Do blog Viomundo:
Era madrugada no Rio quando a Paraíso do Tuiuti entrou na Marquês de Sapucaí cantando:
Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
É sentinela da libertação
A ideia do enredo era mostrar que a escravidão acabou, só que não. Ela continua, sob outras formas.
E era impossível entender o enredo por completo sem considerar o último carro alegórico, que trazia no topo um vampiro com faixa presidencial e atrás uma carteira de trabalho esfarrapada.
Só que os que assistiram a transmissão pela Globo podem não ter entendido nada.
Quando a ala do trabalho informal entrou, por exemplo, Fátima Bernardes disse: “Os pequenos negócios amadores… que sustentam muita gente que não tem vínculo empregatício”.
“Única saída”, frisou o comentarista Milton Cunha.
Bem que ele tentou, fazendo menção direta ao vampirão (com semblante de Michel Temer, diga-se).
Mas, ficou nisso…
A transmissão da Globo não estabeleceu relação entre os patos da Fiesp e os paneleiros que ela tanto promoveu - ambos presentes no desfile da Tuiuti -, o impeachment de Dilma Rousseff, a ascensão do governo Temer e a reforma trabalhista que ele “comprou” e ela, Globo, apoiou - representadas na avenida pelas carteiras de trabalho semi-destruídas.
Ou seja, a Globo tirou a História da História.
Quando passou a ala Manifestoches, por exemplo, a única menção de Fátima Bernardes foi a “manipulados fantoches”, sem citar os paneleiros convocados pela própria TV Globo para derrubar Dilma Rousseff - o que abriu caminho para o vampirão e a reforma que destrói direitos, a “escravidão moderna” que a Tuiuti também pretendia denunciar.
O assunto bombou nas redes sociais, o samba foi cantado nas arquibancadas, mas no pós-desfile não houve uma única menção no estúdio da Globo ao protesto da Paraíso do Tuiuti, a não ser para falar genericamente de escravidão.
A observação do jornalista Mário Magalhães no twitter (aqui) foi a de muitos telespectadores que compararam as imagens do desfile com a narração da Globo.
Veja você mesmo, a partir dos 43’48 do vídeo [aqui].
PS do Viomundo: Curiosamente, quando passou mais tarde pela avenida, no desfile da Mangueira, um carro com críticas ao prefeito Marcelo Crivella - “prefeito, pecado é não brincar o Carnaval”, dizia o letreiro –, a narração da Globo não só leu o que estava escrito, como deu um close no boneco de Judas com o rosto de Crivella. Ficou tudo bem explícito e explicado.
Era madrugada no Rio quando a Paraíso do Tuiuti entrou na Marquês de Sapucaí cantando:
Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
É sentinela da libertação
A ideia do enredo era mostrar que a escravidão acabou, só que não. Ela continua, sob outras formas.
E era impossível entender o enredo por completo sem considerar o último carro alegórico, que trazia no topo um vampiro com faixa presidencial e atrás uma carteira de trabalho esfarrapada.
Só que os que assistiram a transmissão pela Globo podem não ter entendido nada.
Quando a ala do trabalho informal entrou, por exemplo, Fátima Bernardes disse: “Os pequenos negócios amadores… que sustentam muita gente que não tem vínculo empregatício”.
“Única saída”, frisou o comentarista Milton Cunha.
Bem que ele tentou, fazendo menção direta ao vampirão (com semblante de Michel Temer, diga-se).
Mas, ficou nisso…
A transmissão da Globo não estabeleceu relação entre os patos da Fiesp e os paneleiros que ela tanto promoveu - ambos presentes no desfile da Tuiuti -, o impeachment de Dilma Rousseff, a ascensão do governo Temer e a reforma trabalhista que ele “comprou” e ela, Globo, apoiou - representadas na avenida pelas carteiras de trabalho semi-destruídas.
Ou seja, a Globo tirou a História da História.
Quando passou a ala Manifestoches, por exemplo, a única menção de Fátima Bernardes foi a “manipulados fantoches”, sem citar os paneleiros convocados pela própria TV Globo para derrubar Dilma Rousseff - o que abriu caminho para o vampirão e a reforma que destrói direitos, a “escravidão moderna” que a Tuiuti também pretendia denunciar.
O assunto bombou nas redes sociais, o samba foi cantado nas arquibancadas, mas no pós-desfile não houve uma única menção no estúdio da Globo ao protesto da Paraíso do Tuiuti, a não ser para falar genericamente de escravidão.
A observação do jornalista Mário Magalhães no twitter (aqui) foi a de muitos telespectadores que compararam as imagens do desfile com a narração da Globo.
Veja você mesmo, a partir dos 43’48 do vídeo [aqui].
PS do Viomundo: Curiosamente, quando passou mais tarde pela avenida, no desfile da Mangueira, um carro com críticas ao prefeito Marcelo Crivella - “prefeito, pecado é não brincar o Carnaval”, dizia o letreiro –, a narração da Globo não só leu o que estava escrito, como deu um close no boneco de Judas com o rosto de Crivella. Ficou tudo bem explícito e explicado.
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