Por Antonio Barbosa Filho
O general Eduardo Dias Villas Bôas tinha dez anos de idade quando no seu Rio Grande do Sul (ele é natural de Cruz Alta), quando o governador Leonel Brizola impediu um golpe de militares contra a posse do vice-presidente João Goulart, em substituição ao renunciante presidente Jânio Quadros.
O golpe de 1961 fracassou, mas os EUA e seus militares brasileiros persistiram até conseguirem tomar o poder em 1o de abril de 1964, derrubando um presidente que tinha 60% de aprovação popular e havia pago dívidas antigas à banca internacional.
Esta longa introdução é para avivar a memória do general Villas Bôas, que teve uma carreira brilhante, ocupando funções como o Comando de Operações Terrestres, o Comando Miliar da Amazônia, adido militar na China, até chegar ao Comando do Exército, um ministro e membro do Governo Dilma Roussef.
Foi ali que ele começou a trair a honra da farda e a disciplina, conspirando contra sua Comandante-em-Chefe, legitimamente reeleita, a quem ele batia continência todo dia! Ele deve ter estudado nas academias que foi obrigado a frequentar, muito de Sun Tzu e de Maquiavel, sem perceber que este último sempre foi fiel ao Príncipe. Acabou ouvindo mais OLavo de Carvalho e sua eterna guerra a inimigos que ele inventa prá ganhar dinheiro.
Villas Bôas erra em tudo: seu conceito de Pátria é o entreguismo. Seu conceito de Amazônia é destruir a floresta e abrir as reservas a quem possa explorar (como se os povos da selva não o façam, ecologicamente). Defesa nacional? Só contra os"inimigos internos", um foco que ele aprendeu da antiga Academia das Américas, no Panamá, que formou todos os ditadores fardados da América Latina. Povo brasileiro? Ele pensa como seu colega Mourão: "é burro por descender do português, preguiçoso por ter sangue índio e malandro por ser negro".
Hoje volta o general, do alto da sua convalescênça (desejo-lhe longa vida para bater continência para os próximos ministros e presidente ou presidenta de Esquerda, como sempre fez antes de trair a Democracia) a ameaçar o Supremo Tribunal Federal e a sociedade brasileira!
Aprenda comigo, mero paisano: o Regulamento Disciplinar do Exército, que aplica-se também aos militares da "reserva remunerada e inativos", os proíbe de "manifestar-se publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária". Villas Bôas é inativo, recebendo salário de general e mais outro enorme soldo como assessor das Forças Armadas, porque Bolsonaro, que lhe deve a eleição, arrumou-lhe um boquinha, como fez a mais de 3.000 milicos de pijamas, até ontem.
"Discutir ou provocar discussão por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado", também está no Anexo I da relação de Transgressões ao RDE.
Seu chefe, hoje, é o Ministro da Defesa. Acima dele, o Comandante-em-Chefe (aquele tenente que o Exército expulsou por incapacidade mental), Jair Bolsonaro..
Diga-me, general Villas Bôas: o sr. fala pelo Exército ou já ligou o botão "Foda-se"?
* Antonio Barbosa Filho é jornalista, coordenador do núcleo regional do Centro Barão de Itararé no Vale do Paraíba e autor de "Audálio, deputado".
O general Eduardo Dias Villas Bôas tinha dez anos de idade quando no seu Rio Grande do Sul (ele é natural de Cruz Alta), quando o governador Leonel Brizola impediu um golpe de militares contra a posse do vice-presidente João Goulart, em substituição ao renunciante presidente Jânio Quadros.
O comandante do então III Exército, que comandava os três Estados sulistas, general Machado Lopes, recusou-se a participar do golpe, e aderiu a Brizola, mobilizando e movimentando suas tropas, até o Paraná. O golpe contra a posse de Jango foi abortado pelos civis e pelos militares legalistas.
Villas Bôas, aos dez anos, pode ter-se esquecido de como um general deve obediência a Constituição que jura cumprir. Se não se lembra de Machado Lopes, quem sabe lembre-se do já então reformado Marechal Lott (cuja memória o Exército guardará por séculos como um herói, e não um traidor como Villas Bôas) ou do general Pery Bevilaqua, o primeiro general a defender a legalidade.
Villas Bôas, aos dez anos, pode ter-se esquecido de como um general deve obediência a Constituição que jura cumprir. Se não se lembra de Machado Lopes, quem sabe lembre-se do já então reformado Marechal Lott (cuja memória o Exército guardará por séculos como um herói, e não um traidor como Villas Bôas) ou do general Pery Bevilaqua, o primeiro general a defender a legalidade.
Eram tempos tumultuosos, a Revolução cubana mal começava e Fidel apenas começava a ser comunista, dado o boicote dos EUA e a solidariedade da União Soviética. O presidente dos EUA dizia que não iria permitir "uma nova China no nosso quintal", referindo-se ao Brasil.
O golpe de 1961 fracassou, mas os EUA e seus militares brasileiros persistiram até conseguirem tomar o poder em 1o de abril de 1964, derrubando um presidente que tinha 60% de aprovação popular e havia pago dívidas antigas à banca internacional.
Esta longa introdução é para avivar a memória do general Villas Bôas, que teve uma carreira brilhante, ocupando funções como o Comando de Operações Terrestres, o Comando Miliar da Amazônia, adido militar na China, até chegar ao Comando do Exército, um ministro e membro do Governo Dilma Roussef.
Foi ali que ele começou a trair a honra da farda e a disciplina, conspirando contra sua Comandante-em-Chefe, legitimamente reeleita, a quem ele batia continência todo dia! Ele deve ter estudado nas academias que foi obrigado a frequentar, muito de Sun Tzu e de Maquiavel, sem perceber que este último sempre foi fiel ao Príncipe. Acabou ouvindo mais OLavo de Carvalho e sua eterna guerra a inimigos que ele inventa prá ganhar dinheiro.
Villas Bôas erra em tudo: seu conceito de Pátria é o entreguismo. Seu conceito de Amazônia é destruir a floresta e abrir as reservas a quem possa explorar (como se os povos da selva não o façam, ecologicamente). Defesa nacional? Só contra os"inimigos internos", um foco que ele aprendeu da antiga Academia das Américas, no Panamá, que formou todos os ditadores fardados da América Latina. Povo brasileiro? Ele pensa como seu colega Mourão: "é burro por descender do português, preguiçoso por ter sangue índio e malandro por ser negro".
Hoje volta o general, do alto da sua convalescênça (desejo-lhe longa vida para bater continência para os próximos ministros e presidente ou presidenta de Esquerda, como sempre fez antes de trair a Democracia) a ameaçar o Supremo Tribunal Federal e a sociedade brasileira!
Aprenda comigo, mero paisano: o Regulamento Disciplinar do Exército, que aplica-se também aos militares da "reserva remunerada e inativos", os proíbe de "manifestar-se publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária". Villas Bôas é inativo, recebendo salário de general e mais outro enorme soldo como assessor das Forças Armadas, porque Bolsonaro, que lhe deve a eleição, arrumou-lhe um boquinha, como fez a mais de 3.000 milicos de pijamas, até ontem.
"Discutir ou provocar discussão por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos políticos ou militares, exceto se devidamente autorizado", também está no Anexo I da relação de Transgressões ao RDE.
Seu chefe, hoje, é o Ministro da Defesa. Acima dele, o Comandante-em-Chefe (aquele tenente que o Exército expulsou por incapacidade mental), Jair Bolsonaro..
Diga-me, general Villas Bôas: o sr. fala pelo Exército ou já ligou o botão "Foda-se"?
* Antonio Barbosa Filho é jornalista, coordenador do núcleo regional do Centro Barão de Itararé no Vale do Paraíba e autor de "Audálio, deputado".
3 comentários:
Hoje, leio textos como este e acho graça. Acham que Villas Bôas tornou-se o que hoje todos podem ver, só depois do caldo derramado? Só depois do golpe? Que do nada resolveu virar a casaca? Generais não nascem generais, generais são construídos. Mourão e Villas Bôas foram promovidos a 3 e 4 estrelas durante os governos PTistas. E ninguém destes governos nunca quis saber, nem nunca se interessou em quem estavam promovendo, em quem estavam construindo nas academias militares, nos cursos de carreira, nos obscuros processos de escolha dos oficiais generais. Vale recordar que durante o governo Dilma o general Heleno - aquele que parece acreditar que a Terra é plana -, ainda na ativa, resolveu emitir comentários sobre a política indígena na imprensa, desautorizando, em última instância, a presidente que é a formuladora da política pública e comandante suprema das FA. E o que ocorreu? Foi preso? Foi exemplarmente punido? Não. Depois, na reserva, foi contratado pelo COB, recebendo salário superior a R$ 30.000,00 e dividia suas atribuições no COB com entrevistas onde descia o pau no governo PTista. Foi punido? Foi preso disciplinarmente? Não. Mourão - aquele das aproximações sucessivas - durante o governo Dilma também emitiu comentários indevidos quando na ativa, que chegaram à imprensa. Foi preso? Foi exemplarmente punido como prevê o regulamento disciplinar do exército? Não. Lembro que o candidato do PT nas últimas eleições, isso já depois do golpe, foi tomar um chazinho da tarde com o gen. Villas Bôas durante o processo eleitoral. Pois é, o mesmo Villas Bôas.
Agora, só agora, surgem progressistas indignados que querem enquadrar o general, evocando os regulamentos. Os regulamentos... Ora, façam-me o favor.
Enquanto os setores progressistas não se debruçarem sobre a questão militar (processos de formação dos militares e de escolha do generalato) e promoverem uma radical transformação em nossas FA, continuaremos com esse pessoal achando que comunista come criancinha e pairando como uma espada de Dâmocles sobre a Democracia. Um pouco de senso crítico ia bem; e de autocrítica também.
Li em algum lugar que pode ter sido a filha dele que postou essa última ameaça já que ele atualmente mal se move.
Excelente , texto, finalmente colocou o traidor no seu devido lugar na história.
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