Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Jair Bolsonaro, presidenciável da extrema-direita, faz sucesso entre caminhoneiros em greve. Um destes, Claudinei Habacuque, dono de uma pequena frota em Barueri (SP), comentou em um grupo de Whatsapp, em meio à paralisação: “Sabe que todo caminhoneiro vota no Bolsonaro, né?”. Um relato feito no site da revista Piaui.
Se os caminhoneiros estão furiosos com o preço dos combustíveis e querem Bolsonaro presidente, a decepção poderá ser grande, em caso de vitória do deputado do PSL. O economista escolhido por ele como “ministro da Fazenda” e ajudante na elaboração de seu programa de governo é a favor de vender a Petrobras. E, no Brasil, tarifa pública costuma subir pós-privatizações.
O escolhido é o ultraliberal Paulo Guedes. Ele defendeu privatizar a petroleira em entrevista à Folha de 25 de fevereiro passado. “Por que não pode vender o Correio? Por que não pode vender a Petrobras?”
A privatização de empresas de serviços públicos encarece as tarifas no Brasil. Logo após o governo Michel Temer anunciar, no ano passado, a intenção de vender a Eletrobras, a Agência Nacional de Energia Elértrica (Aneel) informou que a conta de luz subiria 16%.
Em 2013, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou um estudo que informava que o Brasil tinha a ligação de telefone celular mais cara do planeta. Conclusão reafirmada no ano seguinte. A telefonia foi privatizada por aqui em 1998.
De forma geral, Guedes acredita que o Estado não deve interferir na economia. Ao expor essa visão, gosta de usar a palavra “dirigismo” para definir a ação governamental. “A falência do dirigismo”, “Maldição dirigista” e “Armadilha dirigista” são os títulos de algumas das colunas que periodicamente publicou no jornal “O Globo”.
A última das colunas ("Armadilha dirigista") foi publicada no dia em que os caminhoneiros começaram a parar, 21 de maio. Foi reproduzida no site do think tank direitista Instituto Milleniun, do qual Guedes é colaborador.
Em suma, se a privatização da Petrobras proposta por Guedes ocorresse, o preço dos combustíveis tenderia a subir e não adiantaria os caminhoneiros fazerem greve e reclamarem do governo, pois este não teria que o que fazer. Seria “dirigismo”.
Ex-capitão do Exército, Bolsonaro tem saudades do regime militar, cujos ditadores-presidentes autorizavam pessoalmente a execução de brasileiros. A ditadura de 1964-1985 criou cerca de 45 estatais.
Paulo Guedes tem dito, no entanto, que o presidenciável passa por um processo de transformação intelectual. Em uma entrevista em vídeo reproduzida no Twitter do deputado um dia após o início da paralisação dos caminhões, o economista comentou: “O Jair evolui numa velocidade muito maior do que os economistas brasileiros evoluíram e do que os presidentes passados evoluíram”. E completou: “Quem congela preço no Brasil inteiro sabia algo de economia?”
Se os caminhoneiros estão furiosos com o preço dos combustíveis e querem Bolsonaro presidente, a decepção poderá ser grande, em caso de vitória do deputado do PSL. O economista escolhido por ele como “ministro da Fazenda” e ajudante na elaboração de seu programa de governo é a favor de vender a Petrobras. E, no Brasil, tarifa pública costuma subir pós-privatizações.
O escolhido é o ultraliberal Paulo Guedes. Ele defendeu privatizar a petroleira em entrevista à Folha de 25 de fevereiro passado. “Por que não pode vender o Correio? Por que não pode vender a Petrobras?”
A privatização de empresas de serviços públicos encarece as tarifas no Brasil. Logo após o governo Michel Temer anunciar, no ano passado, a intenção de vender a Eletrobras, a Agência Nacional de Energia Elértrica (Aneel) informou que a conta de luz subiria 16%.
Em 2013, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou um estudo que informava que o Brasil tinha a ligação de telefone celular mais cara do planeta. Conclusão reafirmada no ano seguinte. A telefonia foi privatizada por aqui em 1998.
De forma geral, Guedes acredita que o Estado não deve interferir na economia. Ao expor essa visão, gosta de usar a palavra “dirigismo” para definir a ação governamental. “A falência do dirigismo”, “Maldição dirigista” e “Armadilha dirigista” são os títulos de algumas das colunas que periodicamente publicou no jornal “O Globo”.
A última das colunas ("Armadilha dirigista") foi publicada no dia em que os caminhoneiros começaram a parar, 21 de maio. Foi reproduzida no site do think tank direitista Instituto Milleniun, do qual Guedes é colaborador.
Em suma, se a privatização da Petrobras proposta por Guedes ocorresse, o preço dos combustíveis tenderia a subir e não adiantaria os caminhoneiros fazerem greve e reclamarem do governo, pois este não teria que o que fazer. Seria “dirigismo”.
Ex-capitão do Exército, Bolsonaro tem saudades do regime militar, cujos ditadores-presidentes autorizavam pessoalmente a execução de brasileiros. A ditadura de 1964-1985 criou cerca de 45 estatais.
Paulo Guedes tem dito, no entanto, que o presidenciável passa por um processo de transformação intelectual. Em uma entrevista em vídeo reproduzida no Twitter do deputado um dia após o início da paralisação dos caminhões, o economista comentou: “O Jair evolui numa velocidade muito maior do que os economistas brasileiros evoluíram e do que os presidentes passados evoluíram”. E completou: “Quem congela preço no Brasil inteiro sabia algo de economia?”
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