Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
No quinto dia da viagem da caravana de Lula pela região Sul do país, aumentou o nível de violência dos manifestantes contrários ao líder do PT, que bloquearam estradas, impediram um ato marcado em Passo Fundo e agrediram quatro militantes do PT que ficaram feridas em Cruz Alta: Ieda Alves, Daniele Mendes, Suzana Machado e Deise Miron, que teve de ser hospitalizada.
Deise levou socos no olho, foi arrastada pelos cabelos e jogada no chão, onde continuou levando chutes, segundo contou à Rede Brasil Atual que acompanha a caravana.
Cátia Seabra, repórter da Folha, relata o que aconteceu em Passo Fundo:
“Manifestantes, em sua maioria apoiadores do deputado Jair Bolsonaro, bloquearam o acesso do ex-presidente à cidade. Informados pelo rádio, eles usaram tratores e queimaram pneus para obstruir a passagem da caravana. À espera de Lula na beira da estrada, os manifestantes carregam ovos, chicotes, correntes e até um taco”.
Por toda parte, os “bolsominions”, como são conhecidos os seguidores de Bolsonaro, que o chamam de “Mito” e para quem todos os adversários são “comunistas”, mobilizaram-se para impedir a passagem da caravana, que ainda tinha um ato público marcado para a cidade de São Leopoldo, na noite desta sexta-feira.
Das ameaças os “bolsominions” passaram para as agressões. Num dos áudios reproduzidos na reportagem da RBA, ouve-se:
“Aí, Gaudério, tranquilo aí, ou não? Faz uns 35 minutos que eles saíram daqui, lá onde nós estávamos terminou a bateria, e não pega internet. É muito ruim de sinal em São Miguel…Vão trancar eles ali, vão queimar pneu na pista, tem um tratoraço lá em cima e vão trancar, estão tentando furar os pneus da comitiva, mas não sei, não, e aí pra frente vai ter mais rolo, meu amigo”.
Este é o clima num movimento organizado em que os “bolsominions” se misturam a agricultores e latifundiários, com apoio de comerciantes e sindicatos de ruralistas.
Jair Dutra Rodrigues, presidente do sindicato dos ruralistas de Passo Fundo, ao ser indagado sobre os “apetrechos” que carregavam ironizou: “os ovos são para o almoço”.
Chamada pelos organizadores da caravana, a Brigada Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, mas não conseguiu desbloquear o acesso a Passo Fundo, única cidade onde uma caravana de Lula não conseguiu entrar desde a primeira, em 1993.
À noite, o deputado Paulo Pimenta, líder da bancada do PT na Câmara, que acompanha a caravana, divulgou nota de repúdio aos atos de violência: “As motivações dos atos violentos que atingiram nossas companheiras têm o mesmo fundo ideológico que levou à execução de Marielle Franco, no Rio de Janeiro”.
A caravana de Lula deverá prosseguir viagem pelos estados do Sul do país até o dia 28, terminando com um ato público em Curitiba.
Até sexta-feira, Bolsonaro ainda não havia se manifestado sobre a morte de Marielle Franco, nem sobre os confrontos dos seus apoiadores com militantes da caravana de Lula no Sul.
Mas já se pode ter uma ideia do que acontecerá quando a campanha eleitoral começar para valer.
Faltam apenas seis meses para as eleições.
Vida que segue.
1 comentários:
E vamos nesse mimimi ou vamos partir para respostas a altura, ou vamos reagir?
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