Por Jandira Feghali, no site Vermelho:
O Rio de Janeiro assiste, entre estupefato e impotente, ao verdadeiro caos que tomou o lugar de uma política de segurança que há muito é esperada pela sociedade fluminense. O aumento da atuação de milícias, o despreparo da polícia e um governo que tem na bala a solução para o combate ao crime fazem de nosso estado uma bomba relógio prestes a explodir.
A isso se soma um perigoso discurso de que todos os que moram em favelas, comunidades e em habitações inseguras o fazem conscientes dos riscos e, por isso, suas vidas não importam. Ora, deste discurso equivocado – sustentado pelo racismo estrutural – para as ações em curso no Rio de Janeiro é um pulo.
Helicópteros sobrevoam uma comunidade. Munidos de fuzis, policiais disparam a esmo provocando desespero, pânico, indignação e, não raras vezes, vítimas. Colocam no alvo a vida de moradores e crianças nas escolas. Tratam todos os que lá vivem como bandidos – afinal, “se não fossem criminosos, não morariam em áreas comandadas pelo tráfico e pelas milícias”.
A que ponto chegamos?
Uma política de segurança que beira o terrorismo de Estado. Que tem como foco o extermínio. Um governador que comemora a morte como prova de êxito de seu delírio armamentista. Um governo cego às necessidades do povo do Rio de Janeiro e que age na contramão da proteção à vida.
O tráfico e as milícias crescem e aterrorizam os moradores também pelo vácuo do estado nas comunidades. Não é só pela falta de uma política de segurança. E quando o Estado entra, é só pela polícia, orientada para abater. Falo daquilo que deveria nortear a gestão de qualquer governo comprometido. Falo de investimentos, oportunidades, emprego, educação, arte. Falo de planejamento urbano, dignidade para o bem viver. Falo de capacidade e compreensão dos desafios.
Há muito a situação dessas comunidades saiu do controle e a intervenção federal não foi capaz de alterar este cenário. Quem paga por esse descontrole é a população. São as pessoas que, na falta de opção, vivem amedrontadas, acuadas e, agora, olham com pavor para o céu na expectativa de escapar da próxima rajada.
Quem deterá o governador Witzel? Com certeza não será sua humanidade, já que comprovou não lhe restar nenhuma.
É preciso transformar nossa indignação em protestos e ações institucionais e políticas suficientemente fortes para impedir esse massacre. Um massacre que não é solução para o grave problema de segurança que nosso estado vive. Um massacre que trata a vida das pessoas como perdas necessárias. Um massacre que afetará a vida de jovens e crianças pelo trauma ou pela convivência com essa política de morte. Um massacre que provoca a destruição de famílias diante das perdas. Precisamos, sim, de ações dos órgãos públicos para enfrentar ações criminosas.
O Rio é mais. É vida. É respeito aos seus cidadãos e cidadãs. Todos eles. Os que tiveram oportunidades e os que por elas aguardam. Um governante que não tem isso como certeza é um mau governante. E isto o Rio de Janeiro não merece.
O Rio de Janeiro assiste, entre estupefato e impotente, ao verdadeiro caos que tomou o lugar de uma política de segurança que há muito é esperada pela sociedade fluminense. O aumento da atuação de milícias, o despreparo da polícia e um governo que tem na bala a solução para o combate ao crime fazem de nosso estado uma bomba relógio prestes a explodir.
A isso se soma um perigoso discurso de que todos os que moram em favelas, comunidades e em habitações inseguras o fazem conscientes dos riscos e, por isso, suas vidas não importam. Ora, deste discurso equivocado – sustentado pelo racismo estrutural – para as ações em curso no Rio de Janeiro é um pulo.
Helicópteros sobrevoam uma comunidade. Munidos de fuzis, policiais disparam a esmo provocando desespero, pânico, indignação e, não raras vezes, vítimas. Colocam no alvo a vida de moradores e crianças nas escolas. Tratam todos os que lá vivem como bandidos – afinal, “se não fossem criminosos, não morariam em áreas comandadas pelo tráfico e pelas milícias”.
A que ponto chegamos?
Uma política de segurança que beira o terrorismo de Estado. Que tem como foco o extermínio. Um governador que comemora a morte como prova de êxito de seu delírio armamentista. Um governo cego às necessidades do povo do Rio de Janeiro e que age na contramão da proteção à vida.
O tráfico e as milícias crescem e aterrorizam os moradores também pelo vácuo do estado nas comunidades. Não é só pela falta de uma política de segurança. E quando o Estado entra, é só pela polícia, orientada para abater. Falo daquilo que deveria nortear a gestão de qualquer governo comprometido. Falo de investimentos, oportunidades, emprego, educação, arte. Falo de planejamento urbano, dignidade para o bem viver. Falo de capacidade e compreensão dos desafios.
Há muito a situação dessas comunidades saiu do controle e a intervenção federal não foi capaz de alterar este cenário. Quem paga por esse descontrole é a população. São as pessoas que, na falta de opção, vivem amedrontadas, acuadas e, agora, olham com pavor para o céu na expectativa de escapar da próxima rajada.
Quem deterá o governador Witzel? Com certeza não será sua humanidade, já que comprovou não lhe restar nenhuma.
É preciso transformar nossa indignação em protestos e ações institucionais e políticas suficientemente fortes para impedir esse massacre. Um massacre que não é solução para o grave problema de segurança que nosso estado vive. Um massacre que trata a vida das pessoas como perdas necessárias. Um massacre que afetará a vida de jovens e crianças pelo trauma ou pela convivência com essa política de morte. Um massacre que provoca a destruição de famílias diante das perdas. Precisamos, sim, de ações dos órgãos públicos para enfrentar ações criminosas.
O Rio é mais. É vida. É respeito aos seus cidadãos e cidadãs. Todos eles. Os que tiveram oportunidades e os que por elas aguardam. Um governante que não tem isso como certeza é um mau governante. E isto o Rio de Janeiro não merece.
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