Por William Nozaki, no site da Fundação Perseu Abramo:
A alta no preço dos combustíveis, que levou à greve dos caminhoneiros, coloca o país em sinal de alerta: há risco de desabastecimento de diesel, querosene, gasolina e gás. As consequências: interrupção de serviços de transporte e aviação, criação de gargalos logísticos e de infraestrutura, interrupção da produção de bens industriais e da distribuição de alimentos, além da pressão inflacionária sobre os preços de insumos básicos.
A luta de classes deve se intensificar. De um lado: trabalhadores realizando greves, manifestações, insatisfação generalizada, caos sócio-urbano e a luta contra a alta dos preços e a baixa dos salários; de outro lado: liberais-conservadores usando esse cenário para justificar a interrupção da queda dos juros, ou até mesmo uma eventual elevação da Selic, e algumas forças políticas tentando usar a instabilidade como justificativa para a suspensão do calendário eleitoral.
Tudo isso em um cenário geopolítico marcado por tensões na Venezuela e no Oriente Médio, o que tem provocado o aumento do preço do petróleo; e em um ambiente macroeconômico onde há sinais de mudança na política monetária dos EUA, o que tem provocado a saída de capitais estrangeiros de países emergentes.
O Brasil tem reservas e produção de petróleo em nível suficiente para que pudéssemos aproveitar a elevação internacional do preço do barril de óleo cru de forma positiva.
Entretanto, a nova política de preços praticada pela Petrobras tem repassado diariamente as flutuações no preço internacional do petróleo para o posto de combustíveis e o consumidor final. Em apenas um semestre o preço da gasolina foi reajustado mais de cem vezes e o do diesel mais de duzentas vezes. Simultaneamente, a nova política de refino baseada na venda de refinarias e na diminuição da produção de derivados tem deixado o país refém dos traders internacionais e das importações. O petrolífera brasileira exporta óleo cru e importa das petrolíferas estrangeiras os derivados.
Quem ganha com isso diretamente é o mercado financeiro internacional, as grandes petrolíferas globais, e, indiretamente, o agronegócio produtor de cana de açúcar e etanol. Noutras palavras, a velha aliança entre o rentismo e o agrarismo.
Quem perde com isso diretamente é o mercado interno brasileiro, com a possibilidade de autossuficiência energética sendo substituída gradativamente pela priorização do atendimento dos interesses financeirizados. O pouco que resta da indústria nacional é impactado pelo encarecimento dos custos se produção e pelo já referido desabastecimento, quem mais sofre são os trabalhadores e consumidores que têm o seu poder de compra sendo reduzidos sensivelmente.
Como se já não bastassem todos os problemas já elencados, com o perdão pela metáfora óbvia, essa gasolina está sendo lançada na fogueira de um ano eleitoral marcado pela prisão injusta do maior líder popular do país e pela profunda incapacidade das forças liberal-conservadoras apresentarem um projeto e um candidato capaz de fazer maioria nas urnas, como tem demonstrado as pesquisas de intenção de voto.
O governo, por seu turno, tem se mostrado inábil e errático na gestão dessa crise, propondo medidas paliativas de curtíssimo prazo, como a redução do preço do diesel em 10% por apenas 15 dias; ou propondo medidas fiscais e de aumento de impostos, fazendo com que o conjunto da sociedade pague por uma política que a Petrobras pratica para proteger única e exclusivamente seus acionistas.
Dado esse cenário, o Brasil pode se transformar em uma bomba de gasolina prestes a explodir.
A alta no preço dos combustíveis, que levou à greve dos caminhoneiros, coloca o país em sinal de alerta: há risco de desabastecimento de diesel, querosene, gasolina e gás. As consequências: interrupção de serviços de transporte e aviação, criação de gargalos logísticos e de infraestrutura, interrupção da produção de bens industriais e da distribuição de alimentos, além da pressão inflacionária sobre os preços de insumos básicos.
A luta de classes deve se intensificar. De um lado: trabalhadores realizando greves, manifestações, insatisfação generalizada, caos sócio-urbano e a luta contra a alta dos preços e a baixa dos salários; de outro lado: liberais-conservadores usando esse cenário para justificar a interrupção da queda dos juros, ou até mesmo uma eventual elevação da Selic, e algumas forças políticas tentando usar a instabilidade como justificativa para a suspensão do calendário eleitoral.
Tudo isso em um cenário geopolítico marcado por tensões na Venezuela e no Oriente Médio, o que tem provocado o aumento do preço do petróleo; e em um ambiente macroeconômico onde há sinais de mudança na política monetária dos EUA, o que tem provocado a saída de capitais estrangeiros de países emergentes.
O Brasil tem reservas e produção de petróleo em nível suficiente para que pudéssemos aproveitar a elevação internacional do preço do barril de óleo cru de forma positiva.
Entretanto, a nova política de preços praticada pela Petrobras tem repassado diariamente as flutuações no preço internacional do petróleo para o posto de combustíveis e o consumidor final. Em apenas um semestre o preço da gasolina foi reajustado mais de cem vezes e o do diesel mais de duzentas vezes. Simultaneamente, a nova política de refino baseada na venda de refinarias e na diminuição da produção de derivados tem deixado o país refém dos traders internacionais e das importações. O petrolífera brasileira exporta óleo cru e importa das petrolíferas estrangeiras os derivados.
Quem ganha com isso diretamente é o mercado financeiro internacional, as grandes petrolíferas globais, e, indiretamente, o agronegócio produtor de cana de açúcar e etanol. Noutras palavras, a velha aliança entre o rentismo e o agrarismo.
Quem perde com isso diretamente é o mercado interno brasileiro, com a possibilidade de autossuficiência energética sendo substituída gradativamente pela priorização do atendimento dos interesses financeirizados. O pouco que resta da indústria nacional é impactado pelo encarecimento dos custos se produção e pelo já referido desabastecimento, quem mais sofre são os trabalhadores e consumidores que têm o seu poder de compra sendo reduzidos sensivelmente.
Como se já não bastassem todos os problemas já elencados, com o perdão pela metáfora óbvia, essa gasolina está sendo lançada na fogueira de um ano eleitoral marcado pela prisão injusta do maior líder popular do país e pela profunda incapacidade das forças liberal-conservadoras apresentarem um projeto e um candidato capaz de fazer maioria nas urnas, como tem demonstrado as pesquisas de intenção de voto.
O governo, por seu turno, tem se mostrado inábil e errático na gestão dessa crise, propondo medidas paliativas de curtíssimo prazo, como a redução do preço do diesel em 10% por apenas 15 dias; ou propondo medidas fiscais e de aumento de impostos, fazendo com que o conjunto da sociedade pague por uma política que a Petrobras pratica para proteger única e exclusivamente seus acionistas.
Dado esse cenário, o Brasil pode se transformar em uma bomba de gasolina prestes a explodir.
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