Para se salvar do impeachment e livrar seus filhotes – Flávio Rachadinha, Carluxo Pitbull e Dudu Bananinha – de qualquer punição, o "capetão" transformou o governo num verdadeiro balcão de negócios. O jornal Estadão de sábado passado (8) estampou no título: "Bolsonaro cria orçamento secreto em troca de apoio do Congresso". A denúncia é gravíssima!
Segundo a reportagem, "um esquema montado pelo presidente Jair Bolsonaro, no final do ano passado, para aumentar a sua base de apoio no Congresso criou um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas". O "bolsolão", como já foi apelidado nas redes sociais, não tem qualquer controle público e fere as regras orçamentárias federais.
Ainda segundo a matéria, boa parte das emendas é "destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo". A matéria cita o nome de vários senadores e deputados, com muito peso nos bastidores do Congresso Nacional, que enviaram ofícios pedindo esse recurso “secreto”.
Davi Alcolumbre e Flávia Arruda
Um deles é o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que abocanhou "a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas só do Ministério do Desenvolvimento Regional... Ele precisaria de 34 anos no Senado para conseguir indicar esse montante por meio da tradicional emenda parlamentar individual".
Outra "contemplada" foi a deputada Flávia Arruda (PL-DF), que acaba de ganhar um carguinho de ministra da Secretaria de Governo do laranjal. Ela recebeu R$ 5 milhões da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Ao ser questionada pelo Estadão, ela até tentou desconversar: "Não me lembro. Codevasf?”.
Há cerca de 30 parlamentares governistas “privilegiados” nessa sinistra mutreta, que contém inúmeras irregularidades – conforme aponta o jornal. “Os ofícios, obtidos pelo Estadão ao longo dos últimos três meses, mostram que esse esquema atropela leis orçamentárias, pois são os ministros que deveriam definir onde aplicar os recursos”.
“Mais do que isso, dificulta o controle do Tribunal de Contas da União (TCU) e da sociedade. Os acordos para direcionar o dinheiro não são públicos, e a distribuição dos valores não é equânime entre os congressistas, atendendo a critérios eleitorais. Só ganha quem apoia o governo... Tudo a portas fechadas, longe do olhar dos eleitores”, conclui o Estadão.
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