segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A nossa última semana de democracia?

Por Igor Fuser

Vejo muita gente apoiando o Haddad com certo constrangimento, sem admitir que foi enganada o tempo todo pela campanha anti-petista da mídia e pela atuação desonesta, parcial e partidária da cúpula do Judiciário, em especial o Ministério Público e o bando de pit bulls chefiados pelo Sergio Moro.

A verdade é que a tal "roubalheira do PT" nunca existiu. A mídia confundiu, de propósito, doações de campanha com propinas, para criminalizar o PT e a política no seu conjunto.

A mídia caluniou e desmoralizou a maior empresa brasileira, a Petrobrás, sem qualquer base real, movida por interesses inconfessáveis, ligados à busca da privatização dessa companhia estatal e à entrega do pré-sal ao capital externo. Os negócios com a refinaria de Pasadena foram legítimos, não houve prejuízo para o país. Na minha opinião, a Petrobrás nunca deveria ter se envolvido com essa tipo de operação no exterior, nem deveria ter colocado ações à venda na bolsa de Nova York. Ela fez o que a turma do "mercado" queria que fosse feito, e depois essa mesma turma do "mercado" se tornou o carrasco da Petrobrás. Mas não houve ilícito nessas operações.

O grande erro do PT foi ter utilizado caixa 2 em suas campanhas eleitorais, do mesmo modo que todos os demais partidos sempre fizeram, impunemente. Também a vigilância sobre funcionários (alguns deles, corruptos) na Petrobrás e sobre a atuação das empreiteiras deveria ter sido maior, como Haddad já mencionou durante a campanha. Lula deveria ter mantido as empreiteiras e os empresários em geral a uma saudável distância, sem ter maior contato com essa escória, esse lixo humano da Odebrecht, Vale, Friboi, Gerdau e cia.

Mas o PT não é nem nunca foi um partido corrupto. Os casos de enriquecimento ilícito no partido foram raros, como o do Palocci e daquele Delcídio do Mato Grosso do Sul.

Lula mora no mesmo apartamento em que sempre morou. Nem o sítio de Atibaia nem o apê do Guarujá são dele, nada, absolutamente nada foi provado quanto a isso. Com o poder que o Lula tinha, se quisesse, poderia ter se tornado um bilionário de padrão internacional, mas não mudou em nada o seu estilo de vida, nem o seu patrimônio. Genoino mora na mesma casa modesta onde sempre morou, no bairro do Butantã. Zé Dirceu foi condenado sem qualquer prova, pela teoria maluca do "domínio do fato". Nunca existiu "Mensalão", essa foi outra grande fraude midiática.

As denúncias da Lava Jato contra integrantes do PT são, quase todas, espúrias, obtidas pelo uso deformado do instrumento da delação premiada. O prisioneiro, pra se livrar, diz o que os seus inquisidores querem ouvir, e o que Moro e a gangue da Lava Jato queriam e querem ouvir é só uma coisa: aquilo que vai ferrar com o PT.

É pena ver que muita gente honesta se deixou enganar por essa grande farsa da Lava Jato. Sem essa palhaçada, não existiria o anti-petismo nessa dimensão que alcançou, e não estaríamos na iminência de ter um fascista no Planalto e um novo regime militar instalado no país.

Tem gente que tem muita dificuldade para aprender, é uma pena mesmo.

1 comentários:

Naylson Brasil disse...

É esta pessoa que você quer votar!
Bolsonaro veta perguntas e jornalista da rádio Guaíba se demite ‘ao vivo’
POR FERNANDO BRITO

O jornalista – e radialista, historiador, professor e autor – Juremir Machado da Silva, um dos mais importantes comentaristas políticos do Rio Grande do Sul, demitiu-se de seu emprego da Rádio Guaíbano ar, durante o programa do qual participava, por ter sido silenciado pelo âncora Rogério Mendelsky que aceitou, para entrevistar Jair Bolsonaro, que nenhum dos jornalistas da mesa lhe dirigisse perguntas.
Ao final da entrevista “mansa”, Juremir tomou a palavra e perguntou: “posso dizer que fui censurado? ”
Mendelski respondeu: “claro que não…foi uma exigência do Bolsonaro.  [É] Normal.
Juremir agradeceu aos ouvintes os dez anos de audiência e se despediu, saindo do estúdio.
Surpreendido, Mendelsky perguntou aos outros integrantes da mesa se aquilo era censura. Jurandir Soares disse que não. Voltaire Santos foi mais sincero: “preciso do meu emprego”.
Aí está, para quem quiser ver, a materialização do que disse domingo Jair Bolsonaro: ou aceita-se as regras dele ou vá embora”.
Juremir foi, mas levou junto a sua dignidade profissional e pessoal.
Mas haverá também muitos “Voltaires” que, ao contrário do filósofo francês que inspirou os pais a lhe darem este nome preverem calar o que pensavam, para fugir das consequências e conservar o emprego.
http://www.tijolaco.net/blog/bolsonaro-veta-perguntas-e-jornalista-da-gaucha-se-demite-ao-vivo/