Por Ana Prestes
Um governo americano eleito em grande medida via fraudes sobre dados de usuários de redes sociais (caso Cambridge Analytica) usa as mesmas redes para colocar o mundo em grande risco. Alia-se a outro governo, do Reino Unido, que transita na instabilidade de um Brexit referendado por um processo igualmente desmoralizado pelo escândalo de vazamento de dados. O outro aliado dos ataques bélicos é a França comandada por um outsider que veio mais do mundo empresarial do que do político/diplomático. O aliado informal é Israel.
O mundo acaba de perceber que as brincadeiras de Trump via Twitter foram longe demais. Assim twittou ele em 11 de abril: “A Rússia se orgulha de abater qualquer míssil que ataque a Síria. Se prepare Rússia! Porque estarão chegando mísseis lindos e inteligentes! Vocês não deveriam ser parceiros de um Animal Atirador de Gás que mata pessoas como diversão!”. A missiva provocou o Kremlin a dizer que “não fazia diplomacia via twitter”.
Já não importa como as notícias trumpianas se espalham e não raro tem sido via twitter mesmo, o fato é que elas têm colocado em alerta até mesmo os funcionários de seu governo. Ao longo do dia 12 e manhã do dia 13, funcionários do Pentágono tentavam colocar panos quentes nas palavras de Trump, o que agora se percebe era para não perder o efeito surpresa de um ataque, tanto é que a missiva twittiana da manhã do dia 13 foi: “eu não falei quando ia atacar a Síria”, no perfil de Trump.
Tudo na mesma semana em que o mandatário deixa de ir à Cúpula das Américas para tratar de “questões mais importantes”.
Como reação à ofensiva desmedida de Trump, a Rússia solicitou reunião do Conselho de Segurança da ONU (12) na qual defendeu que estava ocorrendo uma encenação sobre descoberta de armas químicas (já vimos esse filme em 2003 na guerra do Iraque) e que o serviço secreto de países “russofóbicos” estavam envolvidos. Palavras do Ministro de Relações Exteriores, Serguei Lavrov. Há semanas o mesmo ministro vinha enfrentando outra ofensiva de um governo parceiro dos EUA no ataque à Síria, o Reino Unido, que empreendeu uma verdadeira cruzada com expulsão de diplomatas russos em vários países motivada por um envenenamento de ex-espião russo na Inglaterra, supostamente encomendado pela Rússia.
No dia de ontem o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, já havia se pronunciado pedindo que EUA e seus aliados se abstivessem de ação militar contra a Síria, como retaliação ao alegado uso de armas químicas por Assad em Douma, pois a prioridade deveria ser “evitar o perigo de guerra”. O embaixador se referia às mensagens vindas de Washington e que segundo ele eram muito belicosas. O Secretario Geral da ONU, Antonio Gutierres, deixou esta mesma reunião do CS da ONU dizendo que a “guerra fria havia voltado”.
O cenário promissor de encerramento dos conflitos na Síria sob a coordenação de Assad e Putin apontava para um arrefecimento das tensões na região. O incômodo com o desfecho e a contrariedade de vários interesses (em especial econômicos, como a questão do gás) foi ficando evidente não só nas expulsões dos diplomatas russos, mas no anúncio de parcerias entre históricos rivais, como França e Alemanha, que nas últimas semanas anunciaram parceria para sistemas de combate aéreo. Fora o aumento da pressão sobre o Irã e o incitamento da Turquia para resolver a situação na fronteira de ocupação curda como condição para sua entrada na União
Europeia. A parceria entre Assad e Putin, com o apoio iraniano e isolamento turco incomodou até o limite da reintrodução da guerra por Trump e seus aliados. O momento em que os dedos de Trump cruzaram a fronteira do Twitter. O momento é de grande indefinição, perigo e instabilidade mundial. A paz volta a ser, de todas, a bandeira mais revolucionária.
Um governo americano eleito em grande medida via fraudes sobre dados de usuários de redes sociais (caso Cambridge Analytica) usa as mesmas redes para colocar o mundo em grande risco. Alia-se a outro governo, do Reino Unido, que transita na instabilidade de um Brexit referendado por um processo igualmente desmoralizado pelo escândalo de vazamento de dados. O outro aliado dos ataques bélicos é a França comandada por um outsider que veio mais do mundo empresarial do que do político/diplomático. O aliado informal é Israel.
O mundo acaba de perceber que as brincadeiras de Trump via Twitter foram longe demais. Assim twittou ele em 11 de abril: “A Rússia se orgulha de abater qualquer míssil que ataque a Síria. Se prepare Rússia! Porque estarão chegando mísseis lindos e inteligentes! Vocês não deveriam ser parceiros de um Animal Atirador de Gás que mata pessoas como diversão!”. A missiva provocou o Kremlin a dizer que “não fazia diplomacia via twitter”.
Já não importa como as notícias trumpianas se espalham e não raro tem sido via twitter mesmo, o fato é que elas têm colocado em alerta até mesmo os funcionários de seu governo. Ao longo do dia 12 e manhã do dia 13, funcionários do Pentágono tentavam colocar panos quentes nas palavras de Trump, o que agora se percebe era para não perder o efeito surpresa de um ataque, tanto é que a missiva twittiana da manhã do dia 13 foi: “eu não falei quando ia atacar a Síria”, no perfil de Trump.
Tudo na mesma semana em que o mandatário deixa de ir à Cúpula das Américas para tratar de “questões mais importantes”.
Como reação à ofensiva desmedida de Trump, a Rússia solicitou reunião do Conselho de Segurança da ONU (12) na qual defendeu que estava ocorrendo uma encenação sobre descoberta de armas químicas (já vimos esse filme em 2003 na guerra do Iraque) e que o serviço secreto de países “russofóbicos” estavam envolvidos. Palavras do Ministro de Relações Exteriores, Serguei Lavrov. Há semanas o mesmo ministro vinha enfrentando outra ofensiva de um governo parceiro dos EUA no ataque à Síria, o Reino Unido, que empreendeu uma verdadeira cruzada com expulsão de diplomatas russos em vários países motivada por um envenenamento de ex-espião russo na Inglaterra, supostamente encomendado pela Rússia.
No dia de ontem o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, já havia se pronunciado pedindo que EUA e seus aliados se abstivessem de ação militar contra a Síria, como retaliação ao alegado uso de armas químicas por Assad em Douma, pois a prioridade deveria ser “evitar o perigo de guerra”. O embaixador se referia às mensagens vindas de Washington e que segundo ele eram muito belicosas. O Secretario Geral da ONU, Antonio Gutierres, deixou esta mesma reunião do CS da ONU dizendo que a “guerra fria havia voltado”.
O cenário promissor de encerramento dos conflitos na Síria sob a coordenação de Assad e Putin apontava para um arrefecimento das tensões na região. O incômodo com o desfecho e a contrariedade de vários interesses (em especial econômicos, como a questão do gás) foi ficando evidente não só nas expulsões dos diplomatas russos, mas no anúncio de parcerias entre históricos rivais, como França e Alemanha, que nas últimas semanas anunciaram parceria para sistemas de combate aéreo. Fora o aumento da pressão sobre o Irã e o incitamento da Turquia para resolver a situação na fronteira de ocupação curda como condição para sua entrada na União
Europeia. A parceria entre Assad e Putin, com o apoio iraniano e isolamento turco incomodou até o limite da reintrodução da guerra por Trump e seus aliados. O momento em que os dedos de Trump cruzaram a fronteira do Twitter. O momento é de grande indefinição, perigo e instabilidade mundial. A paz volta a ser, de todas, a bandeira mais revolucionária.
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