Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:
No Chile, durante a ditadura do general Augusto Pinochet, pelo menos, 3.200 pessoas foram brutalmente assassinadas pelo Estado.
Nessa quinta-feira (21/03), o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), iniciou uma viagem oficial ao país.
No mesmo dia, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse à Rádio Gaúcha que conhece “algum mérito” no governo Pinochet, e que ele “tinha que dar um banho de sangue” para adotar medidas macroeconômicas do país.
Repetiu o que falou em entrevista, no início da semana, para defender a reforma da Previdência do governo Bolsonaro.
Onyx declarou:
“O Chile na volta tinha que dar banho de sangue para alterar os princípios macroeconômicos. Já passou oito governos de esquerda no Chile, e ninguém a tocou. Graças a Deus, no Brasil e, infelizmente, na parte pessoal, o único sangue derramado foi o do capitão Jair Bolsonaro”.
“É uma coisa curiosa, até mesmo do ponto de vista histórico. No Chile, uma coisa sangrenta, e o Chile se rearrumou. No Brasil foi com ele, e graças a Deus ele está lá firme e forte. Mas estamos propondo um caminho muito semelhante ao do Chile (em relação ao modelo de pensões), e melhor”.
“Banho de sangue para aumentar a desigualdade, seu Onyx?!”, repele o sociólogo Marcelo Zero, especialista em Relações Internacionais.
Atente ao gráfico abaixo.
Marcelo Zero traduz.
O crescimento anualizado do PIB real per capita no Chile sob Pinochet (1973-1990) foi de 1,6%.
O crescimento anualizado do PIB real per capita no Chile nos 17 anos posteriores a Pinochet (1990-2007) chegou a 4,36%.
E detona: “Banho de sangue para isso, seu Onyx?! Para crescer 1,6%?!”
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