Por Ricardo Flaitt, no site Lance:
Os grandes eventos esportivos, como a Copa América, em suas peças publicitárias, estão impregnados de mensagens de união e integração dos povos, porém, no mundo real, o que se explicita são estádios vazios, ressaltando o apartheid social a que a população é submetida. A grande massa, que sustenta os campeonatos estaduais e nacionais, diante de valores incompatíveis com a realidade econômica do país, é relegada a assistir os jogos do sofá de sua casa.
O jogo de abertura da Copa América, entre Brasil e Bolívia, teoricamente o mais aguardado e com a seleção anfitriã em campo, registrou um bom público de 47.260 pessoas, sendo 46.342 pagantes, com arrecadação de astronômicos R$ 22,47 milhões. O preço médio do ingresso da abertura da Copa foi de R$ 485, quase metade de um salário mínimo do país sede.
Tirando o apelo lógico da estreia e ver Seleção, o que se viu nas demais partidas foi um verdadeiro vazio nos estádios. Na Arena Grêmio, em Porto Alegre, Peru e Venezuela se apresentaram mais para cadeiras que para pessoas.
Colômbia e Argentina, no Fonte Nova, em Salvador, apesar das 35 mil pessoas, era para ter estádio cheio. É evidente que os apaixonados por futebol gostariam ver, in loco, a atuação de Messi em gramados brasileiros, no entanto, os valores dos ingressos empurraram os torcedores locais para fora dos estádios.
Quem gosta de futebol não gosta de ver somente o clube ou a seleção do seu país. Quando se trata de um Copa América, qual torcedor não gostaria de ver de perto grandes craques que atuam na Europa ou mesmo sentir a emoção de presenciar um torneio continental. Todo mundo!
O problema é que para a cartolagem criaturas completamente distantes da realidade social e econômica dos verdadeiros torcedores, TODO MUNDO não é ninguém se não puder dispender de grandes somas.
Praticando preços absurdos, o que os organizadores promovem está muito distante das peças publicitárias, que embalam artificialmente o produto futebol com um apelo social. Em realidade, a Copa América no Brasil revela o nosso apartheid econômico e social.
É também verdade que esse fenômeno excludente não é novidade no Brasil. O “movimento da Arenas” já vem apartando os torcedores da massa dos jogos nacionais. Mas a Copa América, com valores de ingressos surreais para a realidade do povo brasileiro, conseguiu tornar ainda mais explícita essa fratura.
Em um país com 13 milhões de desempregados, economia em recessão profunda, 32 milhões de cidadãos arrastados para a informalidade, realizar uma Copa América no Brasil com ingressos que o povo não pode comprar é, no mínimo, um tapa na cara da sociedade.
O que poderia ser uma grande festa, com grandes espetáculos, apresenta-se na prática em públicos minguados, povo afastado. Mas, afinal, quem se importa? Enquanto estiverem pequenos públicos, mas com grandes rendas, segue o jogo né?
E assim caminha o futebol, que um dia nasceu aristocrata, mas se tornou popular e agora volta, pela força econômica, às suas origens. O povo, que não quer de graça, mas apenas um preço justo para ter momentos de lazer, nem futebol acaba tendo mais…
Qual o sentido de realizar uma Copa América no Brasil em que os povos não conseguem participar?
Os grandes eventos esportivos, como a Copa América, em suas peças publicitárias, estão impregnados de mensagens de união e integração dos povos, porém, no mundo real, o que se explicita são estádios vazios, ressaltando o apartheid social a que a população é submetida. A grande massa, que sustenta os campeonatos estaduais e nacionais, diante de valores incompatíveis com a realidade econômica do país, é relegada a assistir os jogos do sofá de sua casa.
O jogo de abertura da Copa América, entre Brasil e Bolívia, teoricamente o mais aguardado e com a seleção anfitriã em campo, registrou um bom público de 47.260 pessoas, sendo 46.342 pagantes, com arrecadação de astronômicos R$ 22,47 milhões. O preço médio do ingresso da abertura da Copa foi de R$ 485, quase metade de um salário mínimo do país sede.
Tirando o apelo lógico da estreia e ver Seleção, o que se viu nas demais partidas foi um verdadeiro vazio nos estádios. Na Arena Grêmio, em Porto Alegre, Peru e Venezuela se apresentaram mais para cadeiras que para pessoas.
Colômbia e Argentina, no Fonte Nova, em Salvador, apesar das 35 mil pessoas, era para ter estádio cheio. É evidente que os apaixonados por futebol gostariam ver, in loco, a atuação de Messi em gramados brasileiros, no entanto, os valores dos ingressos empurraram os torcedores locais para fora dos estádios.
Quem gosta de futebol não gosta de ver somente o clube ou a seleção do seu país. Quando se trata de um Copa América, qual torcedor não gostaria de ver de perto grandes craques que atuam na Europa ou mesmo sentir a emoção de presenciar um torneio continental. Todo mundo!
O problema é que para a cartolagem criaturas completamente distantes da realidade social e econômica dos verdadeiros torcedores, TODO MUNDO não é ninguém se não puder dispender de grandes somas.
Praticando preços absurdos, o que os organizadores promovem está muito distante das peças publicitárias, que embalam artificialmente o produto futebol com um apelo social. Em realidade, a Copa América no Brasil revela o nosso apartheid econômico e social.
É também verdade que esse fenômeno excludente não é novidade no Brasil. O “movimento da Arenas” já vem apartando os torcedores da massa dos jogos nacionais. Mas a Copa América, com valores de ingressos surreais para a realidade do povo brasileiro, conseguiu tornar ainda mais explícita essa fratura.
Em um país com 13 milhões de desempregados, economia em recessão profunda, 32 milhões de cidadãos arrastados para a informalidade, realizar uma Copa América no Brasil com ingressos que o povo não pode comprar é, no mínimo, um tapa na cara da sociedade.
O que poderia ser uma grande festa, com grandes espetáculos, apresenta-se na prática em públicos minguados, povo afastado. Mas, afinal, quem se importa? Enquanto estiverem pequenos públicos, mas com grandes rendas, segue o jogo né?
E assim caminha o futebol, que um dia nasceu aristocrata, mas se tornou popular e agora volta, pela força econômica, às suas origens. O povo, que não quer de graça, mas apenas um preço justo para ter momentos de lazer, nem futebol acaba tendo mais…
Qual o sentido de realizar uma Copa América no Brasil em que os povos não conseguem participar?
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