O capitão segue humilhando os generais pendurados no laranjal do governo. Nos últimos dias, Jair Bolsonaro desautorizou Hamilton Mourão, seu vice, e desmoralizou Eduardo Pazuello, seu ministro da Saúde. Os dois militares de alta patente ficaram quietinhos. Mas nem todos generais estão em silêncio...
Defenestrado do governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria da Presidência, agora bate duro no "capetão". Quando da suspensão dos testes da vacina da indústria chinesa Sinovac, ele classificou as opiniões do presidente da República como "vergonha", "irresponsável" e "falta de noção".
"Vergonha! Sem classificação"
Na ocasião, o insano Bolsonaro festejou a morte de um voluntário dos testes e disse que "ganhou mais uma" do governador paulista. O general, então, reagiu nas redes sociais: "Ganhou de quem? Vacina, qualquer que seja, é saúde pública. É para a população. Não é assunto particular. O trato tem que ser técnico e dentro da lei"
De forma ainda mais dura, Santos Cruz prosseguiu: "Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem classificação!". Essa não é a primeira vez que o general, que mantém suas posições políticas conservadoras, fuzila o capitão fascista.
O milico “rebelde” foi demitido pelo presidente em junho de 2019. Foi a primeira queda de um militar do gabinete ministerial desde que Jair Bolsonaro assumiu o governo. Na ocasião, a razão apontada foram as rusgas com filósofo de orifícios Olavo de Carvalho, guru do clã, e com os filhotes mimados do presidente.
Um militar defenestrado por mês
Santos Cruz foi o primeiro, mas não foi o único chutado do laranjal pelos mais variados motivos. No domingo passado (8), levantamento da Folha constatou que “o governo de Jair Bolsonaro tem uma demissão por mês, em média, de um militar de alta patente colocado em algum posto estratégico da administração federal”.
“A curta permanência desses generais, brigadeiros e almirante nas funções civis evidencia o tamanho do desgaste da relação entre Bolsonaro e a caserna, em menos de dois anos de gestão”. O jornal identificou 16 generais do Exército, quatro brigadeiros da Aeronáutica e um almirante da Marinha exonerados de cargos civis por Jair Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército.
“A maioria desses militares está na reserva, participou da gestão em razão da proximidade ao ideário bolsonarista e acabou demitida. O caso mais recente é o do general três estrelas Otávio do Rêgo Barros, demitido do cargo de porta-voz do presidente em 6 de outubro. A função já havia sido extinta 40 dias antes”.
Um manda e o outro obedece
De forma ainda mais dura, Santos Cruz prosseguiu: "Fora disso é irresponsabilidade, falta de noção mínima das obrigações, desrespeito pela saúde dos cidadãos. Vergonha! Sem classificação!". Essa não é a primeira vez que o general, que mantém suas posições políticas conservadoras, fuzila o capitão fascista.
O milico “rebelde” foi demitido pelo presidente em junho de 2019. Foi a primeira queda de um militar do gabinete ministerial desde que Jair Bolsonaro assumiu o governo. Na ocasião, a razão apontada foram as rusgas com filósofo de orifícios Olavo de Carvalho, guru do clã, e com os filhotes mimados do presidente.
Um militar defenestrado por mês
Santos Cruz foi o primeiro, mas não foi o único chutado do laranjal pelos mais variados motivos. No domingo passado (8), levantamento da Folha constatou que “o governo de Jair Bolsonaro tem uma demissão por mês, em média, de um militar de alta patente colocado em algum posto estratégico da administração federal”.
“A curta permanência desses generais, brigadeiros e almirante nas funções civis evidencia o tamanho do desgaste da relação entre Bolsonaro e a caserna, em menos de dois anos de gestão”. O jornal identificou 16 generais do Exército, quatro brigadeiros da Aeronáutica e um almirante da Marinha exonerados de cargos civis por Jair Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército.
“A maioria desses militares está na reserva, participou da gestão em razão da proximidade ao ideário bolsonarista e acabou demitida. O caso mais recente é o do general três estrelas Otávio do Rêgo Barros, demitido do cargo de porta-voz do presidente em 6 de outubro. A função já havia sido extinta 40 dias antes”.
Um manda e o outro obedece
O ex-porta-voz também não saiu calado do laranjal. Em artigo recente publicado no Correio Braziliense, ele fez críticas ao presidente. Segundo a Folha, “Rêgo Barros se soma a outros militares que se tornaram vozes críticas a Bolsonaro depois de passarem por cargos civis. O mais falante deles é o general Santos Cruz”.
A Folha garante que inúmeros generais – “do Alto Comando do Exército, da linha de frente de órgãos do governo ou do grupo de demitidos – discordam do tratamento dispensado a militares como Rêgo Barros. Além disso, eles rejeitam o aumento da pressão de partidos políticos por cargos – leia-se centrão”.
O jornal, porém, não apresenta as provas mais convincentes dessa insatisfação. Até agora, o que se observa é a covardia da maioria dos generais agraciados com carguinhos no governo. Eles são humilhados, mancham a imagem das próprias Forças Armadas, mas toleram todos os absurdos práticos e retóricos do capitão. Como balbuciou o acovardado general Eduardo Pazuello, sinistro da Saúde, “um manda e o outro obedece”.
A Folha garante que inúmeros generais – “do Alto Comando do Exército, da linha de frente de órgãos do governo ou do grupo de demitidos – discordam do tratamento dispensado a militares como Rêgo Barros. Além disso, eles rejeitam o aumento da pressão de partidos políticos por cargos – leia-se centrão”.
O jornal, porém, não apresenta as provas mais convincentes dessa insatisfação. Até agora, o que se observa é a covardia da maioria dos generais agraciados com carguinhos no governo. Eles são humilhados, mancham a imagem das próprias Forças Armadas, mas toleram todos os absurdos práticos e retóricos do capitão. Como balbuciou o acovardado general Eduardo Pazuello, sinistro da Saúde, “um manda e o outro obedece”.
*****
A lista dos militares defenestrados por Bolsonaro
Exército
General Rêgo Barros
Porta-voz do presidente
6.out.20
General Luiz Carlos Pereira Gomes
Presidente da EBC
29.set.20
General Guilherme Theophilo
Secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça
13.mai.20
General Décio Brasil
Secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
27.fev.20
General Ilídio Gaspar Filho
Secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos
8.nov.19
General Lauro Luís Pires
Secretário especial adjunto da Secretaria de Assuntos Estratégicos
8.nov.19
General Santa Rosa
Secretário especial de Assuntos Estratégicos
6.nov.19
General Jamil Megid Júnior
Secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura
24.out.19
General João Carlos Corrêa
Presidente do Incra
2.out.19
General Floriano Peixoto *
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência
21.jun.19
General Severo Ramos
Secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência
21.jun.20
General Juarez Cunha
Presidente dos Correios
19.jun.19
General Franklimberg Freitas
Presidente da Funai
13.jun.19
A lista dos militares defenestrados por Bolsonaro
Exército
General Rêgo Barros
Porta-voz do presidente
6.out.20
General Luiz Carlos Pereira Gomes
Presidente da EBC
29.set.20
General Guilherme Theophilo
Secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça
13.mai.20
General Décio Brasil
Secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
27.fev.20
General Ilídio Gaspar Filho
Secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos
8.nov.19
General Lauro Luís Pires
Secretário especial adjunto da Secretaria de Assuntos Estratégicos
8.nov.19
General Santa Rosa
Secretário especial de Assuntos Estratégicos
6.nov.19
General Jamil Megid Júnior
Secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura
24.out.19
General João Carlos Corrêa
Presidente do Incra
2.out.19
General Floriano Peixoto *
Ministro da Secretaria-Geral da Presidência
21.jun.19
General Severo Ramos
Secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência
21.jun.20
General Juarez Cunha
Presidente dos Correios
19.jun.19
General Franklimberg Freitas
Presidente da Funai
13.jun.19
Ministro da Secretaria de Governo da Presidência
13.jun.19
General Francisco Mamede
Chefe de gabinete da presidência do Inep
26.abr.19
General Marco Aurélio Vieira
Secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
17.abr.19
Aeronáutica
Brigadeiro Eduardo Camerini
Secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente
18.set.20
Brigadeiro Celestino Todesco
Chefe de gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
28.ago.20
Tenente-brigadeiro Antonio Franciscangelis Neto
Secretário de Planejamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
29.jun.20
Tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira
Secretário-executivo do Ministério da Educação
10.abr.19
Marinha
Almirante Alexandre Araújo Mota **
Chefe da assessoria especial da Secretaria de Governo da Presidência
16.out.20
* Nomeado presidente dos Correios
General Francisco Mamede
Chefe de gabinete da presidência do Inep
26.abr.19
General Marco Aurélio Vieira
Secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania
17.abr.19
Aeronáutica
Brigadeiro Eduardo Camerini
Secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente
18.set.20
Brigadeiro Celestino Todesco
Chefe de gabinete do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
28.ago.20
Tenente-brigadeiro Antonio Franciscangelis Neto
Secretário de Planejamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
29.jun.20
Tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira
Secretário-executivo do Ministério da Educação
10.abr.19
Marinha
Almirante Alexandre Araújo Mota **
Chefe da assessoria especial da Secretaria de Governo da Presidência
16.out.20
* Nomeado presidente dos Correios
** Nomeado como assessor especial na mesma secretaria
Fonte: Levantamento da Folha de S.Paulo com base no Diário Oficial da União e nas Forças Armadas.
Fonte: Levantamento da Folha de S.Paulo com base no Diário Oficial da União e nas Forças Armadas.
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