Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Com discursos muito semelhantes na defesa do legado de reformas do governo Temer, o governador Geraldo Alckmin e o ministro Henrique Meirelles lançaram neste final de ano suas candidaturas à sucessão em 2018.
Ambos se posicionam contra os extremos, quer dizer, Lula e Bolsonaro, que lideram com folga as pesquisas, na tentativa de se apresentarem como o candidato do centro governista sonhado pelo mercado, depois das desistências de João Doria e Luciano Huck, mas enfrentam o mesmo problema: a falta de votos.
Meirelles atropelou o governador paulista justamente na semana em que Alckmin pretendia consolidar sua posição, depois de ser aclamado presidente do PSDB.
Cada vez mais desenvolto no papel de pré-candidato, o ministro da Fazenda ocupou praticamente todo o programa politico do PSD e almoçou com jornalistas políticos na quinta-feira já falando como candidato.
Nada disse de novo além de fazer a defesa enfática da política econômica de um governo que é rejeitado pela ampla maioria da população.
Na tentativa de reviver a velha aliança com o PMDB e o DEM, Alckmin agora se apresenta também como grande defensor da reforma da Previdência, mas pode ser tarde demais.
A reforma ficou para o ano que vem e Temer agora já admite até se candidatar à reeleição. Só não quer papo com os tucanato de Alckmin que passou o ano ameaçando desembarcar do governo.
Embora afirme estar “totalmente concentrado” no trabalho de Ministro da Fazenda e faça a “defesa explícita do governo que está tendo coragem de fazer reformas e do qual eu faço parte”, em nenhum momento Meirelles citou o nome de Temer em seu pronunciamento na TV.
Neste teatro de faz de conta, os dois querem ter os bônus e não os ônus de apoiar um governo impopular que joga todas suas fichas na recuperação econômica nos próximos três meses.
A preços de hoje, com Alckmin empacado entre 5% e 6% nas pesquisas e Meirelles oscilando entre 1% e 2%, disputando a mesma faixa do eleitorado, sem que haja no horizonte um novo Plano Real, fica difícil reeditar o fenômeno Fernando Henrique Cardoso, que saiu do Ministério da Fazenda de Itamar Franco direto para ocupar seu lugar no Palácio do Planalto.
FHC derrotou Lula duas vezes no primeiro turno, mas as circunstâncias são completamente diferentes de 1994 e 1998.
Alckmin joga todas suas fichas na construção de uma ampla aliança, hoje improvável, que lhe garanta tempo de TV e uma boa bolada do fundo eleitoral, e Meirelles no convencimento de que a vida da população está melhorando graças às medidas econômicas por ele adotadas no governo Temer.
O grande desafio dos dois é enfrentar a memória dos bons tempos dos governos de Lula, em contraste com as atuais dificuldades da população mais carente, que embala os números do ex-presidente nas pesquisas.
Por isso, a esperança do establishment para se manter no poder está depositada muito mais nas mãos da Justiça, para impedir que Lula seja candidato, do que nas performances dos seus dois pré-candidatos, tão semelhantes na forma e no conteúdo.
Do outro lado, Jair Bolsonaro até agora não conseguiu nem achar um partido para chamar de seu, muito menos um discurso que vá além das ameaças da bancada da bala.
E Lula alterna mensagens ora mais moderadas, ora mais radicais, sobre o que pretende fazer caso chegue a ser candidato e vença as eleições pela terceira vez.
É neste cenário ainda sombrio e totalmente imprevisível que vamos entrar em 2018 na esperança de que a eleição possa curar as feridas da crise e apontar um rumo para o futuro. Não custa sonhar.
Vida que segue.
Ambos se posicionam contra os extremos, quer dizer, Lula e Bolsonaro, que lideram com folga as pesquisas, na tentativa de se apresentarem como o candidato do centro governista sonhado pelo mercado, depois das desistências de João Doria e Luciano Huck, mas enfrentam o mesmo problema: a falta de votos.
Meirelles atropelou o governador paulista justamente na semana em que Alckmin pretendia consolidar sua posição, depois de ser aclamado presidente do PSDB.
Cada vez mais desenvolto no papel de pré-candidato, o ministro da Fazenda ocupou praticamente todo o programa politico do PSD e almoçou com jornalistas políticos na quinta-feira já falando como candidato.
Nada disse de novo além de fazer a defesa enfática da política econômica de um governo que é rejeitado pela ampla maioria da população.
Na tentativa de reviver a velha aliança com o PMDB e o DEM, Alckmin agora se apresenta também como grande defensor da reforma da Previdência, mas pode ser tarde demais.
A reforma ficou para o ano que vem e Temer agora já admite até se candidatar à reeleição. Só não quer papo com os tucanato de Alckmin que passou o ano ameaçando desembarcar do governo.
Embora afirme estar “totalmente concentrado” no trabalho de Ministro da Fazenda e faça a “defesa explícita do governo que está tendo coragem de fazer reformas e do qual eu faço parte”, em nenhum momento Meirelles citou o nome de Temer em seu pronunciamento na TV.
Neste teatro de faz de conta, os dois querem ter os bônus e não os ônus de apoiar um governo impopular que joga todas suas fichas na recuperação econômica nos próximos três meses.
A preços de hoje, com Alckmin empacado entre 5% e 6% nas pesquisas e Meirelles oscilando entre 1% e 2%, disputando a mesma faixa do eleitorado, sem que haja no horizonte um novo Plano Real, fica difícil reeditar o fenômeno Fernando Henrique Cardoso, que saiu do Ministério da Fazenda de Itamar Franco direto para ocupar seu lugar no Palácio do Planalto.
FHC derrotou Lula duas vezes no primeiro turno, mas as circunstâncias são completamente diferentes de 1994 e 1998.
Alckmin joga todas suas fichas na construção de uma ampla aliança, hoje improvável, que lhe garanta tempo de TV e uma boa bolada do fundo eleitoral, e Meirelles no convencimento de que a vida da população está melhorando graças às medidas econômicas por ele adotadas no governo Temer.
O grande desafio dos dois é enfrentar a memória dos bons tempos dos governos de Lula, em contraste com as atuais dificuldades da população mais carente, que embala os números do ex-presidente nas pesquisas.
Por isso, a esperança do establishment para se manter no poder está depositada muito mais nas mãos da Justiça, para impedir que Lula seja candidato, do que nas performances dos seus dois pré-candidatos, tão semelhantes na forma e no conteúdo.
Do outro lado, Jair Bolsonaro até agora não conseguiu nem achar um partido para chamar de seu, muito menos um discurso que vá além das ameaças da bancada da bala.
E Lula alterna mensagens ora mais moderadas, ora mais radicais, sobre o que pretende fazer caso chegue a ser candidato e vença as eleições pela terceira vez.
É neste cenário ainda sombrio e totalmente imprevisível que vamos entrar em 2018 na esperança de que a eleição possa curar as feridas da crise e apontar um rumo para o futuro. Não custa sonhar.
Vida que segue.
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