Em Curitiba (PR), 28/3/18. Foto: Ricardo Stuckert |
No ato que encerrou a quarta etapa da Caravana de Lula pelo Brasil em Curitiba, a defesa da democracia e a condenação aos atos de agressão sofridos pela comitiva do ex-presidente deram a tônica de vários dos discursos feitos na noite desta quarta-feira (28).
"Nós não podemos jamais nos dividir naquilo que é central. O Brasil vive há dois anos sob um comando golpista. Sofremos um golpe que, além de antidemocrático, tem um sentido antinacional, ressaltou a pré-candidata à presidência da República Manuela d'Ávila (PCdoB). "É o golpe da entrega do Brasil, do pré-sal, do congelamento dos investimentos sociais. Que pensa a partir da judicialização da política, para que Lula não possa concorrer às eleições."
Para Manuela, defender a candidatura de Lula não é uma algo que deva ser feito apenas por "petistas e lulistas". "É tarefa para aqueles que defendem a democracia."
O pré-candidato do Psol à presidência, Guilherme Boulos, falou sobre o atentado sofrido pela comitiva do ex-presidente ontem, a caminho de Laranjeiras do Sul, no Paraná. "Não sabemos o nome do fulano que apertou o gatilho, mas quem apertou é quem está semeando esse ódio todo dia e temos que responsabilizar Jair Bolsonaro por isso. Bandido, criminoso, sem vergonha. Ele tem semeado essa onda fascista no país e temos que cobrar isso deles."
Boulos clamou pela unidade do campo progressista. "Na esquerda, temos diferenças de posição e pontos de vista. Mas nossa tradição não é a da intolerância e do pensamento único, isso é do outro lado, pontuou. "Essas diferenças não podem e não vão nos impedir de sentar à mesa para defender a democracia nesse país e enfrentar o fascismo. Por isso, já passou da hora de a gente sentar e formar uma frente democrática para enfrentar o fascismo entre os partidos e as candidaturas de esquerda por que o que está acontecendo nesse país é muito grave."
Em sua fala, o ex-presidente Lula também atribuiu à mídia tradicional parte da responsabilidade pelo clima de ódio que propiciou agressões como as sofridas pela sua Caravana na região sul. "A imprensa foi conivente com isso o tempo inteiro. Vocês sabem, o culpado desse ódio no Brasil, o estimulador desse ódio no Brasil chama-se Rede Globo de Televisão."
Ele ressaltou que parte da mídia chegou a relativizar as agressões sofridas pela Caravana, adotando outro posicionamento em seguida. "Alguns até tentaram defender os ataques à Caravana. Essa imprensa brasileira tem complexo de vira-latas e como a imprensa estrangeira condenou os fascistas, hoje todo mundo começou a mudar de opinião."
O ex-presidente voltou a reafirmar sua inocência em relação à condenação no caso do tríplex do Guarujá. "Não tenho nada contra a Lava Jato. Tenho contra a mentira. Digo todo dia: estou sendo vítima de uma mentira do jornal O Globo, da Polícia federal e de um inquérito mentiroso, do Ministério Público da Lava Jato que fez uma acusação mentirosa, e do Moro, que aceitou uma peça mentirosa e fez uma sentença mentirosa me condenando."
"Não sei qual a intenção deles de ficar dizendo que vão me prender. Eles acham que sou eu o problema deles. Eles não sabem que o Lula é apenas um ser humano feito de carne e osso, não sabem que já tem milhões de mulheres e homens que pensam como Lula. Nós somos uma ideia, e eles não conseguirão prender as ideias e sonhos", disse.
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