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Não é para menos que o “capetão” Jair Bolsonaro é tão detestado no Nordeste – conforme atestam todas as pesquisas eleitorais e a onda crescente e festiva de apoio ao ex-presidente Lula na região. O fascista no poder transformou o seu preconceito contra os nordestinos em ações cruéis de desmonte das políticas públicas implementadas pelos governos Lula e Dilma.
Neste domingo (25), o jornalista Carlos Madeiro postou no site UOL longa reportagem que comprova que “ao longo dos quatro últimos anos, o governo federal reduziu e em 2022 praticamente parou as construções de cisternas, tecnologia fundamental para garantir o acesso à água a famílias que convivem com a seca”.
As cisternas são grandes caixas com capacidade para armazenar 16 mil litros de água da chuva ou aquela transportada por carros-pipa em épocas de seca. No caso, para armazenar água da chuva, são instaladas calhas ao longo do telhado que despejam o líquido diretamente na cisterna. Esse programa simples e barato, mas vital para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento econômico, foi abandonado pelo governo da morte.
Governo da morte desmontou o programa
“Nos últimos meses, o governo federal tem executado apenas contratos antigos ou feito cisternas com verbas destinadas por emendas parlamentares. Em junho, o programa entregou apenas 18 equipamentos, o recorde negativo desde que ele foi lançado, no final de 2003”, relata a matéria.
Entre 2003 e de 2018, o governo entregou 929 mil cisternas para consumo humano. Já na gestão do fascista, “de janeiro de 2019 até junho deste ano, foram apenas 37,6 mil. O número de equipamentos entregues vem caindo a cada semestre desde 2018. O pequeno número de obras tem relação direta com o baixo nível de investimento federal”.
Além de colocar menos dinheiro no orçamento, o governo não vem executando os valores previstos. Em 2020, por exemplo, foram orçados R$ 74,7 milhões, mas apenas R$ 2,5 milhões foram executados. Neste ano, até o dia 21 de setembro, apenas R$ 160 mil foram executados, dos R$ 37 milhões previstos no Orçamento.
Para 2023, o Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado por Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional traz um valor ainda mais reduzido: R$ 2.283.326, o que paga menos de 500 equipamentos – que custam em média R$ 5.000 entre mão de obra e material.
Programa Cisternas é uma referência mundial
O jornalista Carlos Madeiro lembra que o Programa Cisternas é uma referência internacional e já recebeu vários prêmios, como o Prêmio Sementes-2009, da Organização das Nações Unidas (ONU), e a premiação “Future Policy Award” (Política para o Futuro), em 2017, da World Future Council, em cooperação com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.
Em artigo publicado no final de 2021, o pesquisador César Nunes de Castro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirmou que o Programa Cisternas contribuiu decisivamente “para a consecução das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6, tratado internacional do qual o Brasil é signatário”.
“Entre as metas do ODS-6, a mais abrangente destas refere-se à universalização do acesso à água, e, nesse sentido, é inegável que a contribuição do programa é significativa, especialmente ao considerar-se que a área de atuação prioritária do programa é o semiárido, região brasileira com a maior proporção de família sem acesso a fontes seguras e regulares de água”.
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