segunda-feira, 1 de abril de 2019

Bolsonaro cai ao apoiar ditadura e Israel

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Bolsonaro é o maior inimigo de si mesmo. Ao determinar comemorações nos quartéis pelo aniversário do golpe militar de 1964, fez explodirem atos públicos pelo país relembrando atrocidades da ditadura. Ao estreitar relações com Israel sob orientação dos EUA, torna o Brasil inimigo do mundo árabe, com todas as consequências que isso pode nos acarretar.

As pesquisas sobre a popularidade de Jair Bolsonaro vêm mostrando rápida queda de sua aprovação. Nas últimas semanas, a pesquisa XP-Ipespe e a pesquisa Ibope registraram quedas parecidas e fortes da aprovação ao presidente da República.






Na pesquisa Ipespe, encomendada pelo mercado financeiro, Bolsonaro tem 37% da aprovação contra 24% de rejeição; na pesquisa Ibope, Bolsonaro tem 34% de aprovação e 24% de rejeição.

A rejeição a Bolsonaro disparou de janeiro para cá por incontáveis bobagens que ele proferiu e por medidas contra os trabalhadores que os eleitores dele só agora estão enxergando.



Além disso, o desemprego disparou após a chegada do novo governo. E com as reduções de salário que estão ocorrendo devido à nova política trabalhista do país, a tendência é que a economia piore ainda mais porque a população terá que consumir menos.



Além de só se preocupar com miragens como a tal “doutrinação marxista e homossexual nas escolas” e com apologia à ditadura militar assassina que vigeu no Brasil entre 1964 e 1985, Bolsonaro não toma medidas para combater o desemprego e a redução galopante do poder aquisitivo da população.

É nesse capítulo, o da apologia à ditadura, que Bolsonaro deu um tiro no pé. Sua exortação para que os quartéis comemorassem o golpe de 31 de março de 1964, provocou uma onda imensa de denunciação dos horrores da ditadura militar. Até na grande mídia



Até a ONU protestou contra o Brasil por seu governo fazer apologia da ditadura sangrenta que o país teve durante vinte anos, ao longo dos quais os ditadores militares não deixavam o povo escolher presidente e governadores.



Como se não bastasse, a visita de Bolsonaro a Israel foi um fiasco que deixou o Brasil mal tanto com os israelenses, que esperavam que o Brasil fosse o segundo país a mudar sua embaixada para Jerusalém, como os palestinos, que consideram que o Brasil está do lado dos EUA e de Israel.



Em cada esquina do país está sendo comentado que Bolsonaro, ao se vincular a Israel contra a Palestina, fez o Brasil correr o risco de entrar na rota dos radicais islâmicos que praticam atos de violência pelo mundo em protesto contra a ofensiva de Israel e dos EUA contra a Palestina.



Não há um só analista político que não esteja prevendo forte queda de Bolsonaro nas próximas pesquisas por não atuar contra a crise, por só ficar no mimimi ideológico de extrema-direita enquanto acusa os adversários pela “ideologia” e por defender um regime de terror que matou, torturou, estuprou e roubou a nação.

Em março, haverá uma profusão de novas pesquisas sobre a popularidade de Bolsonaro. Ele só tem, hoje, entre 10 e 12 pontos percentuais a mais de aprovação contra a rejeição. Se esta, a rejeição, superar a aprovação em maio, ele não conseguirá mais governar. O Legislativo não perdoa presidentes com forte rejeição. Que o diga Dilma Rousseff.

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