmo assim, para um cardiopata, a campanha seria um fardo. O outro nome da grande coalizão seria o de Meirelles. Ele é quem mais ganha com a angioplastia de Temer.
A eleição presidencial do ano que vem continua incerta quanto aos concorrentes e não sabemos sequer se vai mesmo acontecer. Mas esta semana trará algumas definições, embora esteja longe, muito longe, o clareamento do quadro.
Para começar, devemos ter hoje a desistência de Luciano Huck, num aviso para o bloco anti-Lula de que não é muito simples fabricar um candidato “outsider”, dotado de popularidade e amparado por alguma máquina, no caso a da Globo. Como Dória queimou a largada, vai restando apenas Jair Bolsonaro , um anti-Lula que as elites consideram temerário. Sua rusticidade política sugere que seu teto de crescimento é baixo e que num segundo turno com Lula produziria uma torrente de voto útil favorável ao petista.
Vai se aproximando a data da convenção tucana, que deve levar ao desembarque do governo mas agora Geraldo Alckmin também virou “japonês”. Finalmente foi apresentada pelo Ministério Público uma denúncia contra ele, no STF, foro especial dos governadores, relacionada com o recebimento de R$ 10 milhões da Odebrecht, igualando-o aos demais políticos alvejados por acusações.
Na esquerda, prosseguem as aproximações com vistas a uma agenda comum para o segundo turno, embora esteja praticamente descartada uma candidatura de unidade no primeiro turno. Uma nova reunião acontecerá na terça-feira, reunindo PT, PDT, PC do B, PSB e agora o PSOL, que vem avançando com o projeto de lançar a candidatura do líder do MTST, Guilherme Boulos.
A situação do PSB vai se definindo em favor do campo progressista. O senador Fernando Bezerra e se seu filho, Fernando Coelho Filho, o amigo da Shell e vendedor da Eletrobrás, já se filiaram ao PMDB. Agora outro grupo de parlamentares governistas deve se filiar ao DEM, num processo de depuração interna que permitirá a volta do PSB ao campo da esquerda. É nesta perspectiva que o PSB vem conversando com o PT e agora com outros partidos de esquerda, com vistas a uma unidade no segundo turno, a partir de uma agenda comum. Seus possíveis candidatos são Aldo Rebelo e Joaquim Barbosa.
Marina Silva prometeu anunciar em breve se concorrerá ou não, mas fez questionamentos públicos que sugerem pouco entusiasmo com a ideia, lembrando o escasso tempo de televisão que a Rede teria, inferior a um minuto. Ela pode ser mais uma a desistir da disputa, embora apareça em terceiro lugar nas pesquisas.
Por fim, o grupo palaciano em torno de Temer segue com o projeto de construir uma ampla coligação, juntando PMDB e partidos do Centrão (já que o PSDB deve seguir rumo próprio, ou seguir na falta de rumo) para isolar Lula, impedindo que o PT faça alianças mais ao centro. Embora não proclamem, o candidato da grande coalizão golpista seria o próprio Temer, que acredita estar fazendo um bom governo, apesar dos 95% de rejeição. Ele aposta nos trunfos econômicos que teria a apresentar no ano que vem e julga-se no direito de defender-se das acusações e de fazer a defesa de seu “legado”. Mas agora Temer, com 77 anos, o presidente mais velho que o Brasil já teve, acaba de passar por uma angioplastia e colocou três stents nas coronárias.
Este é um complicador que pode afetar seus planos continuístas, embora esteja claro que sua candidatura seria a de um “grilo falante”, que não busca votos mas sim a oportunidade de tumultuar o processo, usando metade do horário eleitoral para atacar os adversários, e especialmente, Lula. Mesmo assim, para um cardiopata, a campanha seria um fardo. O outro nome da grande coalizão seria o de Meirelles. Ele é quem mais ganha com a angioplastia de Temer.
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