Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
As razões são diferentes e, em muitos casos, opostas. Parece claro, no entanto, que forças importantes do mundo político brasileiro se movimentam numa mesma direção - encontrar o caminho mais curto para expelir Jair Bolsonaro do comando do Estado.
Após três meses no Planalto, não há dúvida de que o governo Bolsonaro se mostrou incompatível com qualquer esforço racional para retirar o país de uma catástrofe que se agrava de forma ininterrupta desde 2015.
Há descontentamento no patamar inferior da pirâmide, como diz a queda de 15% no índice de aprovação presidencial. Também há descontentamento no patamar superior - como mostra a recepção na Fiesp, seguida de jantar, ao vice Hamilton Mourão.
Ao driblar a reforma da previdência com um "programa de reestruturação de carreira" que vai deixar tudo como está, os comandantes militares mostraram que o poder é de quem tem a Força. Eles.
Visto como referência econômica do governo, o ministro Paulo Guedes não passa de um maluco do Estado mínimo.
Fonte de ideias e argumentos do núcleo civil do governo, o astrólogo Olavo de Carvalho não possui uma coisa nem outra.
Chefe da Casa Civil, o ministro Onyx Lorenzoni fala em banho de sangue.
Num governo que procura comunistas embaixo da cama - 40 anos depois da ascensão de Deng Xiaoping no comando do comunismo chinês - os tuítes, pronunciamentos e entrevistas de personalidades do governo mostram que a luta ideológica é apenas um discurso monótono, fora do tempo, que não seduz esta pátria de famintos.
Na prática, ou é um autoengano ignorante. Ou lorota de conveniência. O efeito é ruinoso e desagregador em qualquer caso.
As ações de governo se concentram numa esfera mais primitiva, típica de períodos menos civilizados da evolução - o rancor excessivo, o ressentimento sem controle, a impossibilidade de reconhecer a realidade, a incapacidade de separar fatos, fantasias e pesadelos.
Nestes movimentos, é fácil enxergar traços paranóicos que marcaram tantas tiranias ao longo da História, como vários imperadores romanos, no início dos tempos, ou Adolf Hitler e Josef Stalin, em épocas mais atuais.
Os próprios filhos de Bolsonaro agem contra os interesses do governo do pai - mais grave ainda, são autorizados e até estimulados por ele.
Numa trama de tragédia clássica, o Planalto acaba de provocar, de vontade própria, a ruptura do presidente da Câmara Rodrigo Maia, o mais leal e sofisticado aliado que poderia ter aparecido no caminho de quem quer aprovar um projeto impopular por vocação. Ardiloso, Maia faz cara de quem perdeu mas o derrotado é Bolsonaro.
Está claro que será difícil aprovar uma proposta que prejudica 100% dos brasileiros que precisam de um sistema público de previdência.
Viagem que irá se projetar como um trauma histórico sobre o país, a visita a Donald Trump e Steve Bannon mostrou um presidente incapaz de distinguir interesses e diferenças entre Brasil e Estados Unidos - função elementar de qualquer atividade diplomática - e muito menos estabelecer qualquer limite diante das iniciativas norte-americanas, inclusive uma visita à CIA.
Entregou tudo, não levou nada e bateu palmas.
Missão cumprida.
Fim da história.
Alguma dúvida?
As razões são diferentes e, em muitos casos, opostas. Parece claro, no entanto, que forças importantes do mundo político brasileiro se movimentam numa mesma direção - encontrar o caminho mais curto para expelir Jair Bolsonaro do comando do Estado.
Após três meses no Planalto, não há dúvida de que o governo Bolsonaro se mostrou incompatível com qualquer esforço racional para retirar o país de uma catástrofe que se agrava de forma ininterrupta desde 2015.
Há descontentamento no patamar inferior da pirâmide, como diz a queda de 15% no índice de aprovação presidencial. Também há descontentamento no patamar superior - como mostra a recepção na Fiesp, seguida de jantar, ao vice Hamilton Mourão.
Ao driblar a reforma da previdência com um "programa de reestruturação de carreira" que vai deixar tudo como está, os comandantes militares mostraram que o poder é de quem tem a Força. Eles.
Visto como referência econômica do governo, o ministro Paulo Guedes não passa de um maluco do Estado mínimo.
Fonte de ideias e argumentos do núcleo civil do governo, o astrólogo Olavo de Carvalho não possui uma coisa nem outra.
Chefe da Casa Civil, o ministro Onyx Lorenzoni fala em banho de sangue.
Num governo que procura comunistas embaixo da cama - 40 anos depois da ascensão de Deng Xiaoping no comando do comunismo chinês - os tuítes, pronunciamentos e entrevistas de personalidades do governo mostram que a luta ideológica é apenas um discurso monótono, fora do tempo, que não seduz esta pátria de famintos.
Na prática, ou é um autoengano ignorante. Ou lorota de conveniência. O efeito é ruinoso e desagregador em qualquer caso.
As ações de governo se concentram numa esfera mais primitiva, típica de períodos menos civilizados da evolução - o rancor excessivo, o ressentimento sem controle, a impossibilidade de reconhecer a realidade, a incapacidade de separar fatos, fantasias e pesadelos.
Nestes movimentos, é fácil enxergar traços paranóicos que marcaram tantas tiranias ao longo da História, como vários imperadores romanos, no início dos tempos, ou Adolf Hitler e Josef Stalin, em épocas mais atuais.
Os próprios filhos de Bolsonaro agem contra os interesses do governo do pai - mais grave ainda, são autorizados e até estimulados por ele.
Numa trama de tragédia clássica, o Planalto acaba de provocar, de vontade própria, a ruptura do presidente da Câmara Rodrigo Maia, o mais leal e sofisticado aliado que poderia ter aparecido no caminho de quem quer aprovar um projeto impopular por vocação. Ardiloso, Maia faz cara de quem perdeu mas o derrotado é Bolsonaro.
Está claro que será difícil aprovar uma proposta que prejudica 100% dos brasileiros que precisam de um sistema público de previdência.
Viagem que irá se projetar como um trauma histórico sobre o país, a visita a Donald Trump e Steve Bannon mostrou um presidente incapaz de distinguir interesses e diferenças entre Brasil e Estados Unidos - função elementar de qualquer atividade diplomática - e muito menos estabelecer qualquer limite diante das iniciativas norte-americanas, inclusive uma visita à CIA.
Entregou tudo, não levou nada e bateu palmas.
Missão cumprida.
Fim da história.
Alguma dúvida?
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