Editorial do site Vermelho:
Uma série de manifestações está programada para os próximos dias contra o avanço do autoritarismo no país. Já se revestiam de importância desde que anunciadas, no início do ano, mas agora, quando a extrema-direita, com apoio do presidente da República, convocou para 15 de maço um ato contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), em claro ataque ao regime democrático, adquirem relevância ainda maior.
O conjunto de entidades, movimentos e lideranças que está à frente da organização dessa agenda de mobilização, corretamente, já anunciou que a defesa da democracia, das instituições atacadas, será tema central das mobilizações, junto com a luta por direitos.
A primeira delas, no Dia Internacional da Mulher - 8 de março -, tem o simbolismo de representar um dos alvos das infâmias bolsonaristas. Os comportamentos do presidente da República ao se referir à mulher são permeados por preconceitos historicamente combatidos pelas forças da civilização.
O exemplo mais recente disso é a sórdida campanha de difamação contra as jornalistas Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, e Vera Magalhães, do jornal O Estado de São Paulo. Mulheres atingidas em sua dignidade em pleno exercício de seu trabalho.
O desrespeito à mulher é da sistemática de Bolsonaro, faz parte da sua ideologia. A emancipação feminina é uma aspiração que não condiz com o pensamento de quem advoga uma sociedade em que os direitos humanos não são considerados. Para quem age como o presidente da República, os papéis de cada segmento social são definidos conforme a hierarquia estabelecida por uma arquitetura de poder autoritária.
No Brasil, os avanços conquistados e assegurados sobretudo pela Constituição custaram lutas seculares. E, pode-se dizer, o que se conquistou representa apenas os primeiros passos de uma longa jornada. Os direitos da mulher, historicamente negados por um sistema de poder que tem o machismo como um de seus pilares, são, por definição, essenciais para qualquer projeto democrático de sociedade.
Bolsonaro, ao negá-los, revela que esse ideal não faz parte do seu projeto de poder. Ao ameaçar a institucionalidade democrática do país, ele ameaça também as poucas conquistas feministas. De certa forma, elas já foram debilitadas por suas vulgaridades que incentivam misoginia e feminicídio. A notória irresponsabilidade do presidente também sobre essa questão é mais uma comprovação de que ele não tem compostura e não está à altura do cargo que exerce.
O combate ao machismo e às suas consequências é dever de mulheres e homens democráticos, cidadãos e cidadãs civilizados. Ao marchar contra o bolsonarismo no Dia Internacional da Mulher, as forças democráticas estarão dando passos para defender a democracia e mostrando que os arreganhos contra as instituições da República devem ser enfrentados com determinação. Cada centímetro ocupado nessa batalha representa menos espaços para o avanço da extrema direita.
A mesma determinação deve se repetir no dia 14 de março, quando serão lembrados os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL da cidade do Rio de Janeiro. Será, igualmente, uma demonstração de que a impunidade das milícias não pode ser tolerada. A omissão — e até conivência — do bolsonarismo em relação ao avanço dessa modalidade criminosa sobre as instituições é mais um aspecto que revela a gravidade que esse governo representa.
Logo em seguida, em 18 de março, haverá a paralisação em defesa da Educação e dos serviços públicos em geral, organizada por entidades estudantis e sindicais, e partidos democráticos. Será mais uma manifestação para enfrentar um espectro maior de autoritarismo do governo Bolsonaro, que avança também para cima do Estado como uma máquina predadora. A destruição dos serviços públicos é parte essencial do programa bolsonarista.
Não há um aspecto desse governo que não tenha a marca do autoritarismo. Assim como o presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, age de forma truculenta e se vale de mentiras deslavadas para vender a falsa promessa de que o país precisa da sua receita amarga para sair da crise. Na verdade, o que ele propõe é o saque da nação e a entrega do seu patrimônio público, projeto que passa pela destruição do Estado nacional. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, também não perde ocasiões para mostrar seu pendor autoritário.
Com esse calendário de lutas, o Brasil está diante de uma importante oportunidade para impor recuos à investida golpista de Bolsonaro. Cumpre intensificar a mobilização e fazer de cada ato uma demonstração de que o povo brasileiro não tolera atentados aos seus direitos e às suas conquistas democráticas. As questões que estarão em cada um deles formam a base de um projeto de nação com democracia, soberania e progresso social.
Uma série de manifestações está programada para os próximos dias contra o avanço do autoritarismo no país. Já se revestiam de importância desde que anunciadas, no início do ano, mas agora, quando a extrema-direita, com apoio do presidente da República, convocou para 15 de maço um ato contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), em claro ataque ao regime democrático, adquirem relevância ainda maior.
O conjunto de entidades, movimentos e lideranças que está à frente da organização dessa agenda de mobilização, corretamente, já anunciou que a defesa da democracia, das instituições atacadas, será tema central das mobilizações, junto com a luta por direitos.
A primeira delas, no Dia Internacional da Mulher - 8 de março -, tem o simbolismo de representar um dos alvos das infâmias bolsonaristas. Os comportamentos do presidente da República ao se referir à mulher são permeados por preconceitos historicamente combatidos pelas forças da civilização.
O exemplo mais recente disso é a sórdida campanha de difamação contra as jornalistas Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, e Vera Magalhães, do jornal O Estado de São Paulo. Mulheres atingidas em sua dignidade em pleno exercício de seu trabalho.
O desrespeito à mulher é da sistemática de Bolsonaro, faz parte da sua ideologia. A emancipação feminina é uma aspiração que não condiz com o pensamento de quem advoga uma sociedade em que os direitos humanos não são considerados. Para quem age como o presidente da República, os papéis de cada segmento social são definidos conforme a hierarquia estabelecida por uma arquitetura de poder autoritária.
No Brasil, os avanços conquistados e assegurados sobretudo pela Constituição custaram lutas seculares. E, pode-se dizer, o que se conquistou representa apenas os primeiros passos de uma longa jornada. Os direitos da mulher, historicamente negados por um sistema de poder que tem o machismo como um de seus pilares, são, por definição, essenciais para qualquer projeto democrático de sociedade.
Bolsonaro, ao negá-los, revela que esse ideal não faz parte do seu projeto de poder. Ao ameaçar a institucionalidade democrática do país, ele ameaça também as poucas conquistas feministas. De certa forma, elas já foram debilitadas por suas vulgaridades que incentivam misoginia e feminicídio. A notória irresponsabilidade do presidente também sobre essa questão é mais uma comprovação de que ele não tem compostura e não está à altura do cargo que exerce.
O combate ao machismo e às suas consequências é dever de mulheres e homens democráticos, cidadãos e cidadãs civilizados. Ao marchar contra o bolsonarismo no Dia Internacional da Mulher, as forças democráticas estarão dando passos para defender a democracia e mostrando que os arreganhos contra as instituições da República devem ser enfrentados com determinação. Cada centímetro ocupado nessa batalha representa menos espaços para o avanço da extrema direita.
A mesma determinação deve se repetir no dia 14 de março, quando serão lembrados os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL da cidade do Rio de Janeiro. Será, igualmente, uma demonstração de que a impunidade das milícias não pode ser tolerada. A omissão — e até conivência — do bolsonarismo em relação ao avanço dessa modalidade criminosa sobre as instituições é mais um aspecto que revela a gravidade que esse governo representa.
Logo em seguida, em 18 de março, haverá a paralisação em defesa da Educação e dos serviços públicos em geral, organizada por entidades estudantis e sindicais, e partidos democráticos. Será mais uma manifestação para enfrentar um espectro maior de autoritarismo do governo Bolsonaro, que avança também para cima do Estado como uma máquina predadora. A destruição dos serviços públicos é parte essencial do programa bolsonarista.
Não há um aspecto desse governo que não tenha a marca do autoritarismo. Assim como o presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, age de forma truculenta e se vale de mentiras deslavadas para vender a falsa promessa de que o país precisa da sua receita amarga para sair da crise. Na verdade, o que ele propõe é o saque da nação e a entrega do seu patrimônio público, projeto que passa pela destruição do Estado nacional. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, também não perde ocasiões para mostrar seu pendor autoritário.
Com esse calendário de lutas, o Brasil está diante de uma importante oportunidade para impor recuos à investida golpista de Bolsonaro. Cumpre intensificar a mobilização e fazer de cada ato uma demonstração de que o povo brasileiro não tolera atentados aos seus direitos e às suas conquistas democráticas. As questões que estarão em cada um deles formam a base de um projeto de nação com democracia, soberania e progresso social.
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