Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
A noite de quinta-feira, 9 de agosto, será marcada como um dia especial da democracia brasileira.
A aliança PT-PC do B demonstrou uma respeitável capacidade de articulação, ao organizar um debate paralelo entre Fernando Haddad e Manuela D'Ávila menos de 48 horas depois que a Band deixou claro que iria se acumpliciar com a tutela judicial do processo eleitoral deixando o Partido dos Trabalhadores de fora do debate.
A audiência do encontro é uma demonstração inequívoca da popularidade de Lula e da disposição de grandes parcelas da população em defender o direito de votar no candidato de sua preferência. Confirma que, apesar de todas as pressões e injustiças, há um espaço imenso para Lula disputar o voto e, caso venha ser impedido, Haddad e Manoela tem condições de travar um bom combate e chegar ao segundo turno, como apontam todas as projeções até aqui.
Não se deve confundir um protesto de natureza simbólica, muito bem sucedido, com a disputa real pelo poder de Estado, pela sucessão de Michel Temer em eleições que representam a única oportunidade concreta - ao menos até aqui - para se eleger um governo comprometido com as reivindicações da população explorada e a reconstrução da democracia ferida pelo golpe de 2016. O debate entre os demais candidatos ao Planalto, travado no encontro promovido pela Band, confirmou a natureza do processo político em curso, que tem na exclusão de Lula sua matriz fundamental e na preservação de um regime de semi-ditadura o acordo comum entre a maioria dos concorrentes e seus patrocinadores de fato e de direito.
Expressão acabada dos riscos trazidos ao país por um regime de semi-ditadura, o fascismo de Jair Bolsonaro teve direito a um tratamento amistoso por parte da unanimidade dos concorrentes - a única exceção tendo sido de Guilherme Boulos, do PSOL.
É certo que nem todos os concorrentes fizeram como Alvaro Dias, que deu a Bolsonaro o tratamento gentil de um convidado para o chá das cinco, multiplicando situações de proximidade e comunhão entre ambos.
Numa conjuntura na qual a revista Economist, bíblia do capital financeiro, usa um editorial para classificar Bolsonaro como uma "ameaça à democracia", era possível imaginar uma postura semelhante por parte de candidaturas alinhadas com o mesmo ideário econômico do Estado Mínimo. Mas não.
Embrulhado, por aliados, como o candidato capaz de derrotar Bolsonaro num hipotético segundo turno, Geraldo Alckmin não fez uma única manifestação relevante para demarcar terreno contra o fascismo.
Corretamente, Ciro Gomes contestou o projeto de Bolsonaro, de militarização do ensino público. Fez ironias e observações pertinentes. A gravidade do assunto em pauta, longe de ser uma questão trivial, exige uma postura mais grave e séria, um confronto mais claro.
Numa campanha curta, marcada por uma truculência fundamental que é a decisão de excluir o mais popular politico brasileiro da urna, perdeu-se uma boa oportunidade para ajustar contas com Bolsonaro e aquilo que ele representa.
Conhecendo os limites e interesses da maioria dos presentes, seria até ingenuidade imaginar um comportamento mais efetivo, comprometido com os valores democráticos.
Fizeram aquilo que se poderia imaginar que iriam fazer - o que só reforça a natureza irresponsável da exclusão de Lula dos debates de uma eleição decisiva para os rumos do país.
Alguma dúvida?
A aliança PT-PC do B demonstrou uma respeitável capacidade de articulação, ao organizar um debate paralelo entre Fernando Haddad e Manuela D'Ávila menos de 48 horas depois que a Band deixou claro que iria se acumpliciar com a tutela judicial do processo eleitoral deixando o Partido dos Trabalhadores de fora do debate.
A audiência do encontro é uma demonstração inequívoca da popularidade de Lula e da disposição de grandes parcelas da população em defender o direito de votar no candidato de sua preferência. Confirma que, apesar de todas as pressões e injustiças, há um espaço imenso para Lula disputar o voto e, caso venha ser impedido, Haddad e Manoela tem condições de travar um bom combate e chegar ao segundo turno, como apontam todas as projeções até aqui.
Não se deve confundir um protesto de natureza simbólica, muito bem sucedido, com a disputa real pelo poder de Estado, pela sucessão de Michel Temer em eleições que representam a única oportunidade concreta - ao menos até aqui - para se eleger um governo comprometido com as reivindicações da população explorada e a reconstrução da democracia ferida pelo golpe de 2016. O debate entre os demais candidatos ao Planalto, travado no encontro promovido pela Band, confirmou a natureza do processo político em curso, que tem na exclusão de Lula sua matriz fundamental e na preservação de um regime de semi-ditadura o acordo comum entre a maioria dos concorrentes e seus patrocinadores de fato e de direito.
Expressão acabada dos riscos trazidos ao país por um regime de semi-ditadura, o fascismo de Jair Bolsonaro teve direito a um tratamento amistoso por parte da unanimidade dos concorrentes - a única exceção tendo sido de Guilherme Boulos, do PSOL.
É certo que nem todos os concorrentes fizeram como Alvaro Dias, que deu a Bolsonaro o tratamento gentil de um convidado para o chá das cinco, multiplicando situações de proximidade e comunhão entre ambos.
Numa conjuntura na qual a revista Economist, bíblia do capital financeiro, usa um editorial para classificar Bolsonaro como uma "ameaça à democracia", era possível imaginar uma postura semelhante por parte de candidaturas alinhadas com o mesmo ideário econômico do Estado Mínimo. Mas não.
Embrulhado, por aliados, como o candidato capaz de derrotar Bolsonaro num hipotético segundo turno, Geraldo Alckmin não fez uma única manifestação relevante para demarcar terreno contra o fascismo.
Corretamente, Ciro Gomes contestou o projeto de Bolsonaro, de militarização do ensino público. Fez ironias e observações pertinentes. A gravidade do assunto em pauta, longe de ser uma questão trivial, exige uma postura mais grave e séria, um confronto mais claro.
Numa campanha curta, marcada por uma truculência fundamental que é a decisão de excluir o mais popular politico brasileiro da urna, perdeu-se uma boa oportunidade para ajustar contas com Bolsonaro e aquilo que ele representa.
Conhecendo os limites e interesses da maioria dos presentes, seria até ingenuidade imaginar um comportamento mais efetivo, comprometido com os valores democráticos.
Fizeram aquilo que se poderia imaginar que iriam fazer - o que só reforça a natureza irresponsável da exclusão de Lula dos debates de uma eleição decisiva para os rumos do país.
Alguma dúvida?
0 comentários:
Postar um comentário