domingo, 25 de outubro de 2020

Bolsonaro castiga o povo com desemprego

Editorial do site Vermelho:


Os desastres sociais provocados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro parecem não ter fim. Pode-se alinhar, entre outras medidas, o corte pela metade da ajuda emergencial, o veto às vacinas contra a Covid-19, a forte recessão e a escalada do desemprego. Há ainda a prévia da inflação, que, pressionada por alimentos, vai a 0,94% em outubro, maior alta para o mês desde 1995. Isso explica as razões de Bolsonaro ser um péssimo cabo eleitoral nas grandes cidades nessas eleições municipais.

O número de pessoas desocupadas no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a 13,5 milhões em setembro, equivalente a 14% dos trabalhadores, maior taxa mensal da série histórica. Em maio, a população desocupada era de 10,1 milhões, saltando para 12,9 milhões em agosto e 13,5 milhões no mês passado. Isso representa alta de 33,1% desde o início da pesquisa. Em agosto a taxa de desocupação era de 13,6%.

Outro dado revelador sobre as consequências da política econômica bolsonarista acaba de ser revelado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Uma pesquisa da entidade mostra que o setor industrial brasileiro está com dificuldade de obter insumos para a produção.

De acordo com o estudo, 68% das indústrias relataram problemas para encontrar matérias-primas no mercado doméstico em outubro. Com o estoque reduzido, 44% das empresas já têm deixado de atender clientes ou atrasado entregas. As pequenas empresas são as mais afetadas. Enquanto 66% das grandes têm dificuldade de atender os clientes, o número sobe para 70% nas pequenas.

As consequências são sentidas em toda a economia, mas o povo que depende de trabalho para sobreviver é o mais atingido. Com o agravante de que, pela intenção do governo, nem renda emergencial haverá a partir do ano que vem. Até lá, segundo a intenção de Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, quem depende desse recurso terá de se virar com metade do que vinha recebendo – a maioria, com parcos R$ 300 por mês.

Esse cenário mostra com nitidez o previsível fracasso de uma política econômica voltada pera a administração do Estado a serviço do parasitismo financeiro. Para garantir o funcionamento desse sistema, a imensa maioria do povo é levada a sacrifícios desumanos. Recursos que deveriam estar à disposição de urgências como o auxílio emergencial e ajuda às micro, pequenas e médias empresas são blindados para alimentar a farra financeira.

O pior de tudo é a manifesta intenção do governo de não mover uma palha no sentido de buscar amenizar os efeitos da crise econômica, que tende a se estender e se aprofundar numa espiral sem fim a vista, o que prenuncia uma catástrofe social de dimensões imprevisíveis. Não é possível vislumbrar medidas para combater os efeitos da recessão, agravados com a pandemia, sem uma política de Estado voltada para as necessidades básicas da imensa maioria da população.

São constatações que reforçam a importância de uma ampla unidade na busca de alternativas ao que propõe o governo Bolsonaro. Suas promessas de cortar cada vez mais recursos do orçamento público destinados ao atendimento das questões sociais e investimentos, atingindo de maneira drásticas itens como Saúde e Educação, são receitas certas para aumentar o drama social que já castiga duramente o país.

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