Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Embora haja muitas certezas, sustentadas não só pelas pesquisas eleitorais, mas também por razões políticas, Fernando Haddad tornou-se candidato do Partido dos Trabalhadores e ultrapassará, mais cedo do que se pensa, o porcentual de intenção de votos dado a Jair Bolsonaro, o mais direto dos adversários dele.
Há, de fato, possibilidade de riscos, não muito longe da premonição anunciada pelas cartas do baralho ou pela leitura de mãos. Estão excetuados, nestas afirmações, os casos de hecatombes. Ou mesmo de facadas cruéis, condenáveis e inesperadas.
A coragem do ex-presidente Lula, somada à paciência, sutileza, e garra de Haddad, permite dizer que nasceu um novo presidente. Com perfil diferente, porém fiel às circunstâncias do projeto de esquerda-centro montado por Lula desde o primeiro governo.
O ex-presidente não elegeu um poste como provocam adversários atropelados pelas circunstâncias.
Desponta, sim, um novo presidente. De esquerda. Haddad tropeçou nos primeiros dias. Principalmente quando enfrentou a malandragem da mídia.
Ou seja, quando ainda não tinha certeza do resultado costurado no Judiciário. Tranquilo, portou-se como um vice-presidente na chapa petista. Com toda a lealdade. O provável futuro presidente, é a minha esperança, não haverá de ser um conciliador sem adaptação às mudanças políticas do tempo.
Creio que, talvez, leitor de Raymundo Faoro, saiba das consequências de se entregar a conciliação.
Dentro dela há conflitos perigosos. Silva Jardim, um dos mais importantes políticos durante a luta republicana, sofreu com isso. Bateu de frente com Quintino Bocaiúva, que armava uma saída conciliatória do Segundo Reinado para a República. Bobeou e perdeu.
Jardim já alertava para isso. Advertiu: “Você não criará a República, e sim o Terceiro Reinado”. Perdeu também. Iludido, partiu de navio para a Itália e, dizem, atirou-se no Vesúvio. Haddad enfrentou com muita paciência as entrevistas, em que, em alguma delas, sofria agressões e também, em certos casos, pressões naturais impostas pelos repórteres.
Afirmou, com a serenidade de um chefe de Estado, que os militares estão subordinados ao presidente. Haddad mandará. E as reações da mídia? Não fugiu da pergunta. “Sou a favor de que não haja excesso de concentração de propriedade. Sobretudo propriedade cruzada”, considerou, com tranquilidade.
Ele terminou a explicação com um bico na canela: “A legislação proíbe caciques regionais, que mandam em tudo”. Os caciques, no caso, são também conhecidos.
Há, de fato, possibilidade de riscos, não muito longe da premonição anunciada pelas cartas do baralho ou pela leitura de mãos. Estão excetuados, nestas afirmações, os casos de hecatombes. Ou mesmo de facadas cruéis, condenáveis e inesperadas.
A coragem do ex-presidente Lula, somada à paciência, sutileza, e garra de Haddad, permite dizer que nasceu um novo presidente. Com perfil diferente, porém fiel às circunstâncias do projeto de esquerda-centro montado por Lula desde o primeiro governo.
O ex-presidente não elegeu um poste como provocam adversários atropelados pelas circunstâncias.
Desponta, sim, um novo presidente. De esquerda. Haddad tropeçou nos primeiros dias. Principalmente quando enfrentou a malandragem da mídia.
Ou seja, quando ainda não tinha certeza do resultado costurado no Judiciário. Tranquilo, portou-se como um vice-presidente na chapa petista. Com toda a lealdade. O provável futuro presidente, é a minha esperança, não haverá de ser um conciliador sem adaptação às mudanças políticas do tempo.
Creio que, talvez, leitor de Raymundo Faoro, saiba das consequências de se entregar a conciliação.
Dentro dela há conflitos perigosos. Silva Jardim, um dos mais importantes políticos durante a luta republicana, sofreu com isso. Bateu de frente com Quintino Bocaiúva, que armava uma saída conciliatória do Segundo Reinado para a República. Bobeou e perdeu.
Jardim já alertava para isso. Advertiu: “Você não criará a República, e sim o Terceiro Reinado”. Perdeu também. Iludido, partiu de navio para a Itália e, dizem, atirou-se no Vesúvio. Haddad enfrentou com muita paciência as entrevistas, em que, em alguma delas, sofria agressões e também, em certos casos, pressões naturais impostas pelos repórteres.
Afirmou, com a serenidade de um chefe de Estado, que os militares estão subordinados ao presidente. Haddad mandará. E as reações da mídia? Não fugiu da pergunta. “Sou a favor de que não haja excesso de concentração de propriedade. Sobretudo propriedade cruzada”, considerou, com tranquilidade.
Ele terminou a explicação com um bico na canela: “A legislação proíbe caciques regionais, que mandam em tudo”. Os caciques, no caso, são também conhecidos.
1 comentários:
Eis a narrativa compatível com a tese que impôs a candidatura de Haddad. Trata-se, portanto,de nosso "futuro presidente". O risco de ser derrotado nas urnas por Bolsonaro existe, mas não assusta, dizem. Afinal de contas, quem é Bolsonaro, senão um penetra que sequer deveria continuar liderando as intenções de voto apuradas pelas pesquisas?(pelo menos, é isso que conheceremos ao ler as previsões dos analistas do campo de Haddad realizadas há dois, três meses atrás). Confesso que eu também estou levemente surpreso ao constatar que Bolsonaro tem potencial para disputar, em pé de igualdade com Haddad, o centro que decidirá as eleições.O antipetismo é bem maior do que eu supunha.Cheguei a acreditar que os intelectuais orgânicos do mercado tentariam derrotar a esquerda com uma candidatura menos heavy metal que Bolsonaro, desencadeando uma operação de emergência, visando viabilizar a candidatura de Marina Silva. Errei, mas sem ficar pasmo.Das elites brasileiras, herdeiras dos senhores de escravos, a adesão ao fascismo em grande escala não deveria mesmo deixar ninguém perplexo. Eu continuo convicto de que prevaleceu o caminho mais espinhoso para derrotar o fascista candidato do Golpe. De minha parte, farei tudo o que for possível para impedir a vitória fascista nas urnas, apesar de meu estado de saúde não estar ajudando muito. Tomara que os estrategistas do PT, aqueles mesmos que foram incapazes de conceber os riscos de Golpes que corriam, estejam plenos de razão, me surpreendendo, desta vez, positivamente, nos fazendo derrotar o fascismo de maneira incontestável, sem o clima de tensão da apuração de 2014,porque, depois de uma vitória eleitoral, será necessário governar sem grandes riscos de novos golpes, com consistente e amplamente majoritário apoio das massas populares e de setores expressivos do centro, da classe média.
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