Por Altamiro Borges
Durante os governos Lula e Dilma, o oligárquico jornal Estadão fez de tudo para desestabilizar política e economicamente o país – como já havia feito no passado contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Membros da famiglia Mesquita chegaram a carregar cartazes nas marchas golpistas pelo impeachment da presidenta. O decadente diário difundia a seus leitores mais tacanhos que bastava derrubar Dilma Rousseff – e prender Lula – para a economia voltar a crescer.
Essa linha editorial falsa e irresponsável ajudou a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer e a criar o clima fascistoide na sociedade que permitiu a eleição de Jair Bolsonaro. A ascensão destes dois “laranjas do deus-mercado”, porém, não resultou na retomada da economia. Pelo contrário. O Brasil afunda celeremente. E agora o Estadão, que ajudou a criar o caos político e econômico no país, mostra-se decepcionado. O dramático editorial publicado na quinta-feira (9) deveria vir acompanhado de uma autocrítica sincera. Mas aí seria esperar demais da decrépita e falida famiglia Mesquita.
Segundo o artigo, “o desempenho da indústria nos primeiros três meses do novo governo foi mais que decepcionante. Se algum otimismo surgiu com a eleição, logo murchou. O presidente escolhido por mais de 57 milhões de eleitores foi incapaz de sustentar qualquer entusiasmo dos empresários. Mas o desastre foi além desse fiasco. Na maior parte das áreas pesquisadas, o volume produzido despencou em relação a duas bases de comparação. Foi menor que nos três meses finais de 2018 e inferior ao do trimestre inicial do ano passado”.
Até o leitor nutrido pelo ódio antipetista do Estadão deve ter ficado assustado com o diagnóstico. “O balanço já seria ruim com os números mais baixos que os de um fim de ano já pouco animado. Além disso, no entanto, houve recuo para uma situação pior que a de um ano antes. Março, com resultados muito negativos, fechou dramaticamente um trimestre marcado por muita incerteza política e econômica. A produção industrial, 1,3% menor que a de fevereiro, diminuiu em 9 dos 15 locais cobertos pela pesquisa do IBGE. A queda geral de 6,1% em relação aos primeiros três meses de 2018 resultou da baixa em 12 dos locais pesquisados”.
O mesmo leitor deve ter ficado ainda mais assustado com o prognóstico do jornalão. “Se o presente é cheio de dificuldades e o futuro continua opaco, é prudente consumir com muita moderação, concentrando os gastos em bens essenciais e controlando severamente o consumo de serviços. Diante de um mercado interno contido, a indústria funciona em ritmo lento e tão cauteloso quanto o dos consumidores, com escassa formação de estoques de produtos acabados e, é claro, de matérias-primas e bens intermediários. O freio se estende, portanto, da ponta do consumo a toda a teia da produção industrial, desde o bem totalmente elaborado até as mais simples matérias-primas”.
A frustração do “deus-mercado”
A enorme decepção do Estadão expressa o sentimento de parcela da elite empresarial – ou melhor, da cloaca burguesa nativa. Na sexta-feira passada (10), o Bradesco revisou para baixo a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), prevendo que ele será de apenas 1,1% em 2019 – corte de 0,8% da previsão do mês passado. Em abril, o Santander e o Itaú já tinham cortado as estimativas para 1,3%. Estas previsões fizeram a Folha, outro jornal que apostou na via golpista, a decretar que “a percepção de que o Brasil terá mais um ano perdido na economia se espalhou entre analistas de mercado, que promovem cortes sucessivos nas previsões de crescimento do PIB de 2019”.
Tendo como base as estimativas do Boletim Focus, do Banco Central, o jornal afirma que “o crescimento do PIB será 40% menor que o previsto no começo de janeiro (2,5%), quando o mercado ainda alimentava a euforia com o recém-empossado governo de Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe econômica dos sonhos. Em 2018, corte da mesma magnitude só ocorreu em junho, um mês depois de a paralisação dos caminhoneiros travar a economia em um momento em que o país sofria também com a turbulência vinda do exterior, pela alta de juros nos Estados Unidos”.
Esse pessimismo deve crescer ainda mais com o anúncio do PIB do primeiro trimestre, que será divulgado pelo IBGE no final deste mês. “Baseado nos dados econômicos conhecidos, como produção industrial e vendas no varejo do período, a projeção é que ele tenha caído 0,2%. O tombo do primeiro trimestre é especialmente frustrante porque mostra uma reversão de expectativas muito rápida. Os indicadores de confiança, que vinham em alta até janeiro, recuaram para níveis pré-eleitorais, e a avaliação do presidente foi posta em xeque rapidamente”.
Durante os governos Lula e Dilma, o oligárquico jornal Estadão fez de tudo para desestabilizar política e economicamente o país – como já havia feito no passado contra Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Membros da famiglia Mesquita chegaram a carregar cartazes nas marchas golpistas pelo impeachment da presidenta. O decadente diário difundia a seus leitores mais tacanhos que bastava derrubar Dilma Rousseff – e prender Lula – para a economia voltar a crescer.
Essa linha editorial falsa e irresponsável ajudou a alçar ao poder a quadrilha de Michel Temer e a criar o clima fascistoide na sociedade que permitiu a eleição de Jair Bolsonaro. A ascensão destes dois “laranjas do deus-mercado”, porém, não resultou na retomada da economia. Pelo contrário. O Brasil afunda celeremente. E agora o Estadão, que ajudou a criar o caos político e econômico no país, mostra-se decepcionado. O dramático editorial publicado na quinta-feira (9) deveria vir acompanhado de uma autocrítica sincera. Mas aí seria esperar demais da decrépita e falida famiglia Mesquita.
Segundo o artigo, “o desempenho da indústria nos primeiros três meses do novo governo foi mais que decepcionante. Se algum otimismo surgiu com a eleição, logo murchou. O presidente escolhido por mais de 57 milhões de eleitores foi incapaz de sustentar qualquer entusiasmo dos empresários. Mas o desastre foi além desse fiasco. Na maior parte das áreas pesquisadas, o volume produzido despencou em relação a duas bases de comparação. Foi menor que nos três meses finais de 2018 e inferior ao do trimestre inicial do ano passado”.
Até o leitor nutrido pelo ódio antipetista do Estadão deve ter ficado assustado com o diagnóstico. “O balanço já seria ruim com os números mais baixos que os de um fim de ano já pouco animado. Além disso, no entanto, houve recuo para uma situação pior que a de um ano antes. Março, com resultados muito negativos, fechou dramaticamente um trimestre marcado por muita incerteza política e econômica. A produção industrial, 1,3% menor que a de fevereiro, diminuiu em 9 dos 15 locais cobertos pela pesquisa do IBGE. A queda geral de 6,1% em relação aos primeiros três meses de 2018 resultou da baixa em 12 dos locais pesquisados”.
O mesmo leitor deve ter ficado ainda mais assustado com o prognóstico do jornalão. “Se o presente é cheio de dificuldades e o futuro continua opaco, é prudente consumir com muita moderação, concentrando os gastos em bens essenciais e controlando severamente o consumo de serviços. Diante de um mercado interno contido, a indústria funciona em ritmo lento e tão cauteloso quanto o dos consumidores, com escassa formação de estoques de produtos acabados e, é claro, de matérias-primas e bens intermediários. O freio se estende, portanto, da ponta do consumo a toda a teia da produção industrial, desde o bem totalmente elaborado até as mais simples matérias-primas”.
A frustração do “deus-mercado”
A enorme decepção do Estadão expressa o sentimento de parcela da elite empresarial – ou melhor, da cloaca burguesa nativa. Na sexta-feira passada (10), o Bradesco revisou para baixo a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), prevendo que ele será de apenas 1,1% em 2019 – corte de 0,8% da previsão do mês passado. Em abril, o Santander e o Itaú já tinham cortado as estimativas para 1,3%. Estas previsões fizeram a Folha, outro jornal que apostou na via golpista, a decretar que “a percepção de que o Brasil terá mais um ano perdido na economia se espalhou entre analistas de mercado, que promovem cortes sucessivos nas previsões de crescimento do PIB de 2019”.
Tendo como base as estimativas do Boletim Focus, do Banco Central, o jornal afirma que “o crescimento do PIB será 40% menor que o previsto no começo de janeiro (2,5%), quando o mercado ainda alimentava a euforia com o recém-empossado governo de Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe econômica dos sonhos. Em 2018, corte da mesma magnitude só ocorreu em junho, um mês depois de a paralisação dos caminhoneiros travar a economia em um momento em que o país sofria também com a turbulência vinda do exterior, pela alta de juros nos Estados Unidos”.
Esse pessimismo deve crescer ainda mais com o anúncio do PIB do primeiro trimestre, que será divulgado pelo IBGE no final deste mês. “Baseado nos dados econômicos conhecidos, como produção industrial e vendas no varejo do período, a projeção é que ele tenha caído 0,2%. O tombo do primeiro trimestre é especialmente frustrante porque mostra uma reversão de expectativas muito rápida. Os indicadores de confiança, que vinham em alta até janeiro, recuaram para níveis pré-eleitorais, e a avaliação do presidente foi posta em xeque rapidamente”.
2 comentários:
Na verdade, a famiglia do Estadão é a Mesquita, não a Civita!
Foi corrigido.
Obrigado e abraços
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