Por Altamiro BorgesFoto: Danilo Christidis
Sem maior destaque, o jornal Folha de S.Paulo informa que "a
Justiça Eleitoral determinou na segunda-feira (9) que Facebook, Instagram,
Twitter e YouTube retirem do ar meio milhão de compartilhamentos de conteúdo
falso contra Manuela D'Ávila (PCdoB), candidata à prefeitura de Porto Alegre
(RS)".
A campanha de baixarias contra Manuela D'Ávila é
impressionante, abjeta, repugnante – mas não é novidade. Há muito tempo ela é
alvo das hordas fascistas, dos misóginos, dos apologistas do ódio e da
violência. Agora, a fúria ocorre porque ela lidera, com folga, a disputa pela
prefeitura da capital gaúcha.
Na pesquisa Ibope, ela aparece com 27% das intenções de voto. Já o prefeito Nelson Marchezan (PSDB) – que sofre um processo de impeachment – tem 14% e está em empate técnico com Sebastião Melo (MDB). O ex-prefeito José Fortunati (PTB), que tinha 13%, retirou sua candidatura após irregularidades na Justiça Eleitoral.
Montagens e postagens mentirosas
Na sentença contra as fake news, o juiz Leandro Figueira
Martins deu 24 horas para as empresas retirarem as mensagens preconceituosas e mentirosas
dos seus sites. A defesa da coligação que reúne PCdoB e PT ajuizou dez ações na
Justiça, cada uma referente a um conteúdo inverídico e calunioso.
Entre as baixarias, relata a nota da Folha, "há
postagens que usam uma fotografia de Manuela aos 15 anos, acompanhada do seu
pai, insinuando que era seu namorado... Outra faz montagens para parecer que
Manuela tem tatuagens no corpo das lideranças comunistas históricas Che Guevara
e Lênin, o que é falso".
O jornal registra ainda que "entre os boatos, há a
falsa conexão entre Manuela e Adélio Bispo, que cometeu atentado contra Jair
Bolsonaro, então candidato a presidente... Uma postagem afirma que Manuela
trocou 'o crucifixo no ânus por um escapulário católico' e 'roupas
recatadas'".
529.075 compartimentos falsos
No total, as postagens asquerosas, carregadas de ódio e de mentiras,
somam 529.075 compartilhamentos – mais de meio milhão. Twitter e Facebook, que
também é dono do Instagram, foram procurados pela Folha e se comprometerem a
cumprir a decisão da Justiça Eleitoral. Já o YouTube não comentou a sentença.
Para Lucas Lazari, advogado da coligação de Manuela D’Ávila,
"o rito adotado pela Justiça Eleitoral permite resposta mais rápida porque
as plataformas são notificadas digitalmente, o que acelera a remoção do
conteúdo" Ele defende que o mesmo seja feito pela Justiça comum para
retirar as fake news.
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