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Há várias razões para que os dirigentes sindicais intensifiquem o seu empenho em eleger Lula e derrotar Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial.
A todas elas eu agrego uma que decorre da análise realista da correlação de forças político-partidárias que resultou do primeiro turno, com exceção da vitória de Lula. Refiro-me à composição da Câmara Federal e às mudanças no Senado.
Grande número de brasileiros ofuscados pela desorientação e demagogia bolsonaristas e atraídos pelas campanhas ao Legislativo adubadas pelo orçamento secreto, por emendas parlamentares, por arranjos locais e muito dinheiro elegeram deputados e senadores inimigos do movimento sindical, alterando, para pior, a correlação de forças no Congresso. Isso tem sido alardeado pela campanha de Bolsonaro.
Um aspecto particular desta dificuldade foi o resultado adverso, na esmagadora maioria dos casos, da eleição de dirigentes e ativistas sindicais.
Desde o golpe contra a ex-presidente Dilma e com a deforma trabalhista de Temer constatei a ruptura do pacto nacional, vigente desde a Revolução de 30, de respeito às conquistas trabalhistas e ao movimento sindical. Os resultados legislativos do primeiro turno, infelizmente, confirmaram esta constatação e a tornaram ainda mais perniciosa.
Imaginemos agora o impensável: com a correlação de forças legislativas desfavorável e abertamente contrária ao sindicato, o Executivo reeleito com Bolsonaro (exímio mestre em maldades contra os trabalhadores) decretará seu fim eliminando-o da Constituição, expurgando os direitos e completando a obra nefasta da deforma trabalhista.
Frente a esse descalabro é preciso empenho renovado para garantir a vitória de Lula como elemento reequilibrador daquele destrato, a partir de um Poder Executivo capaz de enfrentar – com pautas necessárias e exequíveis – a desfavorável conjuntura político-partidária e reconstruir o pacto nacional que garanta a existência do movimento sindical e o respeito à Constituição.
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