Charge: Fraga |
O general Hamilton Mourão, que foi humilhado no cargo decorativo de vice-presidente pelo “capetão” Jair Bolsonaro e depois se elegeu senador pegando carona oportunisticamente na cavalgada bolsonarista no Rio Grande do Sul, segue produzindo cenas deploráveis e vexaminosas na política. Em entrevista à Folha no sábado (21), o milico criticou o presidente Lula por ter demitido o insubordinado comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, afirmando que a medida seria “péssima para o país”.
Sua opinião desqualificada gerou fortes reações. A mais incisiva, porém, foi a do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa – que nem de longe pode ser identificado como um simpatizante de Lula. Pelas redes sociais, o ministro aposentado do STF detonou o milico-fascistoide:
"Poupe-nos da sua hipocrisia"
“Ora, ora, senhor Hamilton Mourão. Poupe-nos da sua hipocrisia, do seu reacionarismo, da sua cegueira deliberada e do seu facciosismo político! Fatos são fatos! Mais respeito a todos os brasileiros! ‘Péssimo para o país’ seria a continuação da baderna”. Ele ainda bateu mais duro no senador recém-eleito:
“‘Péssimo para o país' seria a continuação da ‘chienlit’ [baderna, em tradução livre] e da insubordinação claramente inspirada e tolerada por vocês, militares. Senhor Mourão, assuma o mandato e aproveite a oportunidade para aprender pela primeira vez na vida alguns rudimentos de democracia! Não subestime a inteligência dos brasileiros!”.
Cúmplice do genocídio Yanomami
“‘Péssimo para o país' seria a continuação da ‘chienlit’ [baderna, em tradução livre] e da insubordinação claramente inspirada e tolerada por vocês, militares. Senhor Mourão, assuma o mandato e aproveite a oportunidade para aprender pela primeira vez na vida alguns rudimentos de democracia! Não subestime a inteligência dos brasileiros!”.
Cúmplice do genocídio Yanomami
De fato, Hamilton Mourão é muito hipócrita e cínico. Quando o “capetão” Jair Bolsonaro demitiu, em março de 2021, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes do Exército (general Edson Pujol), da Marinha (almirante Ilques Barbosa Junior) e da Aeronáutica (brigadeiro Antonio Carlos Bermudez), ele não falou nada. Ficou quietinho no seu canto como um milico-capacho.
Agora, tentando ocupar o lugar do ex-presidente “fujão” como líder da extrema-direita, ele esbraveja e defende os golpistas que acamparam em frente aos quartéis do Exército e os militares insubordinados que incentivaram essas “incubadoras de terroristas” – como o general demitido Júlio Cesar de Arruda.
Ao invés de arrotar valentia e obrar besteiras, ele devia dar explicações aos seus novos pares do Senado sobre o genocídio dos Yanomami, já que chefiou o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Nesse posto, o falso valentão poderia ter acionado as Forças Armadas para expulsar e prender os garimpeiros ilegais que invadiram as terras indígenas. Hamilton Mourão infelizmente nada fez para salvar a vida de 570 crianças Yanomami que morreram em Roraima nos quatro anos das trevas bolsonarianas. Esse extermínio, sim, “é péssimo para o país”.
Agora, tentando ocupar o lugar do ex-presidente “fujão” como líder da extrema-direita, ele esbraveja e defende os golpistas que acamparam em frente aos quartéis do Exército e os militares insubordinados que incentivaram essas “incubadoras de terroristas” – como o general demitido Júlio Cesar de Arruda.
Ao invés de arrotar valentia e obrar besteiras, ele devia dar explicações aos seus novos pares do Senado sobre o genocídio dos Yanomami, já que chefiou o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Nesse posto, o falso valentão poderia ter acionado as Forças Armadas para expulsar e prender os garimpeiros ilegais que invadiram as terras indígenas. Hamilton Mourão infelizmente nada fez para salvar a vida de 570 crianças Yanomami que morreram em Roraima nos quatro anos das trevas bolsonarianas. Esse extermínio, sim, “é péssimo para o país”.
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