Há alguns dias recebi a triste notícia de que a escola onde estudei e participei das ocupações, o Colégio Estadual Senador Manoel Alencar Guimarães recebeu indicação, por parte do governo do estado do Paraná, para ser militarizado junto com mais 200 escolas.
Coincidentemente, no mesmo dia deste anúncio, dia 26 de outubro, fazem quatro anos que falei na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná. Há quatro anos estávamos ocupando as escolas porque os estudantes não estavam sendo ouvidos e respeitados, nem tendo suas opiniões consideradas na reforma do ensino médio.
Como todos sabem, as ocupações secundaristas também discutiram uma escola descentralizada, menos hierárquica, com mais autonomia e que trabalhasse com a completa emancipação dos estudantes, considerando o espaço social e econômico que nós, os filhos das escolas públicas, ocupamos.
Quatro anos depois, o atual governador Ratinho Junior coloca em prática um projeto completamente adverso das demandas educacionais dos estudantes. Inserir a militarização das escolas públicas é tentar transformar os estudantes em um exército cabisbaixo.
Querem nos transformar em uma tropa de não pensantes. Pretendem adestrar e docilizar aqueles que podem ser revoltosos, que ocupam escolas, colocam o dedo na ferida, gritam para todos e denunciam as tragédias de um Estado opressor.
Acima de tudo, as contradições de um sistema que nos explora enquanto seres humanos, mas principalmente enquanto trabalhadores, que nos explora por sermos materialmente pobres.
Os donos do poder tentam nos reconduzir ao que acreditam ser nosso devido lugar, daqueles que não questionam, não gritam, não enfrentam. Seres apolíticos que não possuem outra opção além de ficar em silêncio.
Militarizar as escolas públicas vai muito além de colocar um policial em cada instituição de ensino, pois o verdadeiro problema é o projeto político e social que está por detrás, um projeto que nos mata todos os dias e nos censura a cada segundo.
Não é um projeto de segurança pública e muito menos de educação, mas um projeto para docilizar os estudantes
São justamente os filhos das escolas públicas, os que vivem as mazelas sociais que são agredidos cotidianamente pelas ineficazes forças de "segurança" e que, infelizmente, sentem mais medo da polícia do que qualquer outra coisa.
Quando falamos da educação pública é importante entender quem ocupa este espaço: são estudantes, pobres, negros e marginalizados. Assim, militarizar as escolas é implementar o genocídio da juventude negra dentro do único espaço que ainda pode ser seguro: a escola.
Não é um projeto de segurança pública e muito menos de educação, mas um projeto para docilizar os estudantes.
É tão nítido que estamos falando de uma disputa de classes e por uma tentativa de adestramento que fica explicita nos próprios requisitos estabelecidos em lei. As instituições de ensino devem possuir as seguintes características conforme a Lei 20.338: 1) alto índice de vulnerabilidade social. 2) baixo índice de fluxo escolar. 3) baixo índice de rendimento escolar.
Características que explicitam a higienização política, social, econômica e educacional dos que estão no poder. Explicitam o ódio e repulsa que eles têm de nós.
Já faz quatro anos do maior movimento estudantil da história do Brasil. Há quatro anos estávamos ocupando 850 escolas e mostrando para o mundo todo a tragédia democrática e social que se instalava no país. Trouxemos à tona o descaso proposital com a educação pública, que pelas nossas costas eles tentam privatizar.
Há quatro anos a geração dos anos 2000 mostrou a que veio. Provou que sabe e quer fazer política. Defendemos nossas escolas e a educação pública, a democracia e a soberania nacional. A luta não acabou e não acabará tão cedo. Permaneceremos e continuaremos firmes. Por isso, sabemos que precisamos também ocupar a política.
Das escolas públicas para as Câmaras de Vereadores. Nós iremos decidir sobre nossas vidas.
Coincidentemente, no mesmo dia deste anúncio, dia 26 de outubro, fazem quatro anos que falei na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná. Há quatro anos estávamos ocupando as escolas porque os estudantes não estavam sendo ouvidos e respeitados, nem tendo suas opiniões consideradas na reforma do ensino médio.
Como todos sabem, as ocupações secundaristas também discutiram uma escola descentralizada, menos hierárquica, com mais autonomia e que trabalhasse com a completa emancipação dos estudantes, considerando o espaço social e econômico que nós, os filhos das escolas públicas, ocupamos.
Quatro anos depois, o atual governador Ratinho Junior coloca em prática um projeto completamente adverso das demandas educacionais dos estudantes. Inserir a militarização das escolas públicas é tentar transformar os estudantes em um exército cabisbaixo.
Querem nos transformar em uma tropa de não pensantes. Pretendem adestrar e docilizar aqueles que podem ser revoltosos, que ocupam escolas, colocam o dedo na ferida, gritam para todos e denunciam as tragédias de um Estado opressor.
Acima de tudo, as contradições de um sistema que nos explora enquanto seres humanos, mas principalmente enquanto trabalhadores, que nos explora por sermos materialmente pobres.
Os donos do poder tentam nos reconduzir ao que acreditam ser nosso devido lugar, daqueles que não questionam, não gritam, não enfrentam. Seres apolíticos que não possuem outra opção além de ficar em silêncio.
Militarizar as escolas públicas vai muito além de colocar um policial em cada instituição de ensino, pois o verdadeiro problema é o projeto político e social que está por detrás, um projeto que nos mata todos os dias e nos censura a cada segundo.
Não é um projeto de segurança pública e muito menos de educação, mas um projeto para docilizar os estudantes
São justamente os filhos das escolas públicas, os que vivem as mazelas sociais que são agredidos cotidianamente pelas ineficazes forças de "segurança" e que, infelizmente, sentem mais medo da polícia do que qualquer outra coisa.
Quando falamos da educação pública é importante entender quem ocupa este espaço: são estudantes, pobres, negros e marginalizados. Assim, militarizar as escolas é implementar o genocídio da juventude negra dentro do único espaço que ainda pode ser seguro: a escola.
Não é um projeto de segurança pública e muito menos de educação, mas um projeto para docilizar os estudantes.
É tão nítido que estamos falando de uma disputa de classes e por uma tentativa de adestramento que fica explicita nos próprios requisitos estabelecidos em lei. As instituições de ensino devem possuir as seguintes características conforme a Lei 20.338: 1) alto índice de vulnerabilidade social. 2) baixo índice de fluxo escolar. 3) baixo índice de rendimento escolar.
Características que explicitam a higienização política, social, econômica e educacional dos que estão no poder. Explicitam o ódio e repulsa que eles têm de nós.
Já faz quatro anos do maior movimento estudantil da história do Brasil. Há quatro anos estávamos ocupando 850 escolas e mostrando para o mundo todo a tragédia democrática e social que se instalava no país. Trouxemos à tona o descaso proposital com a educação pública, que pelas nossas costas eles tentam privatizar.
Há quatro anos a geração dos anos 2000 mostrou a que veio. Provou que sabe e quer fazer política. Defendemos nossas escolas e a educação pública, a democracia e a soberania nacional. A luta não acabou e não acabará tão cedo. Permaneceremos e continuaremos firmes. Por isso, sabemos que precisamos também ocupar a política.
Das escolas públicas para as Câmaras de Vereadores. Nós iremos decidir sobre nossas vidas.
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