Por Altamiro Borges
Os raivosos fascistas presentes na "marcha dos covardes" em Brasília neste domingo (3) – que rosnaram por "intervenção militar" e agrediram jornalistas – são os mesmos que participaram da cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff. Na época, a mídia monopolista não chiou – até paparicou os milicianos. Agora, porém, ela crítica as hordas bolsonaristas. Antes tarde – bem tarde – do que nunca!
Em editorial intitulado "marcha dos covardes”, a Folha registrou que “no domingo, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, um punhado de celerados se reuniu em frente ao Palácio do Planalto para defender, entre outras coisas, o fechamento do Congresso e do STF e intervenção militar". Após criticar a presença de Jair Bolsonaro, o jornal afirma agora não se surpreender com sua retórica e atos fascistas. "Ele é o agitador de sempre, o antiestadista, o eterno deputado medíocre do baixo clero. De novo, entre as sandices proferidas, estavam ataques ao jornalismo"
Já editorial de O Globo afirma que o presidente segue na "trajetória de desobediência institucional" para testar limites da Constituição. E alerta: "A liberdade de expressão é um direito, mas todos podem ser responsabilizados se atentarem contra preceitos também constitucionais". O jornal da famiglia Marinho registra que "a participação de Bolsonaro em mais uma manifestação antidemocrática em Brasília, duas semanas depois da primeira [no QG do Exército], marca a radicalização do presidente... O presidente foi adiante na sua visão autocrática do poder", ferindo a Constituição.
Destoando do restante dos jornalões, o oligárquico Estadão, que teve um repórter-fotográfico covardemente agredido pelas hordas fascistas, preferiu obrar um editorial comparando o ex-presidente Lula ao fascista no poder. O título: "Quando se tolera o intolerável”. De fato, não dá pra tolerar tanto cinismo da mídia nativa.
Repercussão na imprensa internacional
A presença do "capetão" no ato fascista diante do Palácio do Planalto repercutiu na imprensa internacional. As agências de notícias Reuters, AFP e EFE voltaram a destacar a regressão fascistoide no Brasil. O diário espanhol El País criticou a postura de Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus e da democracia. Já o jornal britânico Financial Times, dedicado à oligarquia financeira mundial, registra que “líderes empresariais se preocupam com Bolsonaro”. Alerta que nível de confiança cai devido às crescentes crises políticas e causa danos econômicos ao país, já afetado pelo coronavírus
O jornal estadunidense New York Times também reproduziu o despacho da agência Reuters, destacando que "Bolsonaro encabeça manifestação antidemocrática". O diário afirma que o presidente-capitão "atacou o Congresso e a Justiça em discurso, no momento em que os casos de coronavírus passaram de 100 mil". No sábado (2), o jornal já havia realçado que "Bolsonaro luta pela sobrevivência recorrendo a militares empoderados. "Líder debilitado deu aos generais brasileiros abertura para se inserirem na linha de frente da política", papel que não tinham desde "a ditadura militar de 21 anos"
O fascismo avança no rastro das mortes e miséria
Enquanto o “capetão” Bolsonaro participa de ato pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF, relincha que sua “paciência está no fim”, garante que tem apoio dos milicos e incentiva as suas falanges fascistas a agredirem jornalistas, o Brasil pode encerrar essa semana com mais de 10 mil mortes pelo coronavírus e com a miséria, o desemprego e o desespero invadindo milhões de lares.
Como o próprio presidente da República já disse: “E daí? Sou Messias, mas não faço milagres”. Pelo contrário. O laranjal fascista só faz maldades. Basta um exemplo revelado pela Folha neste domingo. “O Ministério da Cidadania, chefiado por Onyx Lorenzoni, recebeu mais de R$ 3,1 bilhões extraordinários para gastar em ações de assistência social e em programas de segurança alimentar... Até esta sexta (1º), o dinheiro não estava nem na primeira etapa para sair do caixa"
Ainda segundo o jornal, entre as despesas que não saíram do papel estão R$ 2,5 bilhões do Sistema Único de Assistência Social e o auxílio emergencial, cujo pagamento enfrenta dificuldades e é alvo de críticas. "Milhares de pessoas reclamam que não receberam o dinheiro até hoje". O ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é um dos principais aliados do "capetão". É um capacho de Bolsonaro. Pelo jeito, o demo aposta no caos como método para manter o fascista no poder. O fascismo bolsonariano avança sobre cadáveres e famintos.
Repúdio à agressão aos jornalistas
Em tempo: Reproduzo abaixo a nota da Federação Nacional dos Jornalistas e do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal em repúdio às agressões fascistas deste domingo:
***
SJPDF e Fenaj repudiam mais um dia de violência contra jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar o mais recente ataque a equipes de comunicação e à liberdade de imprensa, ocorrida neste domingo (3), na Esplanada dos Ministérios, quando manifestantes pró-Bolsonaro protestavam contra as instituições democráticas e a política de isolamento social. As entidades exigem ainda que as forças de segurança impeçam atos de violência contra os profissionais, principalmente nas manifestações públicas que vêm ocorrendo.
Após os ataques registrados durante o 1º de Maio, Dia de Luta dos Trabalhadores, pelo menos dois repórteres e dois fotógrafos foram covardemente violentados, neste domingo, por seguidores do presidente da República, cujas ofensas cotidianas à imprensa seguem mobilizando o ódio e os ataques a profissionais que atuam no segmento. Consta que integrantes de equipes de apoio também foram agredidos.
Os profissionais que foram alvo da violência pertenciam aos veículos Folha de São Paulo, Poder 360, Estadão e Os Divergentes e os relatos dos quais o sindicato tomou conhecimento dão conta de que as agressões incluíram socos, empurrões e pontapés, em um ato de extremo desrespeito e violência contra a dignidade dos trabalhadores em questão. Mais que isso, conforme já foi reiterado tantas vezes pelo SJPDF, esse tipo de atitude tem um perigoso sentido político, pois ajuda a engrossar o perverso e criminoso coro contra a liberdade de imprensa – que, por uma triste ironia, é lembrada exatamente neste 3 de maio, em todo o mundo.
Reforçamos que toda essa violência é incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro, que, segundo levantamento publicado neste domingo pela Fenaj, é o maior violador da liberdade de imprensa, com 179 agressões registradas somente nos quatro primeiros meses de 2020.
O Sindicato dos Jornalistas do DF, mais uma vez, repudia esse tipo de postura, que fere de morte as bases fundamentais do sistema democrático, e coloca sua assessoria jurídica à disposição de todos os profissionais agredidos para que sejam tomadas as providências cabíveis.
Os raivosos fascistas presentes na "marcha dos covardes" em Brasília neste domingo (3) – que rosnaram por "intervenção militar" e agrediram jornalistas – são os mesmos que participaram da cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff. Na época, a mídia monopolista não chiou – até paparicou os milicianos. Agora, porém, ela crítica as hordas bolsonaristas. Antes tarde – bem tarde – do que nunca!
Em editorial intitulado "marcha dos covardes”, a Folha registrou que “no domingo, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, um punhado de celerados se reuniu em frente ao Palácio do Planalto para defender, entre outras coisas, o fechamento do Congresso e do STF e intervenção militar". Após criticar a presença de Jair Bolsonaro, o jornal afirma agora não se surpreender com sua retórica e atos fascistas. "Ele é o agitador de sempre, o antiestadista, o eterno deputado medíocre do baixo clero. De novo, entre as sandices proferidas, estavam ataques ao jornalismo"
Já editorial de O Globo afirma que o presidente segue na "trajetória de desobediência institucional" para testar limites da Constituição. E alerta: "A liberdade de expressão é um direito, mas todos podem ser responsabilizados se atentarem contra preceitos também constitucionais". O jornal da famiglia Marinho registra que "a participação de Bolsonaro em mais uma manifestação antidemocrática em Brasília, duas semanas depois da primeira [no QG do Exército], marca a radicalização do presidente... O presidente foi adiante na sua visão autocrática do poder", ferindo a Constituição.
Destoando do restante dos jornalões, o oligárquico Estadão, que teve um repórter-fotográfico covardemente agredido pelas hordas fascistas, preferiu obrar um editorial comparando o ex-presidente Lula ao fascista no poder. O título: "Quando se tolera o intolerável”. De fato, não dá pra tolerar tanto cinismo da mídia nativa.
Repercussão na imprensa internacional
A presença do "capetão" no ato fascista diante do Palácio do Planalto repercutiu na imprensa internacional. As agências de notícias Reuters, AFP e EFE voltaram a destacar a regressão fascistoide no Brasil. O diário espanhol El País criticou a postura de Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus e da democracia. Já o jornal britânico Financial Times, dedicado à oligarquia financeira mundial, registra que “líderes empresariais se preocupam com Bolsonaro”. Alerta que nível de confiança cai devido às crescentes crises políticas e causa danos econômicos ao país, já afetado pelo coronavírus
O jornal estadunidense New York Times também reproduziu o despacho da agência Reuters, destacando que "Bolsonaro encabeça manifestação antidemocrática". O diário afirma que o presidente-capitão "atacou o Congresso e a Justiça em discurso, no momento em que os casos de coronavírus passaram de 100 mil". No sábado (2), o jornal já havia realçado que "Bolsonaro luta pela sobrevivência recorrendo a militares empoderados. "Líder debilitado deu aos generais brasileiros abertura para se inserirem na linha de frente da política", papel que não tinham desde "a ditadura militar de 21 anos"
O fascismo avança no rastro das mortes e miséria
Enquanto o “capetão” Bolsonaro participa de ato pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF, relincha que sua “paciência está no fim”, garante que tem apoio dos milicos e incentiva as suas falanges fascistas a agredirem jornalistas, o Brasil pode encerrar essa semana com mais de 10 mil mortes pelo coronavírus e com a miséria, o desemprego e o desespero invadindo milhões de lares.
Como o próprio presidente da República já disse: “E daí? Sou Messias, mas não faço milagres”. Pelo contrário. O laranjal fascista só faz maldades. Basta um exemplo revelado pela Folha neste domingo. “O Ministério da Cidadania, chefiado por Onyx Lorenzoni, recebeu mais de R$ 3,1 bilhões extraordinários para gastar em ações de assistência social e em programas de segurança alimentar... Até esta sexta (1º), o dinheiro não estava nem na primeira etapa para sair do caixa"
Ainda segundo o jornal, entre as despesas que não saíram do papel estão R$ 2,5 bilhões do Sistema Único de Assistência Social e o auxílio emergencial, cujo pagamento enfrenta dificuldades e é alvo de críticas. "Milhares de pessoas reclamam que não receberam o dinheiro até hoje". O ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é um dos principais aliados do "capetão". É um capacho de Bolsonaro. Pelo jeito, o demo aposta no caos como método para manter o fascista no poder. O fascismo bolsonariano avança sobre cadáveres e famintos.
Repúdio à agressão aos jornalistas
Em tempo: Reproduzo abaixo a nota da Federação Nacional dos Jornalistas e do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal em repúdio às agressões fascistas deste domingo:
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SJPDF e Fenaj repudiam mais um dia de violência contra jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar o mais recente ataque a equipes de comunicação e à liberdade de imprensa, ocorrida neste domingo (3), na Esplanada dos Ministérios, quando manifestantes pró-Bolsonaro protestavam contra as instituições democráticas e a política de isolamento social. As entidades exigem ainda que as forças de segurança impeçam atos de violência contra os profissionais, principalmente nas manifestações públicas que vêm ocorrendo.
Após os ataques registrados durante o 1º de Maio, Dia de Luta dos Trabalhadores, pelo menos dois repórteres e dois fotógrafos foram covardemente violentados, neste domingo, por seguidores do presidente da República, cujas ofensas cotidianas à imprensa seguem mobilizando o ódio e os ataques a profissionais que atuam no segmento. Consta que integrantes de equipes de apoio também foram agredidos.
Os profissionais que foram alvo da violência pertenciam aos veículos Folha de São Paulo, Poder 360, Estadão e Os Divergentes e os relatos dos quais o sindicato tomou conhecimento dão conta de que as agressões incluíram socos, empurrões e pontapés, em um ato de extremo desrespeito e violência contra a dignidade dos trabalhadores em questão. Mais que isso, conforme já foi reiterado tantas vezes pelo SJPDF, esse tipo de atitude tem um perigoso sentido político, pois ajuda a engrossar o perverso e criminoso coro contra a liberdade de imprensa – que, por uma triste ironia, é lembrada exatamente neste 3 de maio, em todo o mundo.
Reforçamos que toda essa violência é incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro, que, segundo levantamento publicado neste domingo pela Fenaj, é o maior violador da liberdade de imprensa, com 179 agressões registradas somente nos quatro primeiros meses de 2020.
O Sindicato dos Jornalistas do DF, mais uma vez, repudia esse tipo de postura, que fere de morte as bases fundamentais do sistema democrático, e coloca sua assessoria jurídica à disposição de todos os profissionais agredidos para que sejam tomadas as providências cabíveis.
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